Kennia Santos | @LendoDePijamas 15/12/2017"E às vezes isso acontece. As pessoas se afastam." Classificação: 2,5/5
Título: Os 27 crushes de Molly (Becky Albertalli)
Molly Peskin-Suso tem 17 anos, 26 crushes e 0 beijos. Apesar de tantas paixões, ela nunca se declarou para nenhum, apenas guardou os sentimentos para si mesma, por diversas questões, principalmente por estar acima do peso, e como sabemos a sociedade tem sérios problemas com excessos.
Sua irmã gêmea, Cassie, é seu completo oposto: loira, alta, magra, simpática e extrovertida... o protótipo de beleza americana. Elas sempre foram muito unidas, Molly sempre viu em Cassie um porto seguro. Mas as coisas mudam quando Cassie começa a namorar Mina, e Molly se vê sendo deixada de lado e a solidão a cerca.
Mas ainda bem que Mina tem um amigo lindo, fofo e hipster que tem grandes chances de se tornar o crush número 27. O que Molly não esperava era se sentir atraída também por Reid, um garoto do seu trabalho que usa todos os dias os mesmos tênis brancos rídiculos. Molly sente uma conexão incrível com Reid, mas Will (o amigo de Mina) parece a melhor opção para recuperar sua proximidade com Cassie e estar novamente constantemente presente na vida da irmã.
Os dois parecem ter muitos prós e nenhum contra. Quem será que Molly vai escolher para dar seu primeiro beijo e ter sua iniciação na vida romântica?
"Os 27 crushes de Molly" é o segundo livro de Becky Albertalli lançado aqui no Brasil, e minha primeira e última experiência com a autora. Pode parecer meio "pesado" mas é o que eu quero: nunca mais ler nada dela. Muitas pessoas me recomendaram Simon, mas como já tinha esse livro, comecei por ele.
A princípio existem algumas coisas chatas, mas eu relevei pelo fato de ser uma adolescente, então não adianta esperar atitudes maduras e racionais o tempo todo. Mas a grande questão é que só piora. SÓ. PIORA. Vou pontuar algumas coisas que me fizeram detestar o livro:
1) Molly é CHATA
2)Molly depende da irmã até para tomar banho
3)Molly tá com fogo pra beijar
4)Molly tem vergonha de namorar o menino que ela gosta porque tem medo dos outros acharem ele feio
5)Molly é a pessoa que mais impede ela mesma
Eu achava que esse livro se tratava sobre as dificuldades de ser diferente na sociedade.Sobre como quando você não segue um padrão, você muitas vezes é excluído e esquecido tão frequentemente, que quando alguém te enxerga, nem parece realidade.
Mas definitivamente NÃO É ISSO. O livro se trata de uma adolescente de DEZESSETE ANOS que depende da irmã para absolutamente tudo. De uma adolescente de DEZESSETE ANOS cuja a irmã não pode sair com a própria namorada que ela acha que está sendo ABANDONADA à sua triste vida. De uma adolescente de DEZESSETE ANOS que se importa TANTO com o que os outros pensa que chega a ser doentio.
E não me venha com essa de "se colocar no lugar". Eu SEMPRE fui acima do peso, sempre fui gorda, desde a pré-escola. Hoje tenho 21 anos, mas já passei pelos 17, e essas coisas que a Molly faz e pensa NÃO SÃO NORMAIS. Essas coisas não são saudáveis ou aceitáveis. Molly só dá importância para o conceito de namorado, não para a pessoa com a qual ela vai namorar. Ela passa o livro INTEIRO se sentindo desconfortável, e quando começa a namorar, se olha no espelho e se sente uma princesa da Disney em ascensão. HAJA PACIÊNCIA.
Isso não é normal, não é uma mensagem que vale a pena ser lida e absorvida, não é. Pelo fato de a autora ser psicóloga, eu achei que a temática teria uma melhor abordagem, mas não teve. Que grande decepção. O livro me irritou e me cansou do início ao fim, não trouxe uma mensagem útil sequer para no final, SÓ NA PORCARIA DO FINAL, a Molly finalmente conseguir entender que boas relações, familiares ou não não precisam de contato constante para serem duradouras e verdadeiras, porque a vida acontece, e nem sempre conseguimos ficar cercados eternamente por quem amamos.
"E às vezes isso acontece. As pessoas se afastam." (p.167)
A dica do dia é: se vocês gostam de ler livros que agregam, não leiam este. #pas