naponiic 30/12/2020
Uma Típica Fanfic?
Vou confessar: vim ler Carry On imaginando que se trataria da mesma fanfic escrita por Cath em Fangirl. Mas, com toda a certeza não me decepcionei com a leitura, que não condizia exatamente com a minha expectativa.
Em Fangirl, já dá para ter uma noção que a série de livros "Simon Snow" é o equivalente ao nosso "Harry Potter", e ao prosseguir com a leitura, dá para traçar claros paralelos com a outra saga: mundo bruxo, escola de magia, um perigo eminente e claro: o Escolhido que supostamente deveria acabar com tudo aquilo.
O diferencial está no "supostamente" ? okay, e também no fato do livro ser uma gayzice total, mas ainda assim... ? Refiro-me desse modo pois Simon carrega uma ínfima particularidade quanto aos "chosen ones" mais populares (tais como Percy Jackson e o bruxinho já citado). Snow, ao contrário dos outros, já deveria estar pronto para combater o inimigo em questão: afinal, não crescemos junto com o protagonista. Rainbow Rowell já nos insere no mundo dos personagens com a chegada do último ano na escola Watford de magia.
Assim, somos recebidos com um personagem "quebrado e incompleto", que mesmo após receber todo o treinamento e instrução do mundo, ainda não faz a menor ideia de como acabar com a situação, atendendo as expectativas de seus colegas e professores.
Falando assim, parece que Simon Snow tem uma caracterização extremamente sombria e problemática, mas vou me retratar: o cara carrega a personalidade de um pastor alemão com alguns problemas de adestramento. E ponto.
Ah, não posso deixar de falar do clássico "enemies to lovers" ao maior estilo Draco & Harry* (com a diferença que Baz não é um babaquinha pomposo tão insuportável quanto o sonserino, ainda que tenha suas recaídas). Devo ter perdido a conta de quantas vezes a obsessão do Snow por saber exatamente o que Baz estava tramando me lembrou fanfics de Drarry, mas com seu brilho próprio (e menos doentio).
Outra personagem que não posso deixar de comentar é a Penélope Bunce ? com certeza uma das minhas favoritas. Com um ar de Hermione e uma pitada de rebeldia, Penny teria tudo para ser a parceira amorosa de Snow em um clichê qualquer, mas adorei ver o como isso não pareceu nem passar na cabeça da autora durante a história.
(Por outro lado, foi um saco ter que engolir a Agatha. Cada cena que ela aparecia eu me revirava no banco em agonia. Ela não me desceu)
A narrativa de Carry On, apesar de tudo, me pareceu mais próxima de Percy Jackson (caso fossem permitidos palavrões a torto e a direita). Aliado a um universo mágico tão conhecido, não é difícil compreender as mecânicas e política próprias que nele estão inseridas.
A única coisa que me pareceu meio deslocada e jogada foi o sistema de descrição das batalhas, mas talvez seja para combinar com a procedência do protagonista, quem sabe...
Em suma, já estou partindo para ler o segundo livro da saga :)
*ew.