Aliny 31/03/2020
Perda de tempo
Começando por um autor que se intitula doutor tendo apenas mestrado, o livro traz uma abordagem bem duvidosa da tal "ciência dos temperamentos". Digo duvidosa porque um livro que propõe apresentar resultados de estudos e não traz NENHUMA referência bibliográfica é, no mínimo, de se suspeitar. Inclusive, sabe-se que o autor foi aluno de um dos maiores fascistas da contemporaneidade e a teoria que apresenta no livro é desse professor, o Olavo de Carvalho. O qual não é mencionado nem como inspiração para a apresentação das informações ali contidas.
Além disso, o autor se utiliza de termos bastante desrespeitosos em relação à criança (rebelde, doce, boa, má, teimosa, chata, malcriada, difíceis, intrometidas, frivola, fútil, dentre outros) rotulando-a sempre e fazendo afirmações contundentes sobre o futuro delas a depender de seu temperamento (será infeliz ou não, vai ter sucesso ou não, precisa de uma empresa pra gerir, precisa de religião...).
Por fim, o livro apresenta aspectos da espiritualidade em relação a cada um dos temperamentos. Não há problema nisso, desde que a proposta inicial seja essa. O que não acontece com esse escrito. O livro se propõe a falar de educação, a se dirigir a pais e professores e termina falando do desenvolvimento das 12 camadas da personalidade que culminam no encontro com Deus!?
Quem conhece minimamente de desenvolvimento infantil, de primeira infância, de autonomia, de educação libertadora e de educador como guia, entende o que estou dizendo. Nossas crianças não merecem ser tratadas como quer ensinar esse autor!
Não recomendo a leitura!