Lili Machado 27/06/2012A estória começa com um camponês pobre e analfabeto, que sai do campo em direção à cidade, para se casar com uma escrava.Um conto emocionante sobre a vida e o trabalho de um camponês chinês, durante o reinado do último Imperador. Um relato sobre a tragédia da vida. A estória da natureza cíclica da vida: das paixões e desejos que motivam os seres humanos a sobreviver e superar as diversidades.
A estória começa com a vida de um camponês pobre e analfabeto: Wang Lung; que sai do campo em direção à cidade, para a Casa de Hwang, para se casar com alguma de suas escravas.
Lá, ele recebe a escrava O-lan, como sua futura esposa. Trabalhadora e boa parideira, a feia O-lan suporta o desejo de Wang Lung de adquirir cada vez mais terras e permanece com ele, na saúde e na doença, trabalhando na roça, com grandes sacrifícios e criando seus filhos.
Como uma família, eles enfrentam o tumulto da China pré-revolucionária dos anos 20, e acabam ficando mais ricos do que podiam supor.
Na primeira oportunidade, eles compram terras da Casa de Hwang, de onde O-lan era escrava, agora em sérias dificuldades financeiras. Com o passar dos tempos, Wang Lung vai comprando cada vez mais terras de Hwang, até possuir toda a propriedade.
Com O-lan a seu lado, sua família segue prosperando, mas sua vida fica cada vez mais complicada. Wang Lung comete um ato extremo que despedaça o coração de O-lan, profundamente.
- Mas esse ato não posso relatar: seria spoiler.
À medida que os anos passam seus filhos se tornam instruídos e educados. A família continua a prosperar mas os filhos de Wang Lung não possuem a mesma veneração pela terra e pela vida rural. Agora eles são da cidade grande.
A jornada de Wang Lung e sua família, pela vida, serve como passagem pela qual todos nós podemos passar e nos tornarmos pessoas melhores.
Sua esposa O-lan representa a força e a dor através da ação de seu marido. Dor essa que não podia ser demonstrada. Sua vida é a vida de tantas mulheres...
A culpa e a teimosia de Wang Lung também estão brilhantemente caracterizadas no texto.
Este livro ganhou o prêmio Pulitzer em 1932, mas é tão atual como sempre, em sua simplicidade, contando as vidas de seres humanos em seu sistema sócio-econômico.
Sem dúvida, o estilo de escrita da autora, foi influenciado por sua própria imersão na cultura chinesa, já que viveu e cresceu na China, como filha de missionários presbiterianos. Seu livro mostra como a vida rural na China da virada do século XX, era, na realidade, sem os clichês normalmente apresentados no cinema e na literatura. Pearl Buck foi mais chinesa que os chineses.
Buck usa sua narrativa poderosa para nos mostrar a dor, o sofrimento, a ambição, a agonia, o orgulho e as outras emoções de Wang Lung e O-lan. Dessa forma, podemos vê-los como seres humanos e não, como personagens de uma estória.