Sâmara 05/02/2021Hugo, Lord Trentham, foi um soldado que lutou nas guerras napoleônicas. Por seu grande feito em liderar uma tropa em combate contra o inimigo recebeu um título do rei. Considerado o Herói de Badajoz, ele não se sentia tão herói assim.
A guerra trouxe marcas profundas em sua alma, e ele não conseguia conviver com esse peso na consciência. Após perder o pai, ele se viu dono de um grande comércio e na obrigação de continuar o legado de seu progenitor, se viu decidido a arrumar uma esposa para ter um herdeiro e cuidar da irmã, para que assim ela tivesse um próspero futuro.
É aí que conhecemos Lady Muir. Gwendoline era a viúva de um visconde, uma dama de beleza inconfundível, mas que também teve um passado delicado. Após perder um bebê com seis meses de gestação, ela perdeu também o marido. E mesmo o casamento não sendo um mar de rosas, ela se sentiu culpada pelos fatídicos acontecimentos que sucederam.
Esse é o primeiro livro da série Clube dos Sobreviventes da Mary Balogh, e posso afirmar com todas as letras que foi o pontapé inicial mais perfeito e real quanto ao seu tempo que já se viu!
Diferente de outros romances de época que já li, Mary não sente a necessidade de embelezar a verdade, ela a expõe nua e crua, de fato como ela é. Os traumas do protagonista Hugo são profundos, marcados de dor e que nos sensibiliza, causando uma imensa empatia e se solidarizando com ele.
Foi meu primeiro contato com a escrita da autora e saio encantada e ávida para dar continuidade nessa série que tanto me ganhou no primeiro volume.
Nesse livro, vamos ter um romance cão e gato entre Hugo e Gwen, e toda a trama foi muito bem construída, nos fazendo vibrar quando eles enfim ficaram juntos, mas também emocionar a cada vez que eles abriam o coração um para o outro e revelavam as dores de seu passado.
Apesar do livro ter o foco no casal, são os outros integrantes do clube dos sobreviventes que também roubam a cena. Somos apresentados a todos os protagonistas dos outros livros da série, e podemos conhecer um pouco das marcas que a guerra deixou em cada um, assim como o motivo para o grupo ter sido formado.
Gwen não é mais uma mocinha indefesa, que precisava de um mocinho para lhe mostrar o que era a felicidade. Com um caráter firme e dona de seu próprio nariz, ela também tem suas limitações mas que nada interfere no seu caráter ou beleza. Uma obra que nos mostra que a força feminina transcende o próprio tempo.