spoiler visualizarGeovana Rodrigues 02/08/2021
[ALERTA GATILHO: PODE CONTER DESCRIÇÕES DE EXTREMA VIOLÊNCIA E NÃO É RECOMENDADO PARA PESSOAS SENSÍVEIS]
Sempre fui muito fã de seriados de crimes, e quando ingressei no curso de Psicologia, a paixão por criminologia só aumentou. Sei que é bem mórbido, mas esse é o meu jeitinho, rs.
Em Mindhunter, lemos uma espécie de biografia, narrada em 1º pessoa por John Douglas, o cara que praticamente criou um projeto de criminal profile, revolucionando a forma das investigações. Através dele, hoje os métodos de busca de seriais killers ficaram mais fáceis.
O que o intrigava era como a mente do criminoso funcionava, por isso decidiu estudar os comportamentos, o passado, os crimes e sobretudo a infância dos criminosos mais perigosos da década de 80. Porém, seus estudos não foram bem recebidos pelos policiais, investigadores e o FBI por acharem que a aplicação da Psicologia não fazia sentido dentro da realidade deles. O que esse pessoal não esperava era que o método criado por ele e sua equipe fosse refinar a busca, agilizando todo o processo de caçada e evitando e muito o surgimento de novas vítimas.
A 1º entrevista foi com Ed Kemper, assassino em série e necrófilo – diagnosticado com transtorno de personalidade passivo agressivo, matou cerca de 10 vítimas, incluindo seus avós, sua mãe, a amiga dela e varias estudantes. O ponto chave que John percebeu foi a infância conturbada que exercia grande influência para a formação de novos criminosos, assassinos e estupradores. Outro ponto observado era a Tríade homicida: 1- traço de crueldade com animais, 2- xixi na cama depois do “tempo normal” e 3 – propensão a causar incêndios.
Quanto mais ele se debruçava sobre os estudos e pesquisas, mais conhecimento ele adquiria, conseguindo “prever” com precisão várias características de indivíduos que estavam cometendo esse tipo de ação contra a sociedade. A Manipulação, dominação e controle estavam sempre presentes na personalidade dos psicopatas e uma descoberta fascinante direcionava o caminho dos atos criminosos: o indivíduo não consegue direcionar sua raiva e ódio para o objeto/pessoa em questão, então eles, de certa forma, descontam em algo similar.
Um exemplo disso é o próprio Ed, que tinha ódio de sua mãe, então matava mulheres. E isso tudo, inconscientemente, porque ele não parou para pensar: “ah, então já que eu não posso judiar da minha mãe, vou matar essas mulheres aqui...”.
Resumindo, é um livro incrível, cheio de termos e descrições técnicas, experiências e o dia a dia do John, assim como a rotina em Quântico, Atlanta - palco principal da formação dessas teorias e do nascimento do Criminal Profile.
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