Renata CCS 01/02/2013O OPOSITOR é uma espécie de crônica ampliada: é divertido e fácil de ler.No livro O OPOSITOR, Veríssimo conta a historia de um jovem repórter que vai a Manaus para fazer uma reportagem sobre ervas alucinógenas. Ao entrar num bar para matar a sede, é abordado por um homem que se apresenta como Polaco, um tipo incômodo e que lhe faz várias perguntas, até chegar em uma estranha história sobre assassinatos, alegando que existem 21 maneiras de se matar uma pessoa com as mãos, e que ele conhece todas. Daí então que começa a contar que fazia parte de um grande grupo secreto e que seu papel era de um opositor, ou seja, “apagava” pessoas. Uma de suas missões era de matar um cientista que havia soltado uma grande doença no Congo. Após uma semana de conversa, Polaco diz ao jovem que as histórias incríveis como as dele só são admissíveis como ficção e como histórias contadas por bêbados em bares, não como fato. Na verdade, até certo ponto da história, não sabemos se o jornalista está “viajando” com as ervas alucinógenas que passa a experimentar com sua namorada, Serena, ou se os fatos narrados pelo pinguço polaco realmente são reais. O OPOSITOR reúne vários elementos de mistérios e conspirações. Para construir uma trama de assassinatos e intrigas internacionais, o autor até utiliza lendas urbanas espalhadas pela internet. O livro é narrado de forma inteligente e humorística, achei hilárias as passagens do jornalista com Serena, que é metade índia e metade dinamarquesa, e faz sons guturais quando transam. A narrativa diverte e conquista, pois traz o mesmo humor inusitado que Veríssimo cultiva em suas crônicas, gênero em que é mestre.