zoni 11/05/2018
I would be Apollo. I would remember (...)
Esse com certeza foi o livro da série com mais altos e baixos, mas apesar de tudo isso, é um dos melhores livros de Rick Riordan. Este livro teve tudo: O desenvolvimento de personagens que precisavam crescer na história, ação, morte, drama e a inclusão de personagens antigos sem parecer forçado, eles precisam estar ali naquele momento.
Essa história em alguns momentos fluiu tão bem como o livro anterior, mas em outras nos dá um atraso e várias páginas cansativas cheias de piadas sem graça. Mas é empolgante e estou feliz em dizer pra vocês que vale a pena ser lido sim.
Nesse livro pudemos ver um imperador mais perverso que os outros dois que Apolo já tinha enfrentado em sua forma humana. Calígula conseguiu ser pior que Nero e Cômodos em diversos âmbitos. O imperador já conhecido na história por sua natureza extravagante e cruel foi apresentado nos livros adolescentes de Riordan de uma forma sádica, hilária e assassina. Não pense que dessa vez o vilão matou apenas personagens secundários, não, ele matou um dos personagens principais, que era conhecido e amado por boa parte do fandom. Não vou contar quem foi esse personagem, mas se vocês forem espertos durante a leitura (ou tiverem fugido dos spoilers na internet) logo no começo do livro você vai perceber de qual personagem estou falando.
Mas vamos voltar um pouco, estou muito adiantado. O livro começa algumas horas após o fim de A profecia das sombras. Meg, Apolo e Grover estão viajando pelo labirinto e estão enfrentando algumas complicações. O que eu achei mais legal nisso, é que Riordan se certificou de usar a regra do Acampamento Meio-Sangue de apenas três pessoas viajarem juntos em uma missão, isso meio que tinha se perdido em alguns livros, se eu não estiver enganado. Mas vamos lá, Apolo tem um trabalho a fazer no labirinto, e esse trabalho fica evidente assim que eles entram lá, precisam salvar as dríades que vivem ali perto. Confesso que essa parte, esse começo do livro me remeteu muito A batalha do Labirinto, outro livro de Riordan, mas diferente do primeiro livro, esse consegue ser até chato, porque parece que já vimos tudo aquilo, e já vimos mesmo... Depois de algumas páginas chatas, começamos a ver personagens antigos voltando para nos agraciar, entre eles estão o treinador Hedge, sua esposa e seu bebê, Piper McLean e Jason Grace. E é aí então que a aventura começa de verdade. Eles vão então à verdadeira missão desde o começo, que é salvar o próximo oráculo aprisionado, e evitar que ele seja destruído, mas o que eles não imaginavam, era que o verdadeiro plano de Calígula não era destruir o oráculo, mas sim destruir Apolo, para se tornar o novo deus do sol.
Piper McLean conhecida por ser a personagem mais chata de Os heróis do olimpo, série sucessora a As provações de Apolo, se mostra nesse livro o ponto mais forte da história. Os melhores capítulos eram os que ela estava, os que ela ganhava destaque, são esses capítulos, que tornam o livro tão bom, que salvam a história que tinha tudo pra ser chata e desastrosa.
Nesse livro, a personagem chata conhecida pelo seu amor por Jason Grace, se mostra totalmente madura, sensata e inteligente ao lidar bem com o término entre ela e Jason. Os diálogos que ela tem com Apolo sobre essa situação são maravilhosos, prestem atenção nisso... Além de que, ela se mostrou uma ótima guerreira nesse livro, já que tinha sido boicotada pelo próprio autor na série em que ela era a verdadeira protagonista. Esse livro foi à forma de Riordan se desculpar com ela e com todos os fãs da personagem. Eu até chegaria a dizer que ela é a verdadeira dona desse livro.
Jason Grace tem talvez o maior papel no livro, e está ali como sempre foi; Fiel aos seus amigos e uma cópia de Percy Jackson... Brincadeiras à parte, eu gostei muito do papel que Jason desempenhou no livro.
Mas vamos aos pontos chaves dessa história:
Riordan finalmente fez coisas que ele estava com muito medo de fazer em livros anteriores. Ele matou personagens protagonistas, ele colocou os mocinhos para apanhar, ele nos deus mais realidade de uma batalha do que em livros anteriores, onde era tudo fácil para nossos protagonistas.
Eu nunca gostei muito do romance de Piper e Jason. Porque era tudo muito forçado, parecia que Jason era a única pessoa que Piper gostava no mundo, e nesse livro ela mostrou o contrário, ela deu sangue para defender os amigos, lutou, foi forte, lidou com as perdas e tudo isso tendo Jason só como amigo, já que ela terminou com ele antes... (Eu adoraria ver isso em contos).
Nesse livro vemos uma grande mudança em Apolo, ele passa a pensar nos outros, cria empatia por seus amigos, a ponto de se sacrificar por ele se necessário, isso choca até ele.
Esse não é um livro perfeito, algumas coisas me incomodaram muito no livro, acho que Riordan precisa deixar de enrolar tanto para encher páginas e nos dá histórias com mais qualidades, mas ele tem aprendido isso, acredito que os dois últimos livros dessa série serão ainda mais intensos e maduros que esse. Eu me diverti muito lendo, gostei tanto que passei o dia lendo, sim fiquei sem dormir na madrugada, e li o dia todo porque não conseguia largar, estou sem palavras, pela primeira vez. Se você me conhece, sabe que isso é um choque.
No geral esse é um bom livro, uma ótima ponte para essas novas histórias que Riordan está a fim de nos contar, e me deixou bem ansioso para saber como essa história vai se seguir nos próximos volumes. Não percam a chance de ler essa história.
site: instagram.com/nomeiodatravessia