Jenner Azevedo 12/06/2024
Doeu menos do que eu imaginei
Com a eloquência das palavras entrelaçadas, manifesto uma ponderação desvelada acerca deste tomo literário, cuja responsabilidade assinalo inequivocamente como coadjuvante primordial na gestação de uma linhagem de adolescentes avessos às letras, abraçados por um manto de aversão ao ato sublime de absorver conhecimento por intermédio da leitura.
Conspicuamente, ergo o dedo acusador em direção às suas páginas, denunciando-as como arautos de uma era na qual o preclaro ato de ler é vilipendiado, onde as sinuosas veredas do saber são desdenhadas em favor de um desértico desinteresse.
És, portanto, sentenciado por esta instância de reflexão a arcar com a culpa de instigar um nefasto desdém pela sapiência, que ecoa na alma juvenil e reverbera pelas sendas do porvir, corroendo os fundamentos do intelecto e erigindo muralhas de ignorância no horizonte das futuras gerações. Por esse atentado contra a luminosa faculdade do discernimento, julgo-te, inequivocamente, como réu inapelável neste tribunal da razão.
Brincadeiras à parte, esse livro, apesar de ser um dos grandes culpados de ensinar adolescentes obrigados a lê-lo na escola, é um clássico que todo mundo deve ler (reler) após a vida adulta, já com um pouco mais de bagagem cultural.
É impressionante a cultura do Machado de Assis, numa época onde não havia internet, televisão, até mesmo rádio era difícil, e mesmo assim o cara é um monstro do saber.
Se eu tivesse tempo e disposição, faria uma ?tradução? pro português moderno, apesar de saber que isso faz vários pseudo-intelectuais revirar os olhos. Acho que faria o livro mais atrativo
Pode ser lido em 3h40min