nanda 29/08/2016"O que eu quero dizer é só que valeu a pena. Talvez o livro nem rende uma cadeira de imortal, ou Jabuti, ou etc, mas Julia tem essa coisa de futucar nossos corações. Tocar não, tocar é muito delicado, muito sutil e sensível, muito correto e suave, possivelmente intencional. O que JoutJout tem feito ha um tempo, no youtube e no papel, é chamar você e dizer “vem cá, xo te contar uma desgracinha que aconteceu aqui comigo pra gente rir junto da maluquice que é viver e depois ver umas series em paz”. E,como quem não quer nada, assim ela faz você entender que as coisas bizarras e complicadas vão aparecer, e o melhor que a gente tem a fazer é um draminha. E depois deixar passar, porque a fila anda e tem mais drama querendo ser feito, então bora. Julia não nos aconchega em um colo quentinho, cheio de palavras doces sussurradas ao ouvido; ela é mais aquela criança que vai puxar o band-aid do seu braço pra ver o seu ralado que já virou uma casquinha mole porque faz uma semana que aquela porquice ta grudada no seu braço porque você tava com medo de tirar, e depois rir com você porque no fim nem doeu arrancar o band-aid e você tava ai com medinho, que bobeira.
Pois bem, me chacoalhei de rir no metrô algumas vezes, pessoas me olharam estranho, deixei meus pés me arrastarem pelo caminho até o trabalho por 5 dias enquanto eu lia só mais 17 páginas andando (ler parado é para os fracos), e no ultimo ponto final já estava imaginando algumas viagens pela Europa, desistido da segunda graduação, me livrado de algumas crises, arrumado várias outras, e me perguntava profundamente “mas que tanto de série essa menina encontra pra assistir, deus?”"
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