O Quarto de Jacob

O Quarto de Jacob Virginia Woolf




Resenhas - O quarto de Jacob


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Bianca2570 10/04/2024

Para quem quer se aventurar no fluxo de consciência
É especialmente difícil falar sobre este livro e tentar descrevê-lo. E creio, sinceramente, que a intenção desta obra nunca foi causar qualquer compreensão além da mais abstrata noção.

Felizmente, tive contato com a Virgínia Woolf em "Um Teto Todo Seu" antes de ler "O Quarto de Jacob".

É de conhecimento comum que este terceiro romance publicado por ela, foi o primeiro que ela não esteve "censurada" por sua editora e pôde correr livre com suas ideias.

Experimentação. Essa é uma palavra comum utilizada para descrever este livro.

Aqui o fluxo de consciência corre da forma mais complexa e efêmera. Nada neste livro é tangível e vários elementos aumentam uma camada de complexidade; a narrativa não é linear, acompanhamos a história pelo olhar de múltiplos personagens diferentes e a maior parte deles escoa pelo livro com a fluidez de um espectro. Além de tudo isso, nossa narradora nunca chega perto demais do Jacob, para que consigamos entender essa pessoa.

E é justamente sobre isso. Em "um teto todo seu" a Virgínia faz críticas veementes sobre a descrição do gênero feminino a partir da ótica masculina, alegando, entre outros tantos argumentos, a absurda complexidade do indíviduo e como nossa percepção sobre o outro é manchada pela pouca frequência que temos contato com "ele" (e ainda assim julgamos rapidamente).

Nunca temos contato direto com Jacob e o pouco que temos, parece que o estamos vendo embaixo d'água. Nada é nítido, nada é óbvio, tudo é muito subjetivo e abstrato. Todas as personagens que descrevem os encontros com Jacob são lindamente complexas, muitas vezes sendo absurdamente mais interessantes que o próprio protagonista da nossa observação.

Creio que mais uma camada crítica foi adicionada quando a Virgínia escolheu descrever um britânico intelectual apático e academicista.

É uma obra fantástica que me fez correr atrás de vários textos de apoio para compreender melhor essa complexidade, de tão instigante que é.

Estela, foi um prazer enorme ler esse livro contigo! Nossas trocas durante a leitura fez dessa, uma experiência especialmente valiosa!
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Edna 31/03/2024

Somos únicos
Quanto tempo será necessário para que cada ser entenda a si próprio?! Jamais encontraremos a exatidão dessa resposta porque somos únicos e a liberdade, a realização de cada pessoa pode ser medida mas nunca comparada.

?Parece, portanto, que homens e mulheres falham igualmente.?

Jacob as vezes com ideias brilhantes e em outros momentos nos parece perdido.

?É assim que vivemos, dizem, impulsionados por uma força inapreensível. Dizem que os romancistas jamais a captam; que ela prossegue em disparada através de suas malhas e as rasga em trapos. É disso que vivemos.? p.169

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Ana Laura Duarte 07/03/2024

Clássicos são clássicos
Tem passagens lindíssimas, é quase ler poesia em forma de prosa. Merece a fama que tem.

Apesar de reconhecer o poder desse livro, a beleza dele e a importância historicamente, acho que escolhi um momento ruim pra começar a leitura, e eu não me conectei com a obra.
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Geeh.Paes 26/02/2024

O quarto de Jacob - 1922

Adentrar no imaginário da obra que homenageia o irmão de Virgínia Woolf -Thoby- é uma experiência surreal pois, ao passo que compreende-se o amadurecimento pessoal e intelectual do nosso personagem principal, Jacob, conhecemos as vivências familiares da própria Virginia.
Não é novidade para ninguém que eu amo a estrutura das obras da V.W. justamente pelo fato de, ao mesmo tempo em que ela cria seu próprio estilo e se desprende das estruturas literárias, ela também segue um padrão literário comum dos romances modernistas.
Nessa obra, experimentamos a vivência do jovem curioso e inteligente mas indiferente, Jacob Flanders, em busca da sua construção identitária cultural e intelectual nas suas viagens em busca de conhecimento e cultura também conhecemos uma diversidade de personagens complexos e comuns que vem e vão, aparecem e somem, o que já é de se esperar vindo de Virginia.
O que eu mais gostei nessa narrativa foi o adentrar nas mentes confusas e complexas de seus personagens trazendo uma diversidade de questionamentos sobre a vida humana, as aflições e incertezas assim como, a afeição para com o outro, coisa que só a escrita em fluxo de consciência da Virginia é capaz de fazer.
Ainda, em muitas passagens percebemos as provocações típicas sobre tantas aspectos importantes para uma sociedade, tais quais política, religião, amores, direitos e deveres e sobre como a guerra é coisa de homem e o quanto ela devasta o mundo, nosso próprio personagem principal é uma homenagem aos homens que morreram em batalha. Ainda, percebe-se uma quantidade generosa de referências literárias das mais requisitadas, amo ler Virgínia falando sobre as Brontë, Austen ou Shelley, amo ler as provocações políticas sobre a Inglaterra e suas relações com outras nações, e amo a liberdade com que ela o faz a partir dessa obra (para quem não sabe, esse livro foi o primeiro que ela publicou de forma independente, em sua própria editora) isso que explica a maturidade intelectual que fica perceptível na narrativa. Com isso compreendo muito do que ela quis dizer em ?Um teto todo seu? que ?uma mulher precisa de dinheiro e um teto todo seu se quiser escrever ficção?.
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Mareufq 19/01/2024

Fragmentos de Jacob
"Não era muito infeliz; como já tivesse quarenta e cinco anos talvez nunca chegasse a ser muito infeliz, quer dizer, desesperada mente infeliz"

"Ninguém vê ninguém tal qual é - exceto uma senhora idosa diante de um estranho no vagão de trem"

"E ela guardava suas emoções no peito como um avarento. Não gastara nem uma moedinha em todos esses anos"

"A vida é muito agradável, embora infortunadamente haja grande número de imbecis por aí"

"Não são catástrofes, assassinatos, mortes, enfermidades que nos envelhecem e matam; é o modo como as pessoas olham e riem, e sobem correndo os degraus do ônibus"

"O estranho em relação à vida é que, embora sua natureza deva ter sido evidente para todo mundo há centenas de anos, ninguém deixou registro adequado"

"Sem dúvida, nossa vida seria muito pior sem o nosso espantoso talento para a ilusão"
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Lutexana 28/12/2023

Um livro de memórias
Memórias dos outros sobre o Jacob, ou Jacó em algumas traduções, jovem inglês que morreu durante a Primeira Guerra Mundial. Nessa obra a Virgínia Woolf usa o fluxo de consciência como meio de capturar as vivências que outras pessoas compartilharam com Jacob Flanders desde a mãe até amigos e amantes.
Vale destacar o quanto alguns "figurantes" que aparecem por uma dúzia de páginas, com seus dilemas psicólogos, são marcantes: Sandra Wentworth Williams, Fanny Elmer, Florinda...
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Luiz Souza 14/11/2023

Jovem misterioso
O livro conta a história de Jacob Flanders um jovem que viaja muito e que te uma visão bem errada sobre as mulheres, chega a incomodar suas reflexões sobre as mulheres é de um jeito horrível.

Algum exemplo do que ele diz
" Esta manhã havia umas mulheres horrorosas " e por aí vai.

Ele não se rende nem aos encantos de Clara que rapaz difícil mas lá pelo penúltimo capítulo deu a impressão que ele traiu seu amigo pegando a esposa só que ficou um pouco subjetivo kkk.

Ele gostava de borboletas quando criança uma coisa boa a se dizer dele.

A história é toda de fragmentos sobre Jacob sobre a perspectiva dos outros personagens sobre ele.
Era uma narrativa experimental que a autora fez.

Curioso que esse livro foi publicado no mesmo ano que Ulysses (1922) , Virginia não gostava muito das obras de James Joyce , diferente de seu amigo TS Eliot.

O livro é bem escrito e tem passagens bastantes lindas quase um poema em forma de prosa vale a pena acompanhar a leitura.

Ótima leitura.
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Mila F. @delivroemlivro_ 06/10/2023

O Quarto de Jacob é um clássico da literatura inglesa e só por isso já vale a leitura, mas por ser uma narrativa fragmentada sua leitura é absolutamente desafiadora
Saudações Leitores!

Se tem uma escritora que há tempos eu queria muito ler essa é a britânica Virgínia Woolf e, não faço ideia se comecei pelo livro certo, mas iniciei minhas aventuras pela escrita da autora pela novela O Quarto de Jacob (1922) por ser um livro pequeno (com menos de 200 páginas) e agora venho dar meu parecer de forma breve e suscinta (espero).

Pra começar, Virgínia Woolf é uma das precursoras dos romances de fluxo de consciência (ou romances psicológicos), um estilo de livro que sempre acho muito complexo a leitura, pois exige do leitor uma atenção redobrada e, portanto, sabia que teria dificuldade de acompanhar o raciocínio fragmentado desse tipo de narrativa; para completar, este ser meu primeiro contato com as obras de Woolf também é um ponto a ser levado em consideração no meu parecer.

O estilo psicológico de O Quarto de Jacob é muito elogiado e vai trazer para o leitor, em vários recortes a vida de Jacob Flanders: fragmentos de sua infância, sua educação, sua vida adulta, seus romances e também abordará assuntos que vão de íntimos, filosóficos, existencialistas e até assuntos mais triviais na vida desse personagem.

Algo que me chamou bastante atenção em O Quarto de Jacob é o fato do volume ser contado através do ponto de vista externo de Jacob Flanders, ou seja é um fluxo de pensamentos sobre esse personagem mas sob a ótica e percepções das mulheres da vida de Jacob. São bastante raro os momentos de "vozes" masculinas no texto e isso inclui a do personagem.

Não foram raras as vezes que, durante a leitura, senti que estava deixando passar alguma coisa ou de que O Quarto de Jacob era um livro que exigia uma leitura de apoio (que essa edição, lamentavelmente, não oferece), percebi que o volume queria nos apresentar Jacob, mas a autora mostrou a impossibilidade de conhecermos a fundo alguém, pois a percepção que temos de um sujeito muda de pessoa para pessoa e que esse sujeito se mostra único para cada pessoa.

Também durante a leitura percebi que a narrativa literária modernista visava provocar um incômodo no leitor ao passo que nos fazia questionar e refletir sobre os costumes e a educação da época.

Ao final do volume, devo admitir que já estava um pouco mais acostumada com a escrita de Virgínia Woolf, porém, ainda assim, não fui capaz de desvendar ou responder ao questionamento: Quem é Jacob Flanders? Talvez seja essa a intenção da autora: nos deixar "cegos" a respeito do personagem.

Vou ser bem honesta, não sei se Jacob era interessante o suficiente para render quase 200 páginas; achei a leitura difícil e a exigência de concentração fez com que eu não conseguisse me envolver tanto com o que estava sendo narrado. em contrapartida, nessa primeira leitura "perdi" muita coisa, que numa possível releitura poderei capturar mais e talvez seja capaz de mudar minha opinião acerca do livro (ou não).

Para resumir minhas sensações durante a leitura, creio que um sentimento que me sobrepairou enquanto eu lia foi a angústia da brevidade da existência humana e, inclusive, em vários momentos da narrativa de forma direta ou indireta é apresentado uma imagem ou referência à morte, acredito que esse tópico é também uma das grandes questões do livro, da vida em si e inclusive um dos assuntos que Woolf costuma abordar em seus livros.

Acredito que em um próximo livro de Virgínia Woolf que eu ler se torne uma leitura mais prazerosa e consiga apreciar mais por estar mais "íntima" do estilo de escrita da autora. Apesar de não ter apreciado muito a leitura, acredito que vale a pena pela experiência em si.

Boas Leituras e até o próximo post!

site: www.delivroemlivro.com.br
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Little Mary 04/10/2023

Linguagem mordenista é doideira
É extremamente difícil de se ler, principalmente quando se está acusando as narrativas lineares. Não existe um arco de desenvolvimento que fique claro ao leitor o que se está acontecendo nessa história. A história supostamente é sobre Jacob, quem é Jacob? Até agora não sei. É como se toda a história do Jacob tivesse sido escrita por um narrador que não tinha domínio sobre o personagem e por isso narrativa e desconexa e apresenta apenas situações e casualidades muito aleatórias da vida do personagem. É como assistir trechos cortados de um filme sem contexto, você sabe que o personagem está crescendo, mas você não consegue entender o que fez ele mudar e amadurecer porque simplesmente não aparece na narrativa.

Espero reler e entender mais algum dia.
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Barbara.Schirato 20/08/2023

Nunca tive tanta dificuldade pra atribuir uma nota!
Sinceramente dei 3,5 mais por "sentir" do que realmente ter certeza dessa nota, se pudesse daria 3,8 pois pra mim foi um livro fora de prumo, longe de um lugar normal, Virgínia não é conhecida por ser pouco original em sua escrita e isso nós sabemos com facilidade, mas nada me preparou para o curso desse livro, muito prosaico, com passagens e personagens profundos passando em relance, meus personagens favoritos estão longe do arco principal, e ele em si flutua muito, hora perto e hora longe de nós, como vagalumes que voam, como sempre a escrita da Virgínia é muito boa e dá asas a imaginação, mas aqui ela também confunde e muitas vezes se apresenta nebulosa como um dia que passa muito rápido diante dos nossos olhos e em que só assimilamos metade de coisas ditas de forma incompleta. Eu não tive apego algum com Jacob Flanders e muito pouco com as mocinhas que cruzam seu caminho e mesmo sabendo qual seria o final de forma alguma esperava que tivesse sido conduzido como de fato foi. Eu literalmente fechei os olhos e disse "mas que merda, que bosta viu" e lembrei de "mas isso é tudo?" O tudo e nada parecem andar juntos, o que temos é muito pouco e ao mesmo tempo é tudo, o que será que resta ao final, resta algo? Será que ao chegar ao final terá valido a pena? E quem determina se valeu ou não? Eu enquanto leitora não sei o que dizer, estou apenas contemplando o vazio.
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Ehkew 02/08/2023

Achei a história interessante, você não sabe o que esperar. Fica tentando pegar detalhes de cada narrador para conseguir chegar à quem é e como é o Jacob.
A autora tem uma críticas e apontamentos muito bons embora sutis. Vou ler de novo num futuro próximo. Com tantos pontos de vista acabei me perdendo algumas vezes e enrolando pra ler esqueci alguns personagens o que deixou confuso.
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Camila2076 10/07/2023

O quarto de jacob
O quarto de Jacob foi uma leitura que me tirou da zona de conforto total.

É engraçado como a autora descreve o quarto dele com seus livros , espaços etc e também como esse quarto reflete sua alma. Reflete quem Jacob é! E olha que demorei a entender ,pois é um personagem complexo.

Ainda não tinha lido nada igual. Mas é um livro que trata sobre o militarismo, o patriarcado e tantos outros assuntos além de referências literárias que o próprio Jacob lê.

Enfim, foi um livro interessante para ler e que revela uma forma diferente da escrita de Virginia Woolf.
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uu 13/04/2023

Achei que estava pronto pra ler clássicos mas não deu muito certo ? meta é ler esse livro ano que vem.
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mari; 05/04/2023

Não foi a melhor leitura do mundo. eu fiquei me perguntando quem é jacob o livro todo pelo fato de que ele é narrado por outras pessoas e não conhecemos ele durante a leitura por ele mesmo.
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Thcylla 17/03/2023

Jacob
"A infelicidade é um estado de espírito e com isso quero dizer que não é a resultante necessária de uma causa específica."

O que mais gostei no livro foi a maneira como percebemos os sentimentos de Jacob. Virginia Woolf, genial como sempre, não informa isso através de descrições comuns, mas sim através do próprio silêncio dele; e isto parece impossível ? conhecer o personagem através de seu próprio silêncio; mas não para Virginia Woolf, a grande dama do romance moderno que cada vez mais me prova o seu poder. Ela é perfeita.
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