Legião

Legião William Peter Blatty




Resenhas - Legião


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Jackie Sabino 12/06/2018

Bem meia boca
Me confesso um tanto quanto decepcionada. Mas também não posso exigir muito porque já tinha lido críticas bem negativas sobre esse livro. Literalmente, esse eu comprei pela capa. Eu a achei maravilhosa (a Darkside está arrebentando), e ela me causou alguns inconvenientes quando eu tirava esse livro da mochila. Acredito que muitas pessoas na minha cidade se convenceram de vez que sou satanista kkkkk.

Primeiro, não achei que é uma continuação de O Exorcista. Quem não leu o primeiro, pode muito bem ler esse sem nenhum inconveniente. Segundo, os personagens que são inseridos em Legião e que estavam em O Exorcista são super desnecessários nessa trama. Mas, depois de ler um texto tão pobre e cansativo, entendi porque o autor recorreu a uma continuação para conseguir vender esse livro.

Legião te diálogos tão chatos e cansativos que não parece que foi a mesma pessoa que escreveu O Exorcista. Incrível como são diferentes. O personagem Kinderman, em Legião, é um grande pé no saco. Os devaneios dele enchem metade do livro com questionamentos que não fazem muito sentido. Além disso, muitas coisas ficaram super em aberto na trama, como alguns experimentos do personagem Amfortas. Pra falar a verdade, só a profissão e motivo da morte dele ficaram claros. Todo o resto sobre esse personagem ficou meio que à deriva esperando explicação e nada. O personagem Girassol é outra tristeza. Uma surpresa de muito mal gosto e sem o menor sentido. Inclua nessa ruindade toda a dificuldade clara de Blatty em achar recursos linguísticos pro seu próprio livro. Em uma mesma página, temos umas cinco vezes "Girassol jogou a cabeça pra trás".

Triste. Vale pela capa. Não vale pelo preço altíssimo que a Darkside cobra pelos seus volumes (a gente paga caro por essas capas maravilhosas). Não vale como continuação de um ótimo livro.
Tiago 22/06/2018minha estante
Amei O Exorcista e tava querendo ler esse. Mas estou desistindo já rsrsrsrs


Renata.Reis 22/06/2018minha estante
Nhm. É. Eu também achei a capa linda, por isso eu comprei. Pra assustar alguns tios e crianças. rsrs.


Jackie Sabino 25/06/2018minha estante
Tiago, estava na mesma expectativa que você quando terminei O Exorcista. Caso você seja de BH, te empresto Legião pra vc não precisar gastar e se decepcionar rsrsrs...

Renata, viramos ovelhas negras das nossas famílias depois dessa capa kkkkkkkkk


Tiago 26/06/2018minha estante
Renata. Hahahahahahahahahhaha morto




Leonardo.Heffer 30/09/2017

Uma continuação desnecessária
William Peter Blatty se tornou famoso por seu livro O Exorcista. O autor ja era bem conhecido tnto no meio literário quanto em Hollywood.

Legião é um livro que utikiza de elementos sobrenaturais, embora mto pouco, e traz uma conexão um pouco inesperada com a historia de original.

Apesar de bem surpreendente a conexão, ela so acontece depois da segunda parte do livro. Toda a primeira parte da história é confusa (mto similar a seu livro "A Nona Configuração) e totalmentedescartavel, o que faz desta historia chata.

Demorou seis dias para conseguir finalizar o livro.
Kleber.Tiago 30/09/2017minha estante
eu passei um mês no livro, mas gostei


Leonardo.Heffer 19/12/2017minha estante
hahahahaha Kleber. Pelo menos você conseguiu finalizá-lo!


Fabricio~Raito 25/01/2018minha estante
Acredito que ler Legião esperando encontrar algo parecido em "O Exorcista" vá frustrar a grande maioria dos leitores (principalmente os que não leram A 9ª Configuração, do autor). Na minha visão ele se propõe a trabalhar muito mais em cima de conceitos da psiquiatria e filosofia, ao mesmo tempo em que propõe questionamentos e reflexões acerca da moral, religião e o "bem vs mal" do que o terror em si. Percebo que o terror que ele pretende é o de confrontar o leitor, deixando-o se questionar se a maldade é proveniente do sobrenatural ou é inerente ao ser humano, por exemplo. Achei bem interessante, apesar de estar em outra esfera que não a dO Exorcista.




Renato Thomaz 05/06/2021

Ótimo suspense policial com tom sobrenatural!
Tive receios em ler está obra visto que não gostei muito de "O Exorcista" mas, ao ver as críticas negativas que diziam não ter "a mesma pegada" do anterior e se tratar de um romance policial (gênero de meu agrado) resolvi dar uma chance à obra. E que boa decisão foi essa!
Legião tem seu ponto forte ao expor a motivação do assassino, não deixando que os crimes tenham sido cometidos "em vão". A obra tem seu forte desenrolar a partir da segunda metade do livro. A leitura é fluída e prazerosa. A única coisa que deixa a desejar são as diversas divagações do detetive, porém estás são facilmente deixadas de lado devido a personalidade do mesmo, bem sarcástico! Eu o adorei!
Enfim recomendo, mesmo a quem não leu O Exorcista, pois o entendimento não depende do anterior, e as conexões entre ambos são facilmente entendidas uma vez que são mencionadas na obra de forma até que explicita.
Giovanna 06/06/2021minha estante
Poxa, eu gostei muito de O Exorcista, mas não tinha conhecimento desse livro. Agora vou colocar na minha lista kkkkk


Renato Thomaz 06/06/2021minha estante
Vale a pena, viu. Certeza que vai gostar!




Emília 04/09/2020

Legal.
O investigador tenta desvendar assassinatos ritualisticos. Tudo fica confuso a primeira vista, pq apesar de haver ligações entre as mortes, os suspeitos de cada uma são pessoas diferentes e aparentemente pessoas incapazes. Vale muito a pena ler até o final.
Jaqueline 04/09/2020minha estante
Está na minha lista há um tempo, sua avaliação fez a curiosidade aumentar!


Emília 06/09/2020minha estante
Que bom. Fico feliz.




Peterson 17/12/2018

Achei bom porém esperava mais
A primeira parte pra mim foi chata e decepcionante, mas ela é crucial para o decorrer do livro.
Em compensação a segunda parte... Uauu devorei em pouquíssimo tempo.
Vale a pena ler.
@ntnmatias 23/01/2019minha estante
Onde começa a segunda parte?


Peterson 29/01/2019minha estante
No livro tem a indicação "segunda parte". Pág. 178.




Cinara... 17/04/2020

" "Sabe, nós falamos sobre o mal neste mundo e de onde ele vem", disse Kinderman. "Mas como podemos explicar todo o bem? Se não fôssemos nada além de moléculas, estaríamos sempre pensando em nós mesmos... "

Minha nossa que leitura!!!
O Exorcista já tinha se tornado um dos meus livros favoritos da vida, então ja fui com expectativa baixa em Legião por não acreditar que poderia ser tão bom quanto...
Prende do início ao fim e minha nossa que fim!!! Que fimmm!!!!!!! Agora tá tudo explicado !! Hahaha acho q sempre soube ;) hahaha
Tantas passagens que facilmente Saramago podia ter escrito. Livro perfeito!!!!!!!
Nossa! Nossa!!!!!!
Acho besteira querer comparar os dois livros como muitos fazem, são enredos completamente diferentes!!! Esse é totalmente polícial...
André 12/07/2021minha estante
Estou amando, amei O Exorcista e estou amando Legião, os conceitos trabalhados são incríveis, Kindermam é de longe um dos melhores personagens literários que eu já vi, inteligente, filosófico, irônico, que personagem incrível, nunca imaginei que eu fosse refletir e rir tanto nesse livro. Só se decepciona com esse livro quem esperar terror puro, porque o livro traz um ótimo enredo e várias histórias interessantes. Incrível que tanto em O Exorcista quanto em Legião temos muitas referências a artigos científicos, me pergunto se ele pegou exemplos reais ou os criou para exemplificar os conceitos.


Cinara... 13/07/2021minha estante
André livros incríveis mesmo né?! O autor se inspirou em uma história real que também tem livro chamado O Exorcismo sai pela editora Darkside... Eu acho incrível como ele trabalha com o psicológico do ser humano. O livro o exorcista é um dos que definitivamente mudaram minha vida e visão que tenho sobre as pessoas.




Everton.Paulo 02/11/2023

Não foi como esperado
Quem vê essa capa, acha que está diante de um livro muito aterrorizante, mas não. Ele engana bastante. Legião teve a difícil tarefa de ser a continuação desnecessária do clássico O Exorcista.
Com ingredientes interessantes, poderia ter sido um produto melhor caso fosse possível andar com seus próprios pés.
A tentativa tem alguns bons momentos, mas virou um livro de suspense sobre um serial killer supostamente morto que toma para si a autoria de novos crimes hediondos. E temos uma pitada de sobrenatural para conectar com a obra anterior, inclusive revisitando personagens.
Mas, para mim, não precisava. O primeiro livro é bom por si só e com uma história fechada.
AdrianoBiLL 07/11/2023minha estante
Concordo plenamente com você.




Wane 31/03/2023

A continuação de enxuta-demonios
Confesso que o capeta na capa me chamou muito a atenção e por isso fui nele (eu sei que vocês também julgam o livro pela capa, tá?). Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que ele não só era uma continuação, como também a continuação de uma obra que foi adaptada para o cinema e fez um CABUM, o famoso Exorcista.
Eu não possuía o menor interesse em ler Exorcista, porque só pelo trailer do filme eu já chorava de medo, mas como o livro do capetinha já estava no meu kindle prontinho para ser lido, pensei :"O que pode dar de errado?".
Ah meus queridos leitores de resenhas, eu já vos digo o que deu errado, durante a leitura de Exorcista morri de medo até da sombra, tive pesadelos e torço que não tenham adaptado tudo do livro para o cinema, pois nesse caso muita gente seria presa ou processada.
Agora voltando a Legião, eu quis ler pegar o livro do capetinha assim que terminei a obra primogênito, porque essa leitora aqui amou a experiência de morrer de medo, mas infelizmente detestou o final do banidor de demônios. Sim, na continuação explicam coisas que ficaram em aberto no primeiro livro e me fez gostar mais do Enxota-diabos, mas Legião é uma grande enrolação e se tu começar a ler a partir dos 60% tu vai ter praticamente a mesma experiência de quem leu os 100%.
Por fim, leiam Exorcista por ser um terror maravilhoso e Legião a gente deixa baixo...
PS1: To me questionando agora se é Exorcista ou O Exorcista, mas vocês entenderam.
Wanrrala 26/04/2023minha estante
Oiê. Estou lendo Legião e já li o Exorcista, que amei do começo ao fim. Eu esperava mais, por ser a continuação, mas vamos lá...




Gisele.Varotti 24/11/2018

Chato. Muito diferente de O Exorcista
Que livro chato. Começou interessante com um assassinato cabuloso e todo misterioso, mas foi apenas isso. A parte da investigação do Kinderman é tão sem graça e cheia das lamentações que isso tornou o livro bem monótono para mim. Pulei partes, passei os olhos pelos parágrafos. Só voltou ao ritmo do início lá pelo final quando o demônio, ou a legião, finalmente resolve dar as caras. E foi isso. O livro acaba. Finito. Perdi tempo só, isso sim . Se O Exorcista for o último círculo do Inferno, onde o pau quebra e o coro come, #Legião é o Limbo, onde tudo é escuro e sem graça.
@ntnmatias 23/01/2019minha estante
Eu também tive essa mesma sensação de monotonia, o livro legião não tem nada a ver com O Exorcista, acho um erro dizer que um continuação.




Lismar 26/07/2017

Surpreendente livro de Investigação Policial envolvendo o sobrenatural.
Neste livro, William Peter Blatty possui a difícil tarefa em escrever um livro que continua com os eventos iniciados em O Exorcista. Difícil, pois é sempre complicado fazer uma continuação de um clássico bastante cultuado, como seu predecessor, contudo, o autor não decepciona, e entrega-nos uma obra que nada tem a dever com seu antecessor.
O livro começa com o assassinato de uma criança, cujo Modus Operandi do assassino é o mesmo de um matador serial, o Geminiano, que já está morto há 12 anos.
Basicamente, 2/3 do livro são dedicados ao suspense e investigação policial, além de reflexões do protagonista sobre vida após a morte, justiça divina e a dicotomia Ciência e Religião, não havendo nada de lembre o paranormal, somente no final é que as lacunas são preenchidas e temos o terror sobrenatural per si.
Alia-se a isso o tratamento soberbo da darkside com o livro, com uma bela arte de capa, juntamente com mais artes em seu interior e temos um livro indispensável os fãs do Terror.
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Delirium Nerd 27/07/2017

Legião: A continuação de “O Exorcista” chega ao Brasil!
Com o livro O Exorcista, William Peter Blatty colocou seu nome no rol dos mestres do horror contemporâneo, tendo sido reconhecido com um Oscar de melhor roteiro adaptado pelo filme homônimo de 1973. Já no cinema, “O Exorcista” ganhou uma sequência em 1977 que recebeu o título de O Exorcista II: Herege, que não contou com a participação de Blatty na produção e recebeu pesadas críticas por remeter muito pouco à qualidade do clássico original. Dez anos depois do sucesso do primeiro filme, William Peter Blatty publicou o livro que retrata acontecimentos posteriores ao exorcismo da garota Reagan e da morte do padre Karras. Menos conhecido pela base de fãs brasileiros, Legião retrata uma série de assassinatos investigados pelo Tenente Kinderman, o detetive peculiar que aparece em O Exorcista para investigar a morte bizarra de Burke Dennings, diretor do filme no qual Chris MacNeil, a mãe de Reagan, trabalhava na época dos terríveis acontecimentos narrados no livro.

“Então Jesus lhe perguntou: ‘Qual é o seu nome?”
‘Meu nome é Legião’, respondeu ele, ‘porque somos muitos.’”

Legião começa com o detetive refletindo sobre a maldade que rege o mundo dos humanos. Blatty preenche páginas e mais páginas dos primeiros capítulos do livro com considerações filosóficas e teológicas que nos levam, assim como muitos personagens ao redor do detetive, a nos preocuparmos com a sanidade dele.

Logo descobrimos o que deixou Kinderman tão perturbado mesmo após tantos anos trabalhando como policial investigando crimes hediondos: O assassinato brutal de um garotinho mudo que foi crucificado vivo em um abrigo para barcos próximo à famosa universidade de Georgetown e que seria apenas o primeiro de uma série de crimes bizarros cujas únicas evidências são as digitais de várias pessoas diferentes e que levam o detetive a reabrir antigos casos de assassinatos cometidos pelo Geminiano, um serial killer (livremente inspirado no assassino do Zodíaco – que nunca foi capturado) dado como morto e que possui uma macabra semelhança com alguém do passado do detetive.

Assim como em O Exorcista, Legião alterna o tom entre um romance policial e terror sobrenatural. A presença de um demônio é subjetiva, apesar dos temas centrais do livro serem quase que exclusivamente teológicos: questões como vida e morte, a existência do mal, a bondade que se anula diante de atos de maldade, a existência ou ausência de um deus criador, o propósito da Criação, etc.

A maior parte desses temas se apresentam em conversas entre Kinderman e o padre Dyer, outro personagem de O Exorcista que retorna à história de forma bem diferente do simpático padre do primeiro livro. Aqui, Dyer parece estar cansado e menos confiante na salvação das pessoas através da fé e da bondade.

Com um cenário um pouco datado, onde computadores ainda eram a grande novidade e os métodos de investigação não eram nem de longe tão sofisticados como os que temos agora, acompanhamos a investigação dos assassinatos exclusivamente sob o ponto de vista do detetive.

Seu ceticismo quanto ao método científico e o pessimismo quanto ao abandono da humanidade à própria sorte dita o ritmo até o fim da história. Se em O Exorcista Blatty acertou na metáfora sobre as inseguranças sociais da época, em Legião temos uma narrativa muito mais pessoal. Ainda que falte um pouco da força do primeiro livro, Legião, com grande frequência, prova o talento de William Petter Blatty em mexer com o psicológico do leitor e oferece uma profunda (e perturbadora) metáfora sobre a fragilidade da consciência humana, assim como traz de volta os paralelos entre doenças psicológicas como a depressão, ansiedade e a culpa (e como elas podem se manifestar até nas pessoas consideradas como fortes pela sociedade) com a possessão demoníaca de forma a causar arrepios até nos leitores mais céticos.

Leia na íntegra:

site: http://deliriumnerd.com/2017/07/27/legiao-o-exorcista-resenha/
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Talita 22/08/2017

Legião
Quando William Peter Blatty escreveu Legião, ele já era famoso por O Exorcista, o livro, e pelo roteiro de sua adaptação ao cinema. O filme não precisa de introduções. Deve ter gente que nunca o viu e mesmo assim pode dizer tudo o que acontece, tamanha a permanência dessa franquia na cultura popular. Partindo daí Legião tenta duas coisas bem difíceis: contar uma história totalmente nova e, ao mesmo tempo, reclamar para ela o renome e a distinção da história antiga.

O problema é que o romance original não precisava de sequência. O Exorcista é uma história de redenção, de expiação e, por fim, da luta do bem contra o mal. Depois de uma jornada terrível, o bem vence - mas a vitória é tão custosa que a sensação que fica, tanto no romance quanto no filme, é a de que o mal estará para sempre à espreita, ou seja, de que a batalha é eterna. Só que a história daquelas pessoas, da menina Regan, da mãe dela, dos padres Damien Karras e Lankester Merrin, já havia sido contada.

Para não deixar a chama se apagar, William Peter Blatty fez de Legião (que saiu no Brasil pela Darkside, na tradução de Eduardo Alves) um romance policial com todos os ingredientes a que a gente já se acostumou e, como que por obrigação, deu um jeito de costurar nele o pano de fundo sobrenatural que o liga a O Exorcista. Um assassinato ritualístico e um detetive em crise existencial são ingredientes de metade dos romances policiais que já se fez. O detetive Kinderman, que no primeiro livro investigava uma morte suspeita, é agora um homem amargurado (embora amoroso) e desiludido com (literalmente) Deus e o mundo. Veterano, ele já viu muita coisa feia, muita maldade e loucura, mas quando o encontramos ele está na cena de um crime que não acontece todo dia. Um menino foi crucificado. Ao que tudo indica, ele passou consciente por dor e sofrimento. Isso leva Kinderman a pensar.

E quando Kinderman pensa o livro fica um pouco chato. Legião tem algumas das mesmas qualidades que fizeram de O Exorcista uma história inesquecível. Blatty cria cenas memoráveis, todas sob uma espécie de horror ao mesmo tempo sobrenatural e mundano; seus personagens são sombrios e deprimidos, todos com cruzes a carregar, mas, enquanto o sucesso do primeiro livro se deve em parte à simplicidade da batalha do bem contra o mal, a maior fraqueza de Legião está em tentar esmiuçar essa luta em digressões que vão das meio bobas às bastante constrangedoras, ditas sempre através de Kinderman, seja em fluxos de consciência, seja em diálogos extremamente mastigados e um pouco caricatos. O detetive está à beira da loucura, tudo bem, mas isso não o exime de ser um verdadeiro apanhado de todos os clichês de detetive já feitos.

Isso significa que Legião é ruim? De jeito nenhum, mas vale avisar que há umas oitenta ou cem páginas, mais ou menos no meio do livro, sobre as quais é necessário passar correndo: as sacadas de Kinderman quebram verossimilhança, deixam evidente a voz do autor (com isso esvaziando o personagem), parecem saídas diretamente da enciclopédia Barsa, às vezes são só bobinhas, às vezes bem pretensiosas. Ter que remeter essa história de um detetive no rastro de um serial killer ao exorcismo do primeiro livro também não ajuda. Blatty precisou ressuscitar um personagem, rearrumar certas circunstâncias, explicar eventos que não só não precisavam de explicações como ainda saem prejudicados por elas.

Essa bagunça é triste porque alguns dos elementos novos são muito bons: a história de origem do Geminiano, o serial killer em questão, é de gelar a alma; o hospital em que boa parte da ação se passa cria vida através das histórias bizarras de seus muitos internos; as mortes são intrigantes e criativas. Para não cometer injustiça, mesmo que boa parte da construção de Kinderman seja prejudicada por aquele palavrório aborrecedor, a personalidade do detetive consegue ganhar força nas cenas em que ele se concentra em sua família, e no capítulo final, que me parece mais otimista e menos apressado que o do primeiro livro.

Por último, vale lembrar que Legião inspirou o filme O Exorcista III, com direção do próprio William Peter Blatty. É assistir e não dormir por uns três dias.

site: ninguemdeixababydelado.wordpress.com/2017/08/22/legiao-de-william-peter-blatty/
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Fabricio~Raito 25/01/2018

Suspense policial com pitada de sobrenatural
Acredito que ler Legião esperando encontrar algo parecido em "O Exorcista" vá frustrar a grande maioria dos leitores (principalmente os que não leram A 9ª Configuração, do autor). Na minha visão ele se propõe a trabalhar muito mais em cima de conceitos da psiquiatria e filosofia, ao mesmo tempo em que propõe questionamentos e reflexões acerca da moral, religião e o "bem vs mal" do que o terror em si. Percebo que o terror que ele pretende é o de confrontar o leitor, deixando-o se questionar se a maldade é proveniente do sobrenatural ou é inerente ao ser humano, por exemplo. Achei bem interessante, apesar de estar em outra esfera que não a dO Exorcista. Portanto, é injusto negativá-lo por não trazer a mesma essência que seu antecessor. Talvez o "erro" (o que não enxergo desta forma) tenha sido aproveitar o sucesso do primeiro livro para alavancar as vendas deste segundo.
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Felipe.Mendes 12/04/2024

A continuação que ninguem pediu
Novamente o Blatty fez um livro onde o roteiro do filme funcionou muito melhor.

Legião é uma continuação de O Exorcista, que não se compromete muito em ser uma sequencia, ele é um romance policial que por acaso se liga a personagens do livro original.

É uma leitura tranquila e boa, mas a trama é bem rasa, muitos personagens chatos e o final misericórdia, totalmente sem climax, sem perigo, sem emoção.

Vale a leitura pensando que é um livro pra passar o tempo, não chega nem perto de O Exorcista.
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Geórgea 17/10/2018

Legião
O detetive William F. Kinderman tem uma árdua missão pela frente. Desvendar estranhos e cruéis assassinatos que estão ocorrendo na cidade. E ao que tudo indica temos um serial killer atuando nas ruas da cidade, entretanto todos os indícios apontam para um homem que já é conhecido. Acontece que esse principal suspeito já está morto há anos.

“O menino tinha sido crucificado, pregado pelos punhos e pés às partes planas de remos para caiaques arrumados para formar uma cruz; e os mesmos grossos pregos de carpinteiro de menos de oito centímetros foram martelados ao redor do topo do crânio em um círculo, penetrando a dura-máter e finalmente o cérebro.”

O corpo de um garoto de 12 anos é encontrado. Na cena do crime, uma estranha idosa parece ser a única testemunha. Caberá ao detetive encontrar a ligação entre os casos e descobrir se temos um seguidor desse antigo assassino ou se de alguma forma ele não morreu. Para isso ele contará com o auxílio de seu companheiro Atkins e do seu amigo padre Joseph Dyer.

Acontece que antigos segredos estão escondidos nessa narrativa eletrizante e cheia de mistérios. E o detetive pode encontrar muito mais do que pode imaginar. Antigos demônios podem ter voltado para assombrar todos aqueles que atravessarem os seus caminhos.

Minha Opinião

Quando tinha uns 10 anos estava passando pela sala quando a minha família estava assistindo a um filme onde víamos uma garotinha com o rosto totalmente deformado, vomitar verde, girar a cabeça e gritar blasfêmias. Como sempre fui amante de tudo que envolvia terror, parei e fiquei assistindo ao show de horrores que era apresentado na tv. Não deu outra, fiquei totalmente traumatizada. Mesmo agora, depois de velha, ainda tenho muito medo do filme e daquela voz grossa em um corpo tão pequenino.

Há uns 4 anos li o livro que deu origem ao filme e minha perspectiva mudou completamente. Devo admitir que até simpatizei com o tal demônio e achei ele bem espirituoso. O medo foi acalmado e passei a – quase – não me assustar mais com os gifs saltitantes da pequena Regan MacNeil. Por isso, quando vi esse livro, que é considerado a continuação da história, não pude deixar de embarcar nessa narrativa. Aviso aos fãs de terror: se você está esperando uma história demoníaca e cheia de possessões, você veio ao lugar errado. Mas isso não quer dizer que a história seja menos apavorante.

“Que coincidência doentia, pensou, que uma morte como a de Kintry acontecesse neste dia, no décimo segundo aniversário de uma morte igualmente chocante, violenta e misteriosa.”

Assim como em O Exorcista, a escrita é mais lenta e segue o seu próprio ritmo. Porém, a história de ambos os livros são muito boas, talvez a escrita do escritor que não combine tanto com o que os leitores mais dinâmicos estão acostumados. Ela demorou a realmente engrenar e apenas mais para o final as peças começam a se juntar e sentimos que a história “anda”. Vi muita gente reclamando sobre essa história, mas não senti que faltou um terror. Muito pelo contrário, acredito que temos o terror na dosagem certa aqui.

Demorei a notar as ligações existentes com antigos personagens que deram início a essa trama, por fazer muito tempo desde que li o primeiro livro. Mas quando notei as conexões, achei que foram geniais e fui completamente surpreendida com o plot da história, que foi do tipo que eu não esperava e que achei de muito bom tom. Porém, recomendo fortemente que você leia ou assista ao filme do Exorcista antes de se aventurar nessas páginas. Tudo fará muito mais sentido depois que você se situar.

“Durante a missa das 6h30 na Santíssima Trindade, um padre católico fora assassinado. Ele fora decapitado no confessionário enquanto ouvia a confissão de alguém.”

O que me deixou um pouco incomodada foram as diversas passagens bíblicas que foram citadas. Gostei das reflexões feitas pelo detetive e seu amigo padre Dyer, mas creio que elas ocuparam muito espaço. Foi muito difícil criar laços com Kinderman, ele é um personagem complicado. Não consegui sentir empatia por ele. Creio que faltou explorar melhor a sua relevância na história – que é grande! Fica difícil acrescentar muitos detalhes a esta resenha, justamente por conter vários segredos na narrativa e que podem ser revelados com poucas palavras. Por isso, deixo pra você conhecer os mistérios dessa trama!

Vi várias pessoas decepcionadas alegando se tratar de uma história mais investigativa. Acho que não lemos o mesmo livro. Aqui os demônios e assombrações estão nos detalhes. Naquilo que não foi dito, nas vozes que não foram ouvidas e nas presenças que são sentidas, mas não vistas. A construção desse ambiente aterrorizante funcionou muito bem pra mim. Para esse mês de horror, nada melhor que a continuação de um clássico.

site: http://resenhandosonhos.com/legiao-william-peter-blatty/
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