Queria Estar Lendo 22/11/2020
Resenha: A Máscara de Prata
De volta ao universo de Magisterium, das autoras Cassandra Clare e Holly Black, A Máscara de Prata, quarto volume da série, segue as reviravoltas chocantes do último título e entrega a preparação para um final bem épico.
Essa resenha contém spoilers dos títulos anteriores.
Depois de perder seu melhor amigo em uma batalha com o traidor, Call se vê preso pelas pessoas que mais confiava. Tudo porque ele carregava a alma do Inimigo da Morte e, por isso, é um risco em potencial a tudo e todos.
Tamara e Jasper, no entanto, não estão dispostos a abandoná-lo e julgá-lo pelo caos que controla, e ajudam Call a escapar para confrontarem outro obstáculo; um que busca provar ao mundo que confrontar e derrotar a morte não é assim tão ruim, e que é a melhor opção que os magos têm.
A Máscara de Prata é um livro bem rápido, não chega a ter 300 páginas, e por isso toda adrenalina e correria e reviravoltas da história encaixam muito bem no tom da narrativa e na história dos personagens.
Call está marcado por indecisões. A respeito de si mesmo, de seus poderes, das consequências de todos os seus atos e escolhas. Ele está marcado pelo luto e pela perda abrupta de uma parte tão importante da sua vida - seu melhor amigo e contrapeso, aquele que entendia Call melhor do que ele mesmo.
Eu gostei do equilíbrio entre os momentos de certeza e de dúvidas do protagonista. Foram compreensíveis dado o cenário - sempre sob custódia de alguém, obrigado a fazer coisas que não queria para proteger aqueles que ama - e mostraram bastante do que Call vai enfrentar no volume final da série.
"- Todo mundo odeia a morte, Call.
- Mas nem todo mundo tem que ser inimigo dela."
Tamara foi bem mais secundária nesse volume, mas teve seus momentos. A relação dela e do Call saltou da amizade para aquela crush forte de adolescente confuso com o primeiro amor; é fofo de acompanhar, especialmente pela fé que a Tamara coloca no Call - diferente de tantas pessoas, ela sabe que ele é mais do que a alma que carrega.
E enquanto o protagonista é dúvida e hesitação, ela é certeza e coragem. Um pilar importante para que a história não desmorone. Jasper está aqui como alívio cômico, mas também serve de apoio para seus amigos. Totalmente perdido em todo o caos da situação e da vida do Call, tudo que ele pode fazer é ajudar e tentar fazer seu melhor - e ele faz.
Se tem uma coisa que não me deixou tão animada nesse livro foi o fim. Soou bem corrido para tudo que as autoras propuseram com seu começo mais lento; as vinte páginas finais foram a resolução de um plot muito impactante do Call nesse título e foi tão rápido que eu nem tive tempo de sentir muita emoção. Do mesmo jeito abrupto com que surgiu, se foi. Eu esperava mais em relação a isso - mas quem sabe elas ainda abordem mais no último livro. Vou deixar o benefício da dúvida.
(Tenho aqui comigo que a Cassandra e a Holly sempre caem na maldição de fazerem finais corridos. A cada livro que passa essa teoria se prova mais real).
Mas enfim. É um detalhe que não torna a experiência ruim. É divertido, tem seus momentos O QUÊ? como tudo na série e ainda dá brecha para a guerra que está por vir no último título, A Torre de Ouro. O livro cumpre bem seu papel de finalizar os arcos de algumas situações e apresentar o pandemônio que está por vir.
É perfeito para quem gosta de histórias na vibe de Percy Jackson.
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