O nariz

O nariz Nikolai Gógol




Resenhas - O Nariz


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Regis 19/06/2023

Satírico e Insólito
O conto foi publicado em 1836 e já traz em sua essência todos os traços da escrita de Gógol; a crítica à burocracia, a sátira política, a comédia e uma preferência por histórias insólitas. A sinopse já mostra o absurdo da situação que só se torna mais insólita a medida que avança: em uma manhã como qualquer outra, um barbeiro, conhecido pela quantidade de sangue que faz jorrar do rosto de sua clientela, toma seu café da manhã. Ao afundar a faca sobre um pão recém-assado, encontra um ingrediente que não estava na receita: um nariz.

Gógol representa a sociedade petersburguense de forma satírica, retratando-a como absurda ao ponto de até mesmo um nariz poder ganhar respaldo desde que possua um título.

Ler os livros de Nikolai Gógol tem sido uma experiência e tanto. A forma estranha e divertida como ele retrata a sociedade russa e tece suas críticas; tornando toda a pompa e burocracia risível aos olhos de seus leitores, é maravilhosa!

Essa é mais uma de suas histórias que ficará marcada em minha memória junto com o Retrato e O Capote.

Adorei ler esse conto e recomendo a todos essa ótima história e esse grande autor.
Iluvitoria 19/06/2023minha estante
Louca pra ler esse


c a r o l 19/06/2023minha estante
Amiga, já li esse conto, porém não lembro desse fato do nariz na manteiga!! Estou chocada com a minha memória ruim kkkkrying. Bom que já serve como desculpa para uma releitura hahah
Ótima resenha ?


Regis 20/06/2023minha estante
É um ótimo livro, Lemairotiv. Espero que goste muito. ?


Regis 20/06/2023minha estante
Não é na manteiga, Carol, é no pão. O barbeiro vai cortar o pão, encontra o nariz e fica se perguntando de quem seria, já que no dia anterior ele estava muito bêbado e não se recorda bem. ?


elfojonas 21/06/2023minha estante
Interessante, deu vontade de ler, já coloquei na listinha haha


Regis 21/06/2023minha estante
Espero que goste, Jonas. ??


HenryClerval 28/06/2023minha estante
Perfeita sua resenha, Régis.???


Regis 28/06/2023minha estante
Valeu, Leandro. ?


Carolina.Gomes 05/07/2023minha estante
Gostei mais de O capote e o retrato. Me decepcionei um tanto com esse. Adorei a resenha.




Alane.Sthefany 26/09/2022

O Nariz - Nikolai Gógol
Achei a leitura muito divertida, e bastante engraçada. Principalmente a forma que o autor narra e descreve os fatos, com a maior naturalidade do mundo, como se o que fosse descrito não se enquadrasse em um total absurdo.

Ao longo da leitura, você nem percebe que o que está acontecendo é de certa forma "anormal", devido a forma que a história é narrada de um jeito cômico e um tanto trágico, no entanto, em alguns momentos da narrativa, chega a ser hilário quando acontece algo MUITO inusitado, são nesses momentos que nos damos conta do absurdo do que está acontecendo durante toda a narrativa, e nesses momentos é que realmente o livro nos tira boas risadas, justamente pelo absurdo que é, que nos parece um tanto irreal os fatos descritos, e que no final, nem mesmo o narrador (não confiável e que não se atém a tudo o que aconteceu - não é um narrador que sabe todos os fatos e partes da história que nos é apresentada) entende e chega até mesmo a nos interrogar se de fato toda essa narrativa verdadeiramente aconteceu.

No entanto, "incidentes semelhantes acontecem no mundo; é raro, mas acontecem."

Achei muito interessante a forma que o autor fez sua crítica nessa obra, através de um enredo cheio de ironias, sátiras e fatos hilários.

Subvertendo de forma metonímica a ideia de um ser que se torna dois ? essa duplicidade se dá entre um homem e uma parte de um homem, o seu nariz. Em que a parte torna-se mais importante que o todo. Gógol não apenas destrona o protagonista do conto ao ridicularizar sua situação ?sem nariz? mas também carnavaliza uma situação grotesca, desesperadora e trágica do personagem.
Quando descreve que o nariz estava em maior e mais elevado cargo hierárquico do que o próprio personagem Kovaliov, Gógol está criticando e mostrando quão ridículo era isso na época, apenas devido aos cargos públicos, que aliás, o nariz na tabela de patentes do serviço público da Rússia imperial, era um cargo de quinto nível, portanto três níveis acima da patente do próprio Kovaliov.

As notas de rodapé nessa edição da Antofágica, é de fundamental importância para a compreensão da obra.

Foi o meu primeiro contato com o escritor russo Nikolai Gógol, e gostei bastante, por mais absurda que foi a leitura.

?????

"No mundo não há nada que dure muito, e, por isso, até mesmo a alegria, logo no minuto seguinte, já não é mais tão vívida;
no terceiro minuto, ela se torna ainda mais fraca e, por fim, dilui-se, de maneira imperceptível, num estado de espírito comum, como um círculo na água, gerado pela queda de uma pedrinha, que finalmente se dissolve na superfície plana."
Paulo Vitor 26/09/2022minha estante
É uma leitura bem divertida e como sempre Gogol da exemplos de servidores públicos russos da sua época em seus contos.


Alane.Sthefany 26/09/2022minha estante
Sim, mesmo sem entender o que ele estava criticando no início, me tirou várias risadas, depois com os comentários de rodapé, comentários extras e dando uma pesquisada sobre a obra e época que foi escrito, para saber o contexto histórico, que percebi a genialidade do Gógol na criação de "O Nariz". ?


Camila Mendes 28/09/2022minha estante
Um dos meus favoritos da vida ?


Alane.Sthefany 28/09/2022minha estante
Uma leitora de clássicos russos, amo !!!


Tiago.Boaventura 07/10/2022minha estante
O fato de ser um nariz o personagem principal desse livro não é a toa. Há toda uma simbologia por trás dessa pequena obra, que nos enche de reflexões. O tema do duplo também foi abordado por Dostoievski, R. L. Stevenson e Oscar Wilde e penso ser um tema importantíssimo para discussão.


Alane.Sthefany 10/10/2022minha estante
Tiago,

Sim, muito bem escrito o livro e cheio de significados por trás dos personagens.

Eu fiquei sabendo ao ler os comentários e a introdução sobre a obra de Dostoiévski, fiquei até interessada, por enquanto ele é meu escritor russo preferido ??




Leila de Carvalho e Gonçalves 16/04/2021

O Riso Como Crítica Social
Nicholas Gógol (1809-1852) é um dos fundadores da literatura russa. Faz parte da chamada era de ouro, que abrange a primeira metade do século XIX, e sua obra distingue-se pela importância e influência que exerceu em proeminentes autores desse período, como Dostóievski, Tolstói, Turguêniev e Tchekhov.

Por sinal, a chave para compreendê-la está na complexa personalidade do escritor. Católico fervoroso, hipocondríaco e anoréxico, ele possivelmente morreu de inanição. Ao mesmo tempo, mantinha um difícil relacionamento com as mulheres, a ponto de jamais se casar, nem ter uma namorada (ou namorado), inclusive, o amor e a figura feminina aparecem relegados para segundo plano nos seus textos.

Se não bastasse, era sensível, uma critica valia mais do que mil elogios, e depressivo. Também tinha o péssimo hábito de incinerar seus manuscritos durante acessos raivosos. Salvos do fogo, estão a conhecida peça teatral "O Inspetor Geral", alguns romances e histórias curtas, entre as quais se sobressai "O Nariz".

Trata-se de um conto cômico-satírico que foi publicado originalmente em 1836, na revista Sovreménnik (O Contemporâneo), fundada e dirigida pelo escritor Aleksandr Pushkin. Tendo como cenário São Petersburgo, ele apresenta a história do ?major? Kovaliov, um certo assessor do colegiado, cujo Nariz resolveu abandonar seu rosto, para ter uma vida independente.

Essa é uma história na qual ?o invulgar torna-se estranhamente verosímil? e seu fulcro reside na maneira omissa de entender a realidade. Ao mesmo tempo, ela também traça uma severa crítica ao funcionalismo russo e remete a perda da identidade.

Em geral, é o nariz que dá identidade ao rosto de seu proprietário. Ainda mais se for proeminente e cheio de personalidade como o de Gógol, que costumava chamar a atenção de todos que o conheceram. Logo, é bem provável que essa particularidade seja a fonte de inspiração da narrativa.

Por outro lado, esse bizarro protagonista, que vai à igreja e desfila pela cidade com um uniforme oficial decorado com fios de ouro, deve ser entendido como um duplo bastante singular, pois a duplicidade se dá entre um homem e uma parte dele.

Esta inversão da lógica é uma teoria literária denominada ?carnavalização?, um conceito trabalhado pelo crítico e teórico de literatura soviético Mikhail Bakhtin cuja explicação está detalhada nos textos de Raquel de Toledo e Inty Anny Queiroz que fazem parte da Fortuna Crítica e, após a conclusão do conto, sugiro as leituras, pois redimensionam a compreensão de uma história que ?faz do riso uma crítica social?.

Finalizando, com apresentação de Tamy Ghannam, a Editora Antofágica mais uma vez entrega aos leitores uma impecável edição. A tradução de Lucas Simone é primorosa, por sinal, já conhecia seu trabalho, foi ele quem traduziu A Morte de Ivan Ilitch pela mesma editora. As ilustrações ? grotescas como a comicidade do conto mas amenizadas pela presença do rosa escuro ? são de Luciano Steinmetz e formam um belo e interessante conjunto cujas fotografias, postadas neste comentário, foram feitas no meu IPad com o aplicativo gratuito de leitura da Amazon.

Bom entretenimento!
Amanda 02/05/2021minha estante
Obrigada, Leila!


Leila de Carvalho e Gonçalves 02/05/2021minha estante
Grata, abraços!


Rosa Emilia Bulhões 06/01/2022minha estante
Obrigada por esse comentário tão rico e agregador!


Alexandre 25/01/2022minha estante
Resenha riquíssima, obrigado




felpspovoa 22/01/2022

Quando o skoob começar a dar os devidos créditos de resenha para os usuários eu faço uma resenha deste livro :)
Thalia 22/01/2022minha estante
ótima resenha! vou ler :)


bia jordem 22/01/2022minha estante
Vc tá famoso, mo!


felpspovoa 22/01/2022minha estante
Obrigado, Thalia! Espero que goste da leitura ^-^


felpspovoa 22/01/2022minha estante
Mozão, a fama veio enfim!




Gabriel.Meira 07/07/2021

Absurdo, mas nem tanto
Gógol destina ao leitor eventos absurdos, mas que se passam em ambientes reais, revelando as metáforas do cotidiano de São Peterburgo.
Michela Wakami 10/07/2021minha estante
Oi Gabriel, estou lendo, e achando hilário .


Gabriel.Meira 10/07/2021minha estante
É hilário mesmo. Espero ler mais coisas do autor, gostei do humor que ele colocou na obra


Michela Wakami 10/07/2021minha estante
Gostei muito do livro, O capote.




Michelly 24/12/2022

O nariz de Gógol
É sempre interessante acompanhar a intransigência, intrínseca, como suponho, de toda boa literatura russa. E, assim como toda boa literatura russa, seu caráter de surpreender se deve a uma construção particular, que move boa parte dos críticos do mundo inteiro a pensar os modos de interpretação da identidade russa, que explicável, talvez, devido as suas idiossincrasias, surpreende sempre devido ao estranhamento causado. E eu sou uma fã incorrigível do estranho.

Ler algo como O nariz sempre me surpreende. Não porque o conto é riquíssimo em crítica social, tem começo, meio e fim muito bem determinado. Mas, a surpresa parte sempre do princípio do estardalhaço promovido por uma situação tão pouco corriqueira, presente ali no séc. XIX.

Isto me faz pensar que, ter diante de si um artista como Gógol, também é ter diante de si o primórdio da modernidade, sem mesmo nos darmos conta do real sentido de moderno na arte ocidental. Aqui o real sentido de moderno pulsa, sobretudo, porque para além de uma construção social narrada em meio a turbulenta cidade de São Petersburgo, em sua forma ordenada de burocratas e desenvolvimentismos, o fluxo do tempo é contínuo em meio as preocupações de um homem que persegue o seu próprio nariz.
Vérnica 25/12/2022minha estante
Já queria ler, agora fiquei obcecada.


Michelly 25/12/2022minha estante
vale a pena!




Luciana 04/01/2022

Sensacional, além da crítica social que por sinal só muda de país, época e personagens, a leitura consegue nos tirar belas risadas.
VdeVeruska 04/01/2022minha estante
mais um pra lista....


Luciana 04/01/2022minha estante
Pode ler, mto bom!




Ju 16/09/2023

Trágico e cômico
?Seria cômico se não fosse trágico?

Essa frase não se encaixa muito aqui, na real, é cômico justamente por ser trágico.

Uma leitura simples mas que te proporciona umas boas risadas e muita estranheza rsrs. Eu adorei porque fazia tempo que não lia algo leve e divertido. O autor pelo que eu já tinha ouvido falar, adora trazer sátiras em sua narração, inclusive no fim do livro, ele mesmo traz uma ?autorreflexão? sobre sua própria escrita e as loucuras colocadas nela.

Muito muito bom, confesso que não esperava muito, mas me surpreendi bastante, principalmente com a forma que é contada a estória.
Reginaldo Pereira 16/09/2023minha estante
Gógol seria meu autor preferido se ele não tivesse destruído a continuação de ?Almas Mortas?! Ainda assim, um dos melhores livros que já li!!!!


Ju 16/09/2023minha estante
já vou procurar pra ler, gostei muito do autor!!




Luuizafkr 23/09/2023

Primeiro livro do Gógol
Estou em uma vibe de escritores Russos, e gostei bastante desse conto do Gógol, achei divertido e bem escrito, além de ter uma crítica social da época.
iarakessia 23/09/2023minha estante
eu não entendi esse livro de jeito nenhum ?


Luuizafkr 23/09/2023minha estante
É uma sátira, uma crise da sociedade Russa na época, mas o estilo do Gógol, que eu entendi, é mais fazer o escritor rir do quê chocar com uma crítica séria.




bianca 09/10/2023

O Nariz
Leitura divertida e ao mesmo tempo satírica.
Essa inconsistência proposital da narrativa, a omissão de algumas partes da história e a autocrítica do narrador tornam esse livro muito inovador e autêntico, principalmente para a época. É muito legal ver essa liberdade de escrita.
Iniciou e encerrou de maneira emblemática, acho muito importante o começo e o fim de um livro serem bons, deixa uma boa impressão inicial e se encerra com aquela sensação de que valeu à pena.
Por fim, eu indicaria "O Nariz" para as pessoas que têm medo de enfrentar a literatura russa, nem todas as obras são densas, essa é um belo exemplo de uma leitura leve, mas muito proveitosa, não é atoa que serviu de inspiração para grandes escritores, como o famoso Dostoiévski.
rebeca 22/10/2023minha estante
vc escreve bem


bianca 22/10/2023minha estante
obg amiga




ferbrito__ 15/12/2022

É um livro muito cômico e inusitado. Porém achei um pouco sem pé nem cabeça, o que arranca umas boas risadas mas também te deixa confuso
Nicolas388 15/12/2022minha estante
Ah, essa edição da antofagica é maravilhosa. Kkk, adoro histórias brisadas assim, queria tanto lê-lo. ^^


ferbrito__ 15/12/2022minha estante
Essa edição é muito linda, eu fiquei apaixonada




Alan.Oliveira 14/03/2024

Um conto fantástico, narrando uma realidade absurda, recheada de humor e crítica ao funcionarismo público do império russo (e boa parte podia ser dita do brasileiro também rs).
Esse foi meu primeiro contato com Gógol e realmente atendeu todas as minhas expectativas.
Uma leitura rápida e divertida, vale a pena.
Franciele 16/03/2024minha estante
??????


Paulinho 16/03/2024minha estante
Preciso conhecer Gógol.




Hugo 03/05/2021

Tem que ler nas entrelinhas!
Meu primeiro contato com Gógol. Um conto curtinho e muito bom!

Percebo que ler contos, principalmente os clássicos, requer bastante atenção. Muitas vezes, o que o autor quer passar para seu público na verdade está nas entrelinhas. Por mais que a história de O Nariz pareça bobinha ou apenas um conto divertido e satírico, Gógol está na verdade fazendo críticas bem contundentes com relação ao modo de viver na Rússia de seu tempo.

É muito interessante ver a visão dos autores russos com relação a São Petersburgo. Muitos deles contavam suas histórias nesse local justamente para explorar o ambiente da cidade, em diversos níveis de profundidade, refletindo na vida e no próprio modo de viver das personagens. Ler esse livro logo depois de ter lido Crime e Castigo de Dostoievski foi muito proveitoso! Casou super bem.

Leitura recomendada! Principalmente em uma boa edição, com bons textos de apoio, como essa da Antofágica. Os textos de apoio e as vídeo-aulas exclusivas me ajudaram demais com essa leitura. Eu provavelmente teria deixado passar quase 70% do que Gógol tava querendo me dizer.
Gui Paschoalini 03/05/2021minha estante
E com a Literatura estudamos um pouco de História e, ao mesmo tempo, nos divertimos!
Curioso... as épocas vão se sucedendo, mas alguns "defeitos" sociais permanecem: a vida de aparências do protagonista é um exemplo.


Hugo 03/05/2021minha estante
E essa cida de aparências é retratada em diversas obras, de diversos autores, de diversos períodos históricos xD




Mikael_13 22/05/2022

Não sei nem o que dizer sobre essa história. Ela é totalmente surreal, e faz uso de todo o estoque de licença poética possível. Literatura fantástica e suas nuances.
Beatriz 22/05/2022minha estante
E Arturo falou desse na aula passada




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