Marcos Pinto 03/03/2016Zumbis + Star Wars = diversão garantidaA nave-prisão imperial Purgação encaminhava-se a uma prisão definitiva. Estavam na nave centenas de prisioneiros; entre eles: jovens, contrabandistas, assassinos e dois personagens que já conhecemos. Contudo, no meio do caminho, a nave quebra e eles ficam parados em um ponto inabitado do espaço. Aparentemente, ficariam assim por um bom tempo.
Entretanto, acabam avistando um destróier nas proximidades. Com a energia restante, aproximam-se da nave de combate imperial e fazem o acoplamento. O objetivo era conseguir peças que permitissem o conserto da Purgação. Para tal, mandam uma equipe de exploradores para o local. Mas, tudo começa a dar errado quando alguns dos enviados voltam doentes. Pior, a doença começa a se espalhar pela Purgação. Porém, não há nada que não esteja tão ruim que não possa piorar...
Partindo dessa premissa, Joe Schreiber cria um enredo ágil e levemente assustador. A ideia de casar Star Wars com zumbis é inusitada, mas foi bem trabalhada pelo autor, principalmente por causa da justificativa criada para o acontecimento. Os motivos apresentados fazem com que o “apocalipse zumbi” tenha sentido dentro de um universo como Star Wars, superando o que poderia ser apenas uma jogada de marketing.
“Não faltavam pesadelos na nave-prisão imperial Purgação” (p. 16).
Além disso, o fato de Schreiber escrever muito bem favorece demais o enredo. Ele sabe o momento certo de acelerar os acontecimentos e o momento em que deve parar e dar certo aprofundamento aos seus personagens. Isso deixa o enredo mais coeso e convincente, originando um livro que te fará ler por horas sem se cansar.
Contudo, se nos aspectos anteriores o autor foi muito bem, ele parece pecar um pouco na construção dos zumbis e nos momentos de ação que ocorrem por causa desses seres. Tirando o motivo da origem, que foi bem mesclado com o universo Star Wars, como já mencionado anteriormente, o desenvolvimento dos seres fantásticos parece muito familiar com centenas de outras séries que vemos por aí. Ou seja, se por um lado o autor foi bem em justificar a origem, faltou aprofundar as particularidades que uma infecção zumbi poderia causar dentro de uma nave fechada, preferindo apostar em clichês.
Quanto aos personagens, Schreiber faz o básico, mas que funciona bem. Além dos dois já consagrados, o autor dá um aprofundamento há poucos outros, o que deixa a trama mais centrada. Apesar disso, conhecemos apenas algumas informações realmente relevantes do passado desses personagens e que justificam atitudes tomadas dentro do enredo. Isso torna o enredo mais ágil, mas deixa a obra um degrau abaixo das demais do Legends.
“O universo te, senso de humor, só que é mórbido” (p. 121).
Quanto à parte física, eu não tenho o que reclamar. A Aleph, como sempre, criou um trabalho de qualidade. A capa está bonita e representa com perfeição o conteúdo da obra. A diagramação é muito boa, como em todos os livros do Star Wars, além de ser confortável e proporcionar uma boa leitura. A revisão e tradução também estão ótimas.
Assim sendo, diante dos aspectos mencionados, indico Troopers da Morte para quem quer um bom enredo que misture Star Wars e Zumbis. Se o objetivo for passar o tempo com uma leitura agradável, esse livro é uma ótima opção. Porém, se por outro lado, você procura obras mais profundas dentro de Star Wars, a própria Aleph proporciona uma série de outros livros para você.
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http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/03/resenha-troopers-da-morte.html