spoiler visualizarHenares 07/10/2019
APENAS UMA GAROTA
A obra traz a vida da adolescente Amanda Hardy, que agora está vivendo com o pai na cidade de Lambertiville, uma cidade fictícia em algum lugar do Sul do Estados Unidos, depois de ter se mudado de Atlanta, devido a alguns acontecimentos que a fizeram ir parar no hospital. Agora, com uma nova casa, uma nova vida, ela pretende deixar o passado para trás, porém tem muitas medos do passado que andam com ela e que a impedem de viver plenamente, apesar de que para os moradores locais, ela é apenas uma garota comum, e linda. De acordo com todos os meninos da escola, ela é muito bonita.
Um desses jovens é Grant, que se aproxima dela, porque um garanhão da escola pediu para ele "fazer os papos" (ainda usam esse termo nos dias de hoje? hehehehe). Mas aos poucos ele percebe uma forte atração por ela. Porém, Amanda tem medo de se entregar, de contar a verdade, de ser feliz completa. A sociedade permite?
Aos poucos, especialmente nas páginas cinza que indicam flashbacks no enredo, vamos conhecendo mais sobre o passado de Amanda, detalhes desde como ela se identificou como gay, e depois sua mudança para compreender que não estava-se tratando de orientação sexual, ou seja ela não era gay, o que de fato, ela não se sentia assim. Ela foi percebendo aos poucos sobre a questão de identidade de gênero, Amanda era na verdade, uma mulher trans.
percebe-se o relacionamento de Amanda com Grant avançando, apesar de seus medos. Enquanto isso, ela não sabe como contar a ele, ou qualquer pessoa da cidade sobre a sua condição de pessoa trans. E ela se sentira muito culpada por causa disso.
Um dos maiores questionamentos de algumas pessoas sobre essa história é como o romance se desenvolve de forma "clichê", o qual eu discordo fortemente, afinal de contas, quantas vezes você já viu por aí, um relacionamento de uma pessoa trans? Bem poucos, então sinceramente, essa história pode ser tudo, menos clichê.
Agora em termos de narrativa, não iremos encontrar nenhuma invenção da literatura por aqui. A história é simples para o que foi proposta e a carga está mais no enredo, do que da escrita em si. Nesse caso, as palavras servem mais como uma ferramenta para os fins, diferente de algumas situações, em que elas são participe da história.
É quase impossível você chegar ao fim dessa história sem realmente considerar que a pessoa trans exige respeito, e não quer mais do que apenas a felicidade dela. E se isso aconteceu com você, então a autora conseguiu te levar parte do coração dela para as suas mãos e assim mais um passo para fora dessa nossa "ignorância coletiva" sobre o tema foi dado.