A queda do céu

A queda do céu Davi Kopenawa




Resenhas - A Queda do Céu


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agatha 25/01/2023

pois é
o capitalismo leva nossa existência para onde ? e a troco de que ? se encontramos na natureza tudo que precisamos para sobreviver. muitas reflexões, como se o céu desabasse na sua cabeça
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Monica.Soares 12/01/2023

Uma imersão
Sem dúvidas um livro para mergulhar nas palavras de Kopenawa e se transformar. Dificilmente a pessoa que ler esse livro continuará sendo a mesma.
É incrível. Cada palavra, cada narrativa, cada percepção nos leva a repensar a sociedade e a maneira como vem sendo construída.
Uma sabedoria ancestral, cheia de símbolos, oralidade e vivências.
O que chamamos de ecologia hoje, já é vivido a muito e muito tempo pelos povos da floresta.
Ouçamos o que esse povo tem a dizer. Aprendamos todos esses ensinamentos.
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GuiDosvaldo 07/01/2023

Uma nova visão
A Queda do céu é uma obra prima da humanidade ! Um livro para enxergar o Brasil sob uma nova perspectiva?
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tabatatucat 25/12/2022

Não tenho palavras o suficiente para descrever a grandeza desta obra. Além de ser um dos maiores marcos teóricos da antropologia, temos também a história de de Davi Kopenawa e dos Yanomami.

É um livro simplesmente genial, com uma riqueza de detalhes imensurável, digno de toda a grandeza que o cerca.
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Guilherme.Eisfeld 07/12/2022

Uma enciclopédia
Em tempos cada vez mais difíceis atrelados a uma falsa ideia de desenvolvimento, se torna cada vez mais necessário o conhecimento de quem sempre esteve nesta terra, que sempre a preservou, pois conhece a sua real importância.
Não foi uma leitura fácil, pela quantidade de elementos e visões. Poderia classificá-la como uma enciclopédia, diante de tantos aprendizados, cosmológicos, éticos, sociais e naturais. Tiro muito proveito, mesmo sabendo que toquei apenas sua superfície.
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Gabriel 12/11/2022

Nosso lugar no mundo
Talvez poucos livros que lerei ao decorrer da vida possam ter um significado tão eloquente quanto o que possui A Queda do Céu. Não é uma proposta, tampouco um projeto. É o outro do outro. Uma construção espiritual, existencial e radicalmente verdadeira como talvez nada da superficialidade do ocidente possa alcançar.
Construído de dentro para fora, este livro coloca em questão qualquer ideia pré-concebida que possamos ter sobre nação, país, legitimidade ou autodeterminação dos povos. O que é um "povo brasileiro" que se constituiu a partir da morte da aniquilação de outros povos? Território, fronteira, civilização. Abstrações teóricas que caem por terra diante da força e do sublime da existência yanomami.
A própria existência enquanto livro é uma contramão da forma de transmissão de saberes do povo yanomami. David nos informa que para seu povo as palavras penetram na mende daqueles que escutam sem que essas precisem ser desenhadas em papéis. A cosmovisão do povo yanomami é tão rica que seria impossível tentar descrevê-la aqui, no entanto cada saber parece ser confirmado pela ciência moderna - não que o precise. As palavras de Omama já eram conhecidas muitos antes de nossos ancestrais e assim serão quando não estivermos mais aqui.
Acessar esse saber ancestral a partir do xamã David Kopenawa é uma das maiores gratificações que a leitura poderia um dia me fornecer. Olhar nossa organização social e política a partir da leitura de Kopenawa é riquíssimo ao não conseguirmos justificar de forma satisfatória nossa busca pela acumulação, pela mercadoria e pela dominação de um indivíduo sobre o outro.
Sou profundamente grato por esse livro existir, sinto que de certa forma minha posição nessa sociedade foi levemente questionada. Incomodada. Como de fato todo bom livro deve promover. Não há respostas simples, pelo contrário, sinto que meu panorama de visão se ampliou significativamente com essa leitura e não poderá ser reduzido enquanto eu viver.
tbbrgs 22/05/2023minha estante
adorei sua resenha :)




thales.gaspari 10/10/2022

Obrigatório
Com certeza o melhor livro que li este ano. Uma obra diferente de todas as outras, não consigo classificá-la e tão pouco acho que esteja apto a fazer uma resenha que lhe faça justiça.
O que posso falar é que me impressionou muito e mostrou o quanto desconheço do mundo e, especificamente, do Brasil. O livro apresenta uma visão lírica única e arrebatadora sobre o mundo, de um ponto de vista muito, muito diferente do nosso e nos faz refletir seriamente sobre a civilizacão. Todo mundo devia ler estas páginas, que por vezes são belíssimas e por vezes terríveis no que acusam.
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Ninja 27/06/2022

Essencial para a história, presente e futuro desse país
Esse livro é essencial para todos que se considera brasileiros, pois tudo que é narrado nele acontece neste território identificado pelos portugueses no século XVI como "Brasil" quando iniciaram seu processo de colonização. As comunidades descritas na obra tem uma profundidade política, cultural, religiosa e social indescritíveis de tão complexas, que são descritas de forma impecável pelo xamã Yanomami. Agora imaginemos que existem (e muitas outras deixaram de existir) inúmeras outras comunidades com organizações tão complexas quanto nesse enorme território brasileiro e ficaremos perplexos ao pensar o quanto nossa sociedade atual ignora essa riqueza e, pior, a menospreza, subjulga, aniquila e dizima por meio de nossas epidemias, atividades extrativistas e poluição ambiental.
Enfim, recomendo muito essa leitura, para não só refletirmos o quão rico é o mundo fora dessa nossa pequena visão deturpada e egoísta, mas também para ouvir com cuidado a preocupação super legítima de Davi: se continuarmos com nosso modo de vida extrativista despreocupado, egoísta e desenfreado, vamos derrubar o ceu sobre nossas próprias cabeças.
Grigo 21/09/2022minha estante
Sabe me explicar o que significam as referências M que aparecem nas notas???




Ana Sá 06/05/2022

"Dormem muito, mas só sonham com eles mesmos"
"Para nós, a política é outra coisa. São as palavras de Omama [demiurgo Omama, primeiro xamã] e dos xapiri [termo yanomami para designar tanto os xamãs, os homens-espírito –xapiri thëpë–, quanto os espíritos auxiliares –xapiri pë] que ele nos deixou. São as palavras que escutamos no tempo dos sonhos e que preferimos, pois são nossas mesmo. Os brancos não sonham tão longe quanto nós. Dormem muito, mas só sonham consigo mesmos".

Os novos-velhos casos de genocídio em território Yanomami fizeram gritar as memórias que tenho deste livro, que, desde que li, se mantém firme no meu Top 3 de obras que me mudaram muito e para sempre. Realizei a leitura há bastante tempo, mas só agora venho arriscar uma resenha, a fim de, pura e simplesmente, fazer propaganda gratuita desta obra (sobretudo porque a tal lista da Folha mexeu com a curiosidade das pessoas). É uma leitura densa, que exige muito de nós, principalmente na sua primeira metade, mas que nos deixa absolutamente estupefatas.

Trata-se de um texto escrito a quatro mãos: seu autor-narrador é o líder indígena Yanomami Davi Kopenawa, já seu escritor é Bruce Albert, etnólogo francês, nascido no Marrocos, responsável por traduzir, da língua indígena para o francês, um pouco mais de uma década de conversas e entrevistas (ou de "sequências de monólogos") realizadas com Kopenawa. A publicação original, na França, ocorreu em 2010, e somente cinco anos depois, em 2015, a obra veio a ser bravamente traduzida para o português por Beatriz Perrone-Moisés, tendo como cereja do bolo o brilhante prefácio assinado por Eduardo Viveiros de Castro.

"A queda do céu" tem origem no desejo de Davi Kopenawa de "explicar essas coisas para os brancos". E não é difícil entendermos sua razão: num país historicamente marcado por um falar "sobre os indígenas", que por séculos foram objeto da narração dos não indígenas, a obra nos convida a um contato com os indígenas enquanto sujeitos de suas próprias histórias. E eu, mulher não indígena, jamais vou me esquecer da sensação de me perceber sendo narrada ali naquelas páginas. É quase impossível acompanhar Davi Kopenawa descrevendo "o povo da mercadoria” sem nos sentirmos patéticas. É revoltante ver o quanto os livros de História e a mídia não chegam nem perto de narrar à altura o desastre humano e ambiental decorrente da atividade mineradora. Ao nos descolonizar, este livro escancara o tamanho da nossa ignorância, além de nos colocar diante de vários dilemas éticos. Não me lembro onde vi/ouvi essa frase, mas uma das conclusões que tirei de "A queda do céu” foi justamente esta: como a colonização de pensamento nos emburreceu!

Ainda que a questão do genocídio indígena seja transversal, há no livro um belíssimo convite ao cotidiano e às tradições Yanomami em geral. Um contato ímpar com sua cosmovisão. A descrição dos rituais xamânicos, por exemplo, é de arrepiar! Pode ser cansativo para algumas leitoras, pois Kopenawa caminha sempre devagar, investindo nas minúcias, nos entregando os detalhes… É também demorada a familiarização com expressões e termos da(s) língua(s) Yanomami. Mas a quem tiver paciência, o fechamento de alguns capítulos pode ser equivalente a um voltar para casa. Falo da minha experiência: no encerramento de algumas passagens, eu tive a sensação de estar voltando, cansada mas ainda anestesiada, ao meu sofá, tamanha era a sensação de ter viajado para dentro da floresta. A escrita de Kopenawa é generosa no modo como pinta as paisagens e as sensações de tudo que acontece ali, mas sem propor uma romantização ou um endeusamento dos povos indígenas. Este é outro ponto alto: Kopenawa não foge a temas polêmicos ou delicados quando eles aparecem.

A segunda metade do livro torna-se mais dinâmica, sobretudo quando foca na consolidação do ativismo político de Kopenawa, a partir de 1980 mais ou menos. O teor dos relatos muda, pois os cenários e as pessoas são completamente diferentes, mas também ali há passagens muito marcantes. As situações envolvendo os compromissos de Kopenawa na América do Norte ou na Europa são interessantíssimas e continuam a propor olhares descoloniais na nossa forma de nos relacionar com as outras culturas. Um acontecimento, em específico, acho que na ocasião de uma visita que Kopenawa faz a um museu parisiense (não tenho o livro em mãos para confirmar qual era exatamente o museu), deveria ser leitura obrigatória nas escolas, inclusive. Sério, vocês vão se lembrar de mim quando chegarem a este capítulo, ele é f*%D demais!

Eu realmente concordo com Eduardo Viveiros de Castro quando ele diz que “A queda do céu” é um “acontecimento”, e não meramente um texto. Na média, a leitura não é fluida, mas no todo, ela é arrebatadora. Temos aqui um livro de História do Brasil que nos liberta, em alguma medida, das amarras da história única que o eurocentrismo nos impôs. O período que marca os relatos que dão forma à obra, que vão da iniciação xamânica de Kopenawa até o amadurecimento de seu papel de líder indígena (se não me falha a memória, isso abrange, mais ou menos, o período de 1960/70 ao início dos anos 2000), nos dá uma outra visão de Brasil ao mesmo tempo que nos recorda que o pior da História se repete. As notícias atuais sobre o povo Yanomami poderiam ter sido retiradas dos “monólogos" de décadas atrás que Kopenawa já havia registrado em seu livro justamente com o objetivo de “explicar essas coisas para os brancos”. E ele explicou. Fomos nós que não entendemos nada. Será que ainda há tempo para aprendermos a sonhar um pouco mais longe?
Joao 06/05/2022minha estante
Ana fiquei com bastante vontade de ler esse livro. Resenha maravilhosa a sua.


Joao 06/05/2022minha estante
E essa questão da mineração é um horror mesmo. Incrivelmente a mídia não mostra tanto e quando mostra, acho que não pode ser chamado nem de ponta do iceberg.


Debora 06/05/2022minha estante
Excelente resenha! Eu já tinha interesse no livro, agora o acho primordial. Parabéns!


Paloma 06/05/2022minha estante
Quero muito esse livro! Vi no canal da Laura do Literapia e coloquei na lista na msm hora. Excelente resenha!


dani 06/05/2022minha estante
Que resenha, Ana! Vou procurar esse livro.


Georgiana Maia 07/05/2022minha estante
A resenha me tocou num nível que já tô colocando o livro nos DESEJADOS. Obrigada pela partilha, Ana!


Ana Sá 09/05/2022minha estante
Se vocês lerem, venham me contar, por favor!? Não é um livro muito fácil, mas em mim ele deixou marcas bem profundas... Fico feliz que a resenha sirva de incentivo! ?


Lilian.Araujo 16/06/2022minha estante
Ana, que resenha magnífica! Estou quase terminando o livro e, de fato, ele não tem uma leitura fluida, mas ela tem mudado minha visão de uma forma arrebatadora! Também fiquei pasma com o capítulo que ele descreve a visita ao museu!!! Os últimos acontecimentos têm me feito mergulhar ainda mais nos capítulos finais. Dá vontade de chorar, de verdade ??


Ana Sá 18/06/2022minha estante
Lilian, o final me deu um nó na garganta também! Legal saber que sua experiência foi parecida, me fez reviver minha leitura!! Este livro mexe demais, né?!


Lilian.Araujo 19/06/2022minha estante
Muito, mexe muito mesmo!


Thiago Guarani 20/06/2022minha estante
Oiê, eu sou o Thiago Henrique Karai Djekupe, sou Indígena Guarani da Terra Indígena Jaraguá-SP, eu estou estudando Arquitetura e Urbanismo, e preciso fazer um fichamento deste livro, estou com dificuldade, pois o livro é muito intenso, então se vocês toparem uma conversa vou deixar meu Instagram e torcer para entrarem em contato,
Instagram: @thiago_guarani


Grigo 21/09/2022minha estante
Nas notas existem várias referências M, a primeira delas aparece quando ele cita os 35 mitos... O que significam essas referências???




Thereza 01/02/2022

Relato único sobre os povos yanomami
A Queda do Céu é uma viagem impactante sobre a realidade dos povos Yanomami pelo ponto de vista do mais famoso de seus representantes, o xamã Davi Kopenawa. Leitura que perpassa pelo debate ambiental, político, espiritual e cultural de um povo; e que se reflete na nossa sociedade.
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ANDER CELES 21/01/2022

A mata é viva, de plantas, animais e gente!
A leitura desse livro não é muito fácil, já começa por aí. É uma leitura difícil e precisa ser feita com calma e sem pressa.

É um livro muito rico em informações sobre o povo Yanomami. Meu... É incrível o quão rica é a cultura e os costumes desse povo. É incrível perceber que o Brasil tem tantos povos indígenas e aqui a gente tá vendo a questão de um deles. E é muito rico!

O grande diferencial desse livro é que são as palavras de um próprio indígena. Tipo... não é a escrita de um branco sobre o assunto. O que torna um pouco mais difícil a leitura, porque a narrativa segue os maneirismos da fala do xamã Davi.

Acho que a única coisa que mudaria no livro é que ele é muito repetitivo em alguns aspectos. Mas não é em tudo. Só algumas coisinhas que precisava dar uma lapidada básica.

Infelizmente a gente fica pensando em como seria o Brasil se a coisa não tivesse sido de forma tão predatória. Porque o homem não-indígena parece um bando de demônio, de animais irracionais, entrando na mata e destruindo tudo sem se importar com nada, só com lucro. E a visão do indígena sobre isso é de assombração.

Ver os contrastes culturais entre a cultura das cidades e a cultura indígena faz a gente pensar que precisa, cada vez mais, trabalhar por um bem comum, respeitando o espaço e a individualidade de cada um. Tipo, dá pra buscar o desenvolvimento, mas não precisa ser destruindo. A mata é viva, de plantas, animais e gente!

O final do livro apresenta um relato sobre um massacre e é horrível ler. Felizmente só houve esse relato mais pesado, porque seria difícil ler o livro se não fosse assim. Mas faz a gente refletir que esses massacres, ainda hoje, acontecem. E é triste...

Enfim, leitura muito boa, mas precisa ser feita com paciência e tempo.
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Emi 21/12/2021

Uma quebra de paradigmas. Uma sai da dá zona de conforto. Um abrir de mente. Uma leitura importante, necessária, essencial. Me trouxe várias reflexões, me deixou com no na garganta, lágrimas nos olhos, revolta..
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Bárbara 10/10/2021

A queda do céu
Esse livro é um registro riquíssimo de como os povos originários se firmam historicamente, sua espiritualidade, coletividade e como o fim desses povos e da floresta são o nosso fim.
Vemos o retrato dos Yanomamis, mas como um recado muito direto vemos que as pautas de manutenção de todos os povos indígenas de diferentes localidades tb são nossas pautas
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Celaro 22/08/2021

Uma lente para enxergar os yanomami
Este livro me fez mergulhar no universo da mente e costumes yanomami e entender que nosso modo de vida eurocêntrico se choca com a realidade deste povo da selva muito incompreendido e estigmatizado ainda hoje.
Um trabalho minucioso de mais de uma década, narrado e escrito por dois amigos: o xamã yanomami Davi Kopenawa e o etnógrafo francês Bruce Albert.
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isabelfilardo 05/07/2021

Uma travessia transformadora
Terminei a primeira leitura de A Queda do Céu. Foram seis meses de travessia. Digo primeira leitura pois esse livro se anuncia como livro de cabeceira, livro para ser lido e relido. Obra obrigatória em todas as bibliotecas do Brasil. Linda parceria entre Davi Kopenawa e Bruce Albert, é um livro escrito a quatro mãos, a duas vozes. Duas vozes que compõe uma só voz, que se coloca em defesa do sonho e da floresta. Me parece que ninguém sairá igual desse livro. Altamente recomendável.
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