Caio Chaves 20/09/2015
Andressa Urach é realmente um fenômeno no mundo das celebridades. A sinopse do livro não mente ou aumenta tal fato. Ela tem realmente demonstrar qualquer outra habilidade que não seja aparecer a qualquer custo e usar muito bem seu senso de oportunidade para tal fim,ela se torna maior do que apenas mais uma famosa gostosa, a graça dela está na explosão e descaramento de qualquer pudor para revelar e prolongar sua fama a qualquer custo, usando a si mesma e a todos como peças de seu jogo completamente sem regras. Uma versão à brasileira da Kim Kardashian.
Utilizando todos os truques possíveis e inventando um mundo falso, somos apresentados durante essas quase 300 páginas a trajetória de uma menina da periferida de Porto Alegre que sofreu desde a infância abusos de todos os tipos, desestruturação da família, ausência da mesma família que ela tentou arrumar no futuro, sonhos e frustrações. Somos apresentados ao mundo que a própria nos deixa entrar durante a narração que por sinal é bem amadora e inconclusiva deixando várias questões em aberto.
O livro serve como uma forma de penintência para a mesma que após conquistar o que mais desejava foi vítima dos seus próprios erros e cada declaração sobre seu passado ela narra sentir nojo de quem já foi um dia e prega atualmente ser uma "boa mulher" graças a Igreja Universal do Reino de Deus.
Durante o livro fica a dúvida se realmente ela está arrependida do passado ou apenas começando um novo capítulo, se aquelas declarações são verdadeiras ou criações para fazer o leitor sentir pena dela.
A Andressa para mim sempre foi muito mais inteligente dos que as pessoas acham e nessa biografia deu pra perceber bem, ela sempre soube o que queria e mesmo sabendo que iria se prejudicar ela continuava de todas as formas procurando a tão sonhada fama e dinheiro.
A mãe não saber da profissão da filha, as tais overdoses(que são na verdade as páginas mais imaginárias do livro), a iniciação na prostituição, o tal encontro com a Mão de Santo, todas são partes aumentadas ou inventadas, não há razão e pouquíssima credibilidade na narração, seja culpa dela ou de seus co-autores.
Como uma celebridade arrependida de sua "vida promíscua" Andressa nós mostra que independente de tudo que ela passou/criou/viveu/venceu, todos nós podemos encontrar a paz no tal Deus da Universal(a quem ela dedica o livro e procuro saber quem seria esse ser metafísico e por que ele tem esse adjetivo Universal interligado a ele). Como em toda história clássica de rendição, a mudança da nossa protagonista foi recompensada com um contrato de exclusividade como repórter de um programa da Tv Record, a mesma que fez uma mega campanha de marketing apresentando e divulgando a história de sua colaboradora com bestialidade, lesbianismo, fama e abismo, prostituição, reality show, cuspe na cara, revistas de mulheres peladas, Brasil, futebol e novelas, além de religiosos e empresários feitichistas.
A conversão de Andressa é justa e seria clara principalmente por ter quase morrido e sua história ter se tornado global e acompanhada por milhares ou quem sabe milhões de pessoas no mundo inteiro. Ela se tornou maior do que pretendia e continua a cada momento, a cada foto virando notícia.
Será que ela realmente se convertou ao Cristianismo?
Será que ela realmente falou a verdade nesse livro?
Será que ela realmente viveu tudo isso?
Se ela passou por tudo isso, para que expor para o grande público?
São perguntas sem respostas, que talvez nem a própria saiba responder. E isso que faz a Urach ser uma celebridade interessante, nós nunca realmente sabemos quais são as intenções dela e o que ela planeja fazer em seguida. E foi assim que desde que essa mulher bonita conseguiu sua primeira chance de ser famosa, continua sendo uma espécie de feitiche para os sites de fofoca e o público quem consome essa arte de se promover a todo custo. Como eu adoro esses sites, adoro celebridades, adoro a Andressa e continuo acompanhando os passos dela pela mesma mídia que ela ataca nesse livro.
Ser indiferente a Andressa Urach é impossível. Ame ou a odeie. Nós estamos aqui falando dela, de novo e de novo.
Até quando? Até quando ela quiser.