Resenhas - A arte de ter razão

de Paula 23/01/2022

Filosofia e dialética acessível para nossos tempos
Devo enfatizar que o trabalho feito pelo autor e filósofo neste ensaio é de uma preciosidade sem tamanho em nossos dias. Mais do que aprender sobre como utilizar a dialética (comunicação e argumentação) ao nosso favor, evita que pessoas mais leigas em assuntos complexos caiam em armadilhas e sejam surrupiadas mentalmente por argumentos e falácias que beneficiarão charlatões e gente mal intencionada.

Dito isso, acho que nos nossos dias este ensaio se aplica tão bem ou melhor do que na época de sua concepção. É um texto vivo e real, que reflete aspectos bons e ruins de debates comuns no nosso dia a dia, ainda mais com as redes sociais, onde todos se tornaram "especialistas" em muitos assuntos que não entendem e acabam partindo para a agressão verbal, o que faz o debate se abster do assunto principal e cair em ofensas gratuitas.

Os estratagemas expostos por Schopenhauer visam ganhar uma discussão, por isso a arte de ter razão, não a busca pela verdade do tema debatido ou abrir a visão em caso de entender melhor o argumento do adversário, mas, manter o orgulho e o egocentrismo dentro dessa ideia. Pensando nisso, a probabilidade de pessoas mal intencionadas ou bem intencionadas para o benefício próprio usarem isso para manipular as pessoas é grande e daí parte a necessidade de lermos livros assim e entender como são utilizados esses estratagemas e nos defendermos.

A leitura é fluida, embora conte com termos em latim e grego, assim como referências a filosofia clássica e moderna, por isso, é um livro acessível para especialistas e para néscios. Recomendo a leitura com atenção e análise sobre o argumento 30, principalmente, quando se fala de verdades incontestáveis e especialistas, que eu vi como o mais impactante em nossos dias e manipulação de massas, o que impacta na política, estrutura social, enfim, em tudo ao nosso redor e nossa forma de ver o mundo.

Recomendo a leitura e a releitura quantas vezes forem necessárias.

Emerson 19/01/2022

A obra "A arte de ter razão", de Arthur Schopenhauer, é dividida em três partes. A primeira é sobre o significado de dialética erística conceituado pelo autor como o "estudo do comportamento arrogante natural do ser humano". A dialética erística é o conflito de ideias que sustenta a "doutrina do poder de debate".
A segunda parte, trata-se da base de toda dialética e a verdade não se faz necessária para vencer um debate, mas se iniciarmos discussões com "afirmações verdadeiras só podem ser seguidas por conclusões verdadeiras, apesar das falsas nem sempre serem seguidas por conclusões falsas".
Já na terceira divisão, Schopenhauer lista as 38 estratégias para vencer um debate. O livro, escrito em 1830, é baseado nos pensamentos do filósofo Aristóteles. Nem todas as estratégias são seguidas de exemplos, algumas são mais complexas e não exclusivas, pois uma ou outra repetem um conceito semelhante a anterior. O escritor destaca, seguidamente durante a narrativa, a vitória. Não entre em um debate se não for para sair vitorioso.

SAM 14/01/2022

Diria... Interessante
A forma como é escrita esse livro, é de fácil compreensão, só peca em ter palavras em latim e grego sem a tradução por perto, outras com apenas uma vez, palavras que aparecem muito, mas fora isso, o livro é bem didático e auto explicativo.

Ariane Senna 10/01/2022

O livro tem um narrativa lenda e meio ultrapassada, achei muito chato. Não era o que esperava, mas pelo menos o livro tem poucas páginas.

Fsanz 07/01/2022

Arte
Schopenhauer nos da um show de sabedoria em suas palavras. Neste livro ele retrata estratégias para um melhor desenvolvimento pessoal em meio à um debate.
A forma que isso é descrito é de fácil compreensão, com bastante conteúdo e dialética prática.
É um livro breve, mas com bastante conteúdo relevante para o determinado assunto.

Henry 29/12/2021

Aparentemente tentando distorcer Schopenhauer
Esperava mais...
O livro é extremamente raso, algumas das estratégias são simplesmente jogadas sem exemplo algum, contendo somente alguns versos de explicação.
Um outro ponto que deixa a desejar é essa edição. Nela, houve a tentativa de incluir mais exemplos, porém, além de estarem todos desorganizados (o exemplo da estratégia 35 se encontra depois da estratégia 38), os exemplos foram incluídos, obviamente, não por Arthur Schopenhauer, mas por brasileiros tendenciosos. Digo isso porque simplesmente TODOS exemplos são de alguma forma uma crítica ao PT ou partidos contrários a extrema direita do Brasil. Eu nem sou petista e mesmo assim consegui notar toda a persistência para encaixar as estratégias a opositores, de forma muito parcial.

renatocaldas 12/12/2021

Bom mais como arma de autodefesa que de ataque.
Quem vive o Brasil do século XXI, sobretudo a polarização que se firmou das eleições de 2018 para cá, tem tido aulas práticas dioturnamente de como alguns dos estratagemas de Schopenhauer vêm sendo empregados com a mesma falta de escrúpulos que a pregada pelo autor. Isso deixa no leitor atento o sentimento de que tais estratagemas não são mais novidade e, de alguma forma, comunicam pontos de vista que não criam mais surpresa ao leitor. Mais que isso: parece que nossa realidade política levou cada estratagema a um nível agudo e extremo, sobretudo os estratagemas que cuidam do método de ataque ad personam. Entretanto, como defendo diariamente, acredito que é uma leitura obrigatória a quem deseja compreender as raízes do comportamento argumentativo baseado na irracionalidade e na agressão pura e desmedida que observamos na nossa sociedade tão polarizada e ignorante.

Doug 11/12/2021

Interessante, mas raso.
Creio que talvez minhas expectativas estavam mais altas que a leitura do livro, pois o mesmo não me chamou a atenção, parecendo ser apenas um guia prático de um folheto que você acha no chão. Como parte disso pode ser culpa minha, fica meu compromisso de reler quando tiver mais maturidade.

brendaflleal 27/11/2021

Relevante
O livro é bastante acessível, traz um português muito simples, extremamente necessário para quem trabalha com argumentos, para os estudantes de direito deveria ser obrigatório.

Miureula 26/11/2021

Interessante
Acho q no início traz informações dms, porém as estratégias em si estão mt bem sintetizadas, um livro mt interessante

Julia Weiss Loures 19/11/2021

O livro é bem simples, possui 38 estratégias para se defender do oponente em um debate político e não lógico, conhecimento ou raciocínio mesmo que sejam algumas das vezes desprovidas de ética ou até mesmo sendo um tanto sórdido.

Alberto 22/10/2021

Arte da falácia
A maioria das 38 estratégias são desprovidas de ética. É praticamente um manual de debate para políticos. A ideia não é ganhar um debate pela lógica, conhecimento ou raciocínio, mas sim por qualquer meio disponível, ainda que sórdido.

Eduardo S. Trindade 21/10/2021

Importante!
O livro é bastante sucinto e possuí uma linguagem simples, além disso, possui vários exemplos de uso, conselhos e métodos para se defender dos estratagemas.
Isso tudo é apresentado com a ironia típica do Schopenhauer, que, muitas vezes, acaba sendo engraçado nas suas duras críticas.

Concluindo, considero um livro importante para todas as pessoas e pretendo ler diversas vezes, afinal, os métodos aqui descritos são usados por diversos políticos e influenciadores.

Brito 05/08/2021

Schopenhauer- A arte de ter sempre razão
Mais um interessante livro do autor do mundo como vontade e como representação. As estratégias que Schopenhauer postula para se ter sempre razão são as velhas falácias que já vêem de Aristóteles, mas ele dá-lhes um toque muito pessoal, através de exemplos da sua lavra; mas continuam a ser as velhas falácias. O que o autor faz, certamente por ironia, é que habitualmente os autores identificam as falácias como erros de que se deve fugir, mas o mestre dos mestres concedendo que o homem é naturalmente obstinado, para quem o erro a existir se acha no pensamento do outro, decidiu mostrar estes estratagemas como modo de ganhar qualquer refrega verbal, mesmo sem ter razão.
Schopenhauer diz ao mundo, tendo em conta que o que pretendem é ganhar por qualquer meio, então aproveitem e usem estas estratégias falaciosas para ganhar sem ter em conta a verdade.
Mais original é o texto sobre o fundamento da moral com os motivos anti-morais, nomeadamente o egoísmo, a que contrapõe a seguir a piedade como fundamento moral. É um texto breve, mas muito elucidativo do pensamento do autor e onde se percebe bem a influência que teve em outros autores; lembra, nomeadamente alguns posicionamentos de Tosltoi. Não há dúvida que a piedade é uma das variáveis que fundamenta necessariamente a moral, sobretudo, parece-me, em termos de uma visão prática. Original, talvez até visionário, é o texto em que o autor de Parerga e Paralipomena expressa as suas preocupações com a forma como os animais são tratados pelos humanos e mostra como esse tipo de tratamento é a manifestação de um certo tipo de desenvolvimento moral, ou a sua ausência.
Um livro que se lê com muito gosto, tanto pelas ideias sempre ricas que o autor defende, como pela forma como alicerça o seu pensamento numa escrita lúcida, inteligente, mordaz, metaforicamente elucidativa e clara.