Thuanne Hannah 06/03/2018Maud é uma senhora de oitenta anos que costuma esquecer muitas coisas e por esse motivo, escreve diversos bilhetes para se lembrar de coisas importantes. Em um desses bilhetes está escrito que sua amiga Elizabeth está desaparecida. Elizabeth sempre a visitava, mas essas visitas não acontecem mais – ou Maud acham que não acontecem? - E ela fica muito preocupada. Por mais que todos ao seu redor digam que sua amiga está bem, Maud tem certeza que algo aconteceu a ela.
Quando mais jovem, Maud sofreu com o desaparecimento da irmã e ao decorrer do livro vamos descobrindo mais detalhes do que aconteceu. O título do livro é Onde está Elizabeth, mas poderia muito bem ser: Onde está Sukey? Pois ao decorrer de toda a história a lembrança do desaparecimento da irmã assombra Maud. Tudo parece se misturar na cabeça dela, muitos acontecimentos trazem lembranças de coisas que aconteceram naquela época, então conseguimos acompanhamos dois desaparecimentos ao invés de um.
Maud esquecia as coisas a cada minuto, então era bem difícil conseguir provas concretas. Muitas vezes ela olhava para os seus bilhetes sem saber o que significavam e acaba jogando tudo fora... Dava uma pena! Ninguém levava a sério o que ela dizia e ela se sentia totalmente perdida. Foi interessante a forma como a autora desenvolveu a história, as memórias antigas de Maud eram muito mais claras do que os acontecimentos recentes, que é uma coisa bem comum de acontecer com pessoas que tem Alzheimer. Percebemos ao decorrer do livro, que a memória de Maud vai ficando ainda pior, tanto que nos últimos capítulos ela tem dificuldade de se lembrar até de sua filha e sua neta.
O livro é narrado apenas por Maud, mas sempre mesclando passado e presente. Tem gente que não gosta desse tipo de escrita, eu não tenho problemas com isso, muito pelo contrário, acho bem interessante. Não conhecia a autora, mas gostei muito da sua escrita, pode até parecer cansativo o fato da narradora esquecer sempre o que estava fazendo, mas na verdade acaba sendo bem envolvente, principalmente quando acontece algo que a remete ao passado, pois a autora aproveita esses ganchos para falar sobre a irmã de Maud, achei isso muito legal, a autora foi muito perspicaz.
Não achei os personagens secundários tão legais, exceto pela neta de Maud, que era a única que parecia ter paciência com a avó. A filha de Maud muitas vezes era impaciente com ela, o que me deixou bem irritada. Frank, que era o marido de Sukey apareceu em diversas situações nas memórias de Maud, ele era um sujeito esquisito e briguento demais. E Douglas era um inquilino que morava na casa de Maud quando ela era adolescente e apareceu bastante nas memórias também, ele era um sujeito muito misterioso e Frank não gostava nem um pouco dele.
Confesso que esperava um pouco mais do final, todo o suspense do livro me fez imaginar um final surpreendente, mas não foi o que ocorreu. Parece que a autora decidiu não arriscar e fiquei um pouco frustrada com o desfecho. No fim, descobrimos o que aconteceu nos dois casos, mas senti que algumas pontas ficaram soltas e achando que o final deveria ter sido mais trabalhado. Mas mesmo assim, recomendo a leitura, pode ser que o final seja melhor para você.
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