Pri | @biblio.faga 24/09/2020
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Como já disse em uma resenha anterior, eu acho extremamente delicado e sensível o ato de criticar negativamente a produção artística de uma outra pessoa (sim, eu considero escrever uma arte), e, por isso, cultivo o hábito de olhar com carinho o lado positivo. Também reconheço que não tenho formação ou conhecimentos técnicos, mas sim, apenas algumas opiniões e a vontade de compartilhá-las. Então, vamos lá.
O livro “Southernmost: Rumo ao Sul”, do escritor norte-americano Silas House, me chamou atenção pela delicada arte da capa e pelo resumo interessantíssimo da contracapa.
Assim, admito que iniciei a leitura com altas expectativas, fato que, inegavelmente, influenciou de forma negativa meu veredito sobre a obra, afinal, como já sabemos, “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, rs.
Na minha experiência, por mais que o livro tenha premissas incríveis, infelizmente, o autor não conseguiu explorar com a profundidade necessária todos os complexos temas que tentou trabalhar, como: religião, religiosidade, dogmas religiosos, fanatismo, intolerância, homoafetividade, homofobia, paternidade, aceitação, perdão, dentre outros tantos, bem como tiveram algumas falhas no enredo que me incomodaram.
Apesar disso, reconheço que o simples fato de escrever sobre temas tão atuais e relevantes, por si só, demonstra o seu valor. Afinal, falar assuntos como o preconceito religioso e o falso moralismo que, inegavelmente, incita inúmeros tipos de discriminação exige coragem.
Demonstrar que não há nada errado em mudar de crenças e convicções é um belíssimo presente a uma humanidade que renega e reluta em reconhecer os próprios erros.
Você tem essa fibra?
~ “Como explicar para um garoto de nove anos como é passar a vida convencido de que seu objetivo é julgar os outros em vez de ser bom para eles. Como pode explicar a seu filho que um dia acordou, mas que levou anos para isso? Que viver assim durante tanto tempo quase o transformou em uma coisa oca? Que esse longo processo de esvaziamento fez com que ele desmoronasse?” (p. 179)
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