Marcelle Pinheiro 03/06/2021
?Andar sem nariz, para mim, convenhamos, é indecente.?
A obra conta a história de Ivan Iákovlevitch, que ao cortar o pão no café da manhã encontra um nariz que pertence a um de seus clientes da barbearia: o assessor colegial Kovaliov.
Quando o assessor acorda e percebe que está sem o seu nariz entra em desespero, no entanto, ele logo encontra o que tanto procurava, e não consegue acreditar, o nariz sai de uma carruagem literalmente vestido como conselheiro de Estado (um titulo superior ao dele).
O assessor deseja o seu nariz de volta e tenta de todas as maneiras conseguir uma forma de recupera-lo.
Em ?O nariz? Gógol utiliza do fantástico a fim de nos convencer que o nariz de Kovaliov se tornou um ser literal e independente do dono.
A obra retrata a preocupação demasiada do homem em ter um título importante a fim de se orgulhar dele. Além disso, há uma crítica sobre a superioridade - estando essa vinculada ao cargo-, a vaidade/as aparências.
?Ele podia perdoar tudo que dissessem dele mesmo, mas não perdoava de jeito nenhum que se referissem à patente ou ao título.? (p.73)
Um clássico russo publicado em 1836. A obra é narrada em terceira pessoa, contém uma narrativa curta e muito instigante. A escrita de Gógol é maravilhosa. Confesso que esse foi o livro mais divertido que li esse ano! Eu ri muito com essa história e recomendo demais a leitura.
?Mas no mundo não há nada que dure muito, e, por isso, até mesmo a alegria, logo no minuto seguinte, já não é mais tão vívida; no terceiro minuto, ela se torna ainda mais fraca, e por fim, dilui-se, de maneira imperceptível, num estado de espírito comum, como um círculo na água, gerado pela queda de uma pedrinha, que finalmente se dissolve na superfície plana.?