Enclausurado

Enclausurado Ian McEwan




Resenhas - Enclausurado


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Felipe770 09/12/2022

McEwan é um dos melhores narradores que conheço. Instigante, o livro abre de forma magistral, descrevendo a perspectiva de um bebê ainda no útero. A história é excelente, mas vale somente para acompanhar uma narrativa na qual os sentidos são limitados e não-usuais. Recomendo muito!
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Lucas 06/06/2020

Vale a leitura, mas baixe suas expectativas
A premissa da história é excelente: o narrador é um feto na barriga da mãe ouvindo os planos dela e do namorado para assassinar o pai dele.

Contudo, justamente devido a premissa, a história acaba sendo bastante simples, com um número bem reduzido de personagem e acontece inteiramente no mesmo local.

O narrador/feto mostra-se bastante erudito e em diversos momentos faz análises filosóficas bastante complexas dos acontecimentos. Entendendo a ideia do livro, isso acaba trazendo um ar cômico e sarcástico para a leitura.

Por ser um livro bastante pequeno acho que vale a pena a leitura. Mesmo a história sendo simples o autor conseguiu prender minha atenção até o fim.

Vi que o autor de tem outros livros mais famosos e ganhador de grandes prêmios. Vou comprar mais algum pra ler.
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Mariana.Guimaraes 22/08/2022

Muito chatoooo
O bebê é insuportável, nossa, chato chato. Li rápido só pra acabar logo com isso. Os momentos que o bebê fica devaneando não dá pra ler por inteiro, ninguém tem saco pra isso. Não gostei, achei todo mundo péssimo, o livro me passou raiva.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 30/10/2016

Ian McEwan - Enclausurado
Editora Companhia das Letras - 200 Páginas - Tradução de Jorio Dauster - Lançamento 03/10/2016.

O último romance de Ian McEwan é de dar inveja a qualquer autor, tanto pela originalidade do tema quanto pela forma magistral como ele conduz a trama até o final. A narrativa é toda feita em primeira pessoa através de seu improvável protagonista, um feto no nono mês de gestação. De dentro da barriga da mãe ele acompanha impotente e com riqueza de detalhes todo o planejamento de um assassinato pela mãe e seu amante. O toque de mestre é que a vítima deste plano diabólico é ninguém menos que seu próprio pai e o amante da mãe, seu tio. É preciso muita coragem e segurança para um autor consagrado como McEwan se arriscar com um argumento tão louco assim. Passei todo a leitura imaginando como ele conseguiria dar um final satisfatório para este livro que, me arrisco a dizer, é o melhor dele depois do já clássico "Reparação" de 2001. A conclusão é inspirada e bem construída, não deixando o leitor se decepcionar, garanto.

As referências à clássica peça de Shakespeare, "Hamlet", são obvias a começar pela escolha do nome dos personagens, a mãe Trudy vem de Gertrudes, Rainha da Dinamarca na peça, enquanto o irmão, traidor e assassino do pai, é Claude inspirado em Claudius, irmão de Hamlet. No entanto, o livro de McEwan está muito mais inclinado para a comédia do que para o drama. Uma comédia bem nervosa e incômoda é verdade, mas que nos deixa sempre com um sorriso de satisfação diante de um texto inteligente e muito bem articulado. Desde a primeira página é colocada a situação inusitada do feto narrador para surpresa e deleite do leitor, leiam o trecho abaixo que entenderão melhor o que quero dizer e, tenho certeza, assim como eu, não conseguirão largar o livro até a última página.

"Então aqui estou, de cabeça para baixo, dentro de uma mulher. Braços cruzados pacientemente, esperando, esperando e me perguntando dentro de quem estou, o que me aguarda. Meus olhos se fecham com nostalgia quando lembro como vaguei antes em meu diáfano invólucro corporal, como flutuei sonhadoramente na bolha de meus pensamentos num oceano particular, dando cambalhotas em câmera lenta, colidindo de leve contra os limites transparentes do meu local de confinamento, a membrana que vibrava, embora as abafasse, com as confidências dos conspiradores engajados numa empreitada maléfica. Isso foi na minha juventude despreocupada. Agora, em posição totalmente invertida, sem um centímetro de espaço para mim, joelhos apertados contra a barriga, meus pensamentos e minha cabeça estão de todo ocupados. Não tenho escolha, meu ouvido está pressionado noite e dia contra as paredes onde o sangue circula. Escuto, tomo notas mentais, estou inquieto. Ouço conversas na cama sobre intenções letais e me sinto aterrorizado com o que me aguarda, pela encrenca em que posso me meter." (Págs. 9 e 10).

Mesmo sabendo das motivações mesquinhas do assassinato — a venda da antiga casa de família do pai em um bairro caro de Londres — o nosso simpático protagonista, ainda não nascido, não consegue odiar a mãe com quem compartilha, através de uma placenta saudável, taças de vinho Borgonha (o preferido dela) ou Sancerre (seu preferido). Isso não quer dizer que ele aceite passivamente toda a situação, mas como interferir nas ações que se passam em um estranho mundo externo que ele só conhece pelas sensações e descrições de outras pessoas? Por sinal, a relação psicológica de amor e ódio com a mãe é muito bem desenvolvida pelo autor, principalmente nas partes em que o protagonista enclausurado é testemunha involuntária da movimentada vida sexual dela com o detestável amante Claude.

"Nem todo mundo sabe o que é ter o pênis do rival do seu pai a centímetros do seu nariz. A essa altura tardia, eles deviam estar se contendo por minha causa. A cortesia, senão um motivo clínico, assim exigiria. Fecho os olhos, aperto as gengivas, me apoio nas paredes uterinas. Essa turbulência sacudiria as asas de um Boeing. Minha mãe estimula seu amante, o incita com gritos dignos de um parque de diversões. Parede da Morte! Toda vez, a cada movimento do pistão, temo que ele rompa a barreira, perfure os ossos ainda moles de meu crânio e irrigue meus pensamentos com a essência dele, com o creme abundante de sua banalidade. Depois, com o cérebro afetado, vou pensar e falar como ele. Serei o filho de Claude." (Págs. 28 e 29)

Neste romance, Ian McEwan mostra preocupação com a situação atual do planeta. O nosso feto-protagonista ainda não recebeu nem mesmo um nome mas, enclausurado em seu líquido amniótico, já tem noções da situação caótica da geopolítica internacional através dos programas de rádio e podcasts escutados pela mãe. "O socialismo em desgraça, o capitalismo corrompido, destrutivo e também em desgraça, nenhuma alternativa à vista". Assim como o nosso amigo que aguarda o nascimento, também nos sentimos impotentes diante de um mundo injusto e violento que não podemos mudar.

"Fico acordado, escuto, aprendo. Hoje de manhã, bem cedo, menos de uma hora antes de o dia clarear, ocorreu algo mais pesado que de hábito. Através dos ossos de minha mãe dei com um pesadelo sob a forma de uma palestra normal. A situação do mundo. Uma especialista em relações internacionais, uma mulher sensata de voz grave, me informou que o mundo não vai bem. Analisou dois estados de espírito comuns: a autocomiseração e a agressividade. Cada qual uma escolha ruim para qualquer indivíduo. Combinadas, para grupos ou nações, uma mistura letal que ultimamente envenenou os russos na Ucrânia, como já havia acontecido com seus amigos, os sérvios, na parte deles do planeta. Fomos humilhados, então vamos provar quem somos. Agora que o Estado russo é o braço político do crime organizado, outra guerra na Europa está longe de ser inconcebível. Basta tirar o pó das divisões de blindados na fronteira sul da Lituânia, de onde podem alcançar as planícies ao norte da Alemanha. O mesmo veneno corrói os segmentos extremados do islamismo. A taça foi bebida até o fim, o mesmo brado se levanta: fomos humilhados, vamos nos vingar." (Pág. 32)

Obviamente a situação de um narrador não nascido é completamente inverossímil e, ao mesmo tempo, maravilhosa. É justamente a deixa que um grande autor precisa para explorar com oportunismo a intimidade do comportamento humano em tudo que ele tem de melhor e pior. Na orelha do livro, a editora coloca uma comparação muito oportuna com Brás Cubas, o narrador defunto de Machado de Assis, o mesmo tipo de recurso ao absurdo que, conduzido com inteligência e criatividade, pode ser muito libertário tanto para o autor quanto para o leitor.
@camillaeseuslivros 31/10/2016minha estante
quero ler!!


Alexandre Kovacs / Mundo de K 31/10/2016minha estante
Muito bom Camila!




Gi 13/12/2023

Tem gente ouvindo
Mais um livro com um ponto de vista bem inusitado. Um bebê dentro do útero da sua mãe narra essa história.
Tudo começa pela ambição, o desejo de se apossar de uma casa.
E o bebê vai nos mostrando que a maldade humana não precisa de muito esforço para acontecer.
Ele presencia a traição, um assassinato e a mentira. E sua preocupação é de como será sua vida após o nascimento.
Os pensamentos deste bebê vai muito além do ventre de sua mãe, até de política ele entende.
O final já era o esperado e é perfeito.
Um livro incrível.
Recomendo.
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Geovana Rodrigues 19/06/2020

Como começar a falar desse livro...
Foi um misto tão grande de sentimentos, que quando acabei de ler a última página, até suspirei. E ainda não sei se foi de alívio por ter acabado ou porque gostei.
Não sei se vou conseguir me expressar bem, mas é exatamente este o ponto: o que essa leitura me fez sentir.
Raiva, nojo, empolgação (porque tem umas frases lindas, reflexões inspiradoras e pensamento tão tristes e pesados...)
Confesso que nunca me senti assim com um livro. Não sei se odiei ou se gostei, porque mesmo tendo pouquíssimos personagens, a carga emocional é enorme. E o narrador, que no caso é o feto, ora sente-se no paraíso, ora na prisão dentro do útero de sua mãe, e isso tudo me desestabilizou. É tanto conhecimento, empatia e sentimentos que esse bebê carrega! Fiquei sufocada! (propriamente dizendo, enclausurada! Aliás que título perfeito)
E marquei tantos quotes... cada um mais intenso que o outro. E daí surge mais um motivo para a minha dúvida.
Enfim, indico Enclausurado, não porque seja uma leitura prazerosa ou ruim, mas para que você, meu caro seguidor, possa sentir essa intensidade de emoções e refletir acerca do que o feto nos propõe.

site: https://www.instagram.com/p/CBg4nODjFWK/
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Mike 20/08/2021

Uma história inusitada, onde todas as informações que recebemos vem de um bebê de nove meses dentro do ventre de sua mãe, e sua tentativa de evitar que sua mãe e seu amante ( e tio da criança) matem seu pai. Uma história que vale a pena mesmo sobre a ótica de um único personagem.
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Pam 18/09/2021

Muito bom!!!! Me prendeu do início ao fim. A narrativa é bem fluída, e é um livro de leitura rápida.
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Nanda 01/11/2022

Recomendo muito
Perceber as coisas sobre a perspectiva de um feto é genial. Enclausurado é um livro cheio de bom humor e de questões filosóficas. Sarcasmo, inteligência e criatividade compõem cada página dessa obra-prima.
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Karina.Sasaki 08/08/2021

Achei a premissa ótima, porém fui decepcionada...
Escrita maçante, feto fanfiqueiro que só devaneia, reflete sobre a vida, só escuta podcast e programas intelectuais da rádio, não ouve uma novelinha. Muita chatisse. Tirando isso, a parte que realmente acontecem coisas, que ele ouve conversas em torno dele e como "enxerga" as coisas são mt interessantes.
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Dávila 04/07/2020

Narrador incomum.
Para começo de conversa o narrador é um feto.
O autor fez uma intensa pesquisa em um hospital com médicos durante meses para saber o comportamento e reações dos bebês na barriga de suas mães.
O resultado é irônico, trágico, estranho e literatura de primeira.
A narração é crível, surpreendente e com toques até shakesperianos.
Um romance de ilimitado poder criativo.
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Leonardo 13/05/2021

Um ponto de vista inovador
O livro é bem interessante! A trama não é inovadora, mas o narrador e o ponto de vista de tudo é muito criativo, com boas doses de humor. Infelizmente em vários trechos a linguagem fica rebuscada demais, o que dificultou a leitura, mas nos momentos de mais diálogo fica mais fluido. No geral, eu recomendo.
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arlete.augusto.1 12/05/2023

Hamlet reinventado
Com certeza baseado na obra de Shakespeare, Hamlet, na ótica de um bebê prestes a nascer.
Interessante.
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cami 31/05/2021

me fez sentir uma espécie de raiva por todos os personagens, esperava mais do final porém não havia muito o que mudar também, diria que me arrependi, mas se arrepender é errar duas vezes, no final somos resultados de nossas vivências
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djoni moraes 13/06/2020

Enclausurado - Ian McEwan
A ideia do narrador ser um feto é genial, e digamos que fiquei extremamente interessado quando me recomendaram o livro. O emprego de uma trama shakesperiana (no caso, de Hamlet) foi feito de forma muito inteligente. Em alguns momentos, o narrador se torna um pouco pedante demais, mas em geral a história me prendeu desde o começo e me fez terminá-la com rapidez. Confesso que fui com a expectativa muito em cima achando que ia encontrar uma revelação literária dos últimos tempos (porque era assim que as pessoas estavam me recomendando o autor), e isso não aconteceu. No entanto, o livro cumpre com seu papel de entreter, então não posso dizer que fiquei decepcionado.
Nanda 14/06/2020minha estante
Esse livro foi uma boa leitura, mas também
fiquei com uma sensação de que podia ter ficado melhor rs.




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