Cat Person

Cat Person Kristen Roupenian




Resenhas -


25 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Leila de Carvalho e Gonçalves 07/02/2019

Doze Contos Perversos
Você já ouviu falar de ?Cat Person?? Resumidamente, é um conto publicado em 2017 na revista The New Yorker que virou um estrondoso sucesso nos Estados Unidos na esteira das denúncias de abuso sexual surgidas com o movimento #MeToo. Uma espécie de cartilha sobre uma relação doentia, no caso, de uma jovem indecisa e seu parceiro manipulador.

Enfim, o texto certo na hora certa que tirou do anonimato Kristen Roupenian, a autora. Também é o título do seu livro de estreia que acaba de ser lançado no Brasil, um país que ela pretende conhecer ainda em 2019, já que confirmou sua presença na próxima FLIP.

Contendo 12 contos que flertam de alguma forma com o terror, as histórias selecionadas são perversas, às vezes violentas ou engraçadas ao abordar a dinâmica do poder nos relacionamentos. Não importa se esse aspecto remete a uma princesa à procura de um príncipe, mas que só ama a própria imagem (?O Espelho, o Balde e o Velho Fêmur?); ou a bizarra amizade entre um casal e seu amigo carente que não consegue esquecer a ex-namorada (?Seu Safadinho?).

Erroneamente, imaginei que o conto ?Cat Person? seria a cereja do bolo, mas me enganei. Há outras boas opções:
* ?Não se Machuque?: escondido na estante de uma biblioteca, um livro de bruxaria é surrupiada sem a ladra imaginar o que teria de fazer e o preço a pagar pela realização dos feitiços.
* ?O Garoto na Piscina?: Kath resolve fazer uma ?surpresa? na despedida de solteira que organizou para Taylor, uma amiga por quem nutriu uma paixão platônica na adolescência. Girando em torno do galã de um antigo filme trash, sua trama discorre sobre domínio e manipulação.
* ?O Sinal da Caixa de Fósforos?: de uma hora para outra, uma misteriosa e persistente coceira passa a afligir Laura, um problema que se recusa a ceder independente do tratamento e acaba comprometendo sua recente união com David.

Todavia, meu conto preferido é ?Look at You Game, Girl?. Seu título é o mesmo de uma canção composta por Charles Mason, fundador e líder de um grupo que cometeu uma série de assassinatos nos Estados Unidos no final da década de sessenta. Sua história relata a estranha amizade entre uma menina e um mendigo admirador da obra musical do psicopata. Com um chocante desdobramento associado a uma barbárie, cabe ao leitor decidir se está diante de um engano, alucinação ou um caso sobrenatural cujas implicações desafiam a lógica.

Com uma prosa inteligente e uma linguagem informal, a autora é cosmopolita, contemporânea e, sobretudo, não teme expor os tabus ou desejos mais obscuros das personagens, criando narrativas peculiares que atingem o leitor com a precisão de um potente chute no estômago (?Vontade de Morrer?) ou uma dilacerante mordida na bochecha (?Aquela que Morde?).

Finalmente, não faço ideia de qual será a repercussão do livro no Brasil. Se você domina o inglês e está em dúvida sobre a compra, uma boa dica é o conto ?Cat Person? disponível sem tradução na internet.

Nota: Optei pelo e-book que atendeu minhas expectativas.
Marianna 08/02/2019minha estante
Ainda não li o livro, mas é sempre um prazer ler as resenhas da Leila. Como escreve bem!


I. de Rohan @izabelderohan 29/06/2020minha estante
Lelia, o que te fez dar 4 estrelas e não 5?




Angelica 20/01/2019

Ótima leitura
Cat Person e outros contos foi um daqueles livros que me atraiu logo pela capa. Preto e rosa, são cores que combinaram muito bem juntas e me chamaram a atenção. Não sabia muito bem o que esperar da história quando comecei a ler. Achei estranho o primeiro conto, mas a medida em que fui entrando de cabeça e conhecendo o estilo da autora, os contos foram ficando cada vez melhores.

Não são histórias clichês, não mesmo. Em nenhuma delas eu consegui adivinhar o final dos contos. Enquanto eu lia, fiz um paralelo com o filme Relatos Selvagens, porque eles retratam a vida como ela é (embora tenha um pouco de exagero nas coisas). E é assim que Kristen Roupenian escreve. Ela retrata a vida, colocando um pouco de exagero nas coisas. Ela escreve de maneira leve, misturando uma dose pequena de comédia, com um ar meio que sombrio. Nem todas as histórias tem finais felizes, porque a vida nem sempre é assim, certo?

Mas, voltando ao livro, recomendo a leitura. Apesar de Cat Person dar nome ao livro e ter sido super comentado no último ano, por ter se tornado uma história viral na internet, este não é o meu conto preferido. O Espelho, O Balde e O Velho Fêmur foi o que eu mais gostei e me envolvi. O Sinal da Caixa de Fósforos também foi muito bom. Bastante sombrios, na verdade. Cat Person, embora retrate a vida de uma jovem de 20 anos que se envolve com um cara mais velho não foi o meu preferido, nem de longe. Há outras histórias muito melhores.

Contudo, pense em ler este livro quando estiver procurando algo para não se preocupar, quiçá não se apegar demais às histórias. É excelente para aquele domingo de chuva, e acompanhado de um bom cafézinho
Angelica75 20/01/2019minha estante
Vi a dica no ótimo insta de Ronaldo Bressane e corri para marcar aqui ??




Euflauzino 21/04/2019

Um sorriso nervoso

Claramente me envolvi com Cat person e outros contos (Companhia das Letras, 256 páginas) por causa do infindável debate que causou o conto que deu origem a este livro e através do qual todos os outros orbitam.

Kristen Roupenian – guardem este nome que é muito sonoro, pois ele é quente, muito quente – se tornou conhecida no final de 2017 quando publicou o conto “Cat person” e ele transformou-se rapidamente em um dos mais acessados e debatidos.

E o que este conto teria de tão extraordinário? Ele aponta uma das questões modernas que mais tem chamado a atenção de especialistas que estudam o mundo virtual: a dificuldade que as pessoas têm de se comunicar.

O conto é a história de uma jovem que flerta virtualmente com um homem mais velho. Após um primeiro encontro real e desastroso, por se sentir constrangida, prossegue até um sexo que se mostra ainda pior.

“Margot ficou sentada na cama enquanto Robert tirava a camisa e desabotoava a calça, baixando-a até os tornozelos e só então percebeu que ainda estava de sapato e agachado para desamarrar os cadarços. Ao ver Robert assim, numa posição tão estranha, com a barriga grande, mole, coberta de pelos, Margot pensou: ai, não. Mas imaginar o que seria necessário fazer para interromper o processo que ela havia iniciado era assustador; aquilo ia exigir um tato e uma gentileza que ela julgou impossível canalizar. Não era exatamente medo de que ele tentasse forçá-la a fazer algo que não queria, mas insistir em parar agora, depois de forçar a barra para continuar, a faria parecer mimada e instável, como se tivesse pedido um prato num restaurante e, assim que a comida chegasse, mudasse de ideia e pedisse para devolver.”

Ao abordar temas como relação de poder e consentimento, ideias amplamente debatidas por Foucault, Roupenian acabou por atiçar a brasa que nem sempre está adormecida, mas que tem causado rebuliço na era das redes sociais que é o movimento #metoo. Daí para o estrelato foi um pulinho. Nem é o conto do qual mais gostei, mas que é polêmico isso é.

A escrita de Roupenian é moderna, contemporânea, muitas vezes violenta e levemente escatológica.

“Numa voz meio baixa, rouca, tipo sexo por telefone, como se ela fosse falar a coisa mais excitante, mais errada do mundo, ela disse: “Eu quero que a gente entre junto no chuveiro. Aí eu quero que a gente, tipo, fique se beijando, se pegando. Normal. E aí, depois de um tempo, e essa parte é muito importante, quando eu não estiver esperando, quero que você me dê um soco na cara com toda força. E, depois que você me der o soco, quando eu estiver caída, quero que você me dê um chute na barriga. E aí a gente pode transar”.”

Vamos deixar o puritanismo de lado, aqui é vida real. Sabemos que estas coisas acontecem, pode ser fetiche, pode ser algum distúrbio psicológico, mas negar a existência de situações como esta é tapar o sol com a peneira. Você pode até não ter vivido isto, mas há gosto para tudo no território do desejo. Roupenian desnuda sem piedade.

site: Leia mais em: http://www.lerparadivertir.com/2019/04/cat-person-e-outros-contos-kristen.html
comentários(0)comente



zoni 31/05/2019

Histericamente apaixonado por esse livro.
Iniciei o livro de forma totalmente despretensiosa, sem saber o que iria encontrar, e a verdade é acabei simplesmente apaixonado por Roupenian. O que mais me chama a atenção nesse livro é a escrita da autora, uma escrita moderna, contemporânea, espalhafatosa, esplendida e algumas vezes violenta, sério, a forma macabra com que ela escreve contos banhados no erotismo é de aplaudir de pé.

Os contos são tão envolventes e nem um pouco clichê, nós não sabemos o que vamos encontrar depois de passar a página, e isso prende a nossa atenção. Logo no primeiro conto eu fiquei chocado, o conto se chama "Seu Safadinho", e eu pensei, "hmmm, já imagino do que vai se tratar", mas eu estava errado. É exagerado, bizarro, macabro e me deixou pensando, "caralho!". Os outros contos do volume são mega interessantes, e os destaques vão para os meus favoritos: Look at Your Game, Girl, Os corredores noturnos, O garoto na piscina e não se machuque.

Porém, o conto que me deixou completamente histérico de tão apaixonado, é o que dá nome ao livro. Narrando a história de uma jovem que flerta virtualmente com um homem mais velho, a autora mostra a dificuldade que as pessoas têm de se comunicar, e falarem abertamente sobre o que querem.

Com uma narrativa inteligente, e uma linguagem informal, Kristen Roupenian não tem medo de explorar os tabus da sociedade, e cria histórias peculiares que nos fazem repensar.

site: www.instagram.com/nomeiodatravessia
comentários(0)comente



Coisas de Mineira 09/07/2019

Na resenha dessa semana vou fazer diferente. Ao invés de falar com as minhas palavras sobre a história, pegarei a sinopse do próprio livro. Então conheça um pouco sobre “Cat Person e outros contos” escrito por Kristen Roupenian e lançado este ano pela Companhia das Letras.

O aguardado livro de estreia de Kristen Roupenian – autora da história que se tornou um fenômeno literário sem precedentes – reúne doze contos que tratam de amor, desejo, poder e consentimento. Com ousadia, estilo afiado e humor surpreendente, a escritora se revela uma das vozes mais originais e provocativas da ficção contemporânea nesta pequena joia que retrata de modo radical e espantoso, os relacionamentos nos dias de hoje.

Quero que todos tentem imaginar por um momento sobre do que se trata o livro. Vejam a capa, leiam a sinopse e apenas imaginem. Eu imaginei várias coisas, pessoas que me viram com ele também, mas não chegou nem perto do que realmente era.

“Mas imaginar o que seria necessário fazer para interromper o processo que ela havia iniciado era assustador; aquilo ia exigir um tato e uma gentileza que ela jogou impossível canalizar.”

Apenas pela capa, eu nunca ousaria comprar o livro, falaria que seria uma coisa estranha e que eu não iria gostar. Realmente, as histórias são bem estranhas, algumas até bizarras, mas cara, todos os contos são bons. Muito bons.

Temos doze contos que literalmente tratam de amor, paixão, desejo, consentimento, mas a forma como são retratados é muito bizarra. Em vários das histórias de “Cat Person e outros contos” eu me surpreendi com o rumo que ela tomou.

Apesar das bizarrices a autora traz para os seus contos discussões muito válidas. O que é consentimento afinal? Será que o fato de ter aceitado manter relações com uma pessoa quer dizer que não posso dizer não quando tudo já estiver rolando? O que é ressentimento? Será que o ressentimento de pais que não estão mais juntos pode ser repassado para um filho?

Em minhas pesquisas pela autora, para pode trazer um pouco mais sobre ela acabei encontrando uma reportagem no site da Época. Em forma de entrevista, a autora fala um pouco sobre a temática dos seus contos e entra em um tema que o Brasil tem visto muito nos noticiários nos últimos dias. Para quem se interessar ler, é só clicar aqui.

Kristen Roupenian nasceu nos Estados Unidos e é formada pela Universidade Barnard, com doutorado em Harvard sobre literatura africana. “Cat Person e outros contos” é seu primeiro livro, e nasceu depois de que alguns dos seus contos fizeram muito sucesso ao serem publicados em jornais. Como por exemplo, “Cat Person” que foi publicado na revista The New Yorker.

Segundo as pesquisas que eu fiz, o sucesso do conto foi tão grande, que uma editora britânica pagou pelo livro antes mesmo dele ser escrito. Ainda bem que a Companhia o trouxe para o Brasil e não ficamos sem essa coletânea maravilhosa. Kristen vem para o Brasil participar da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), e eu queria muito que ela viesse para a Bienal também, quem sabe.

Uma das coisas que li durante a pesquisa sobre a autora é que além de ter tido o livro comprado antes que ele tivesse sido escrito, graças ao sucesso de mais de 4 milhões de pessoas lendo seus contos, a HBO comprou os direitos para adaptar os contos para uma série de televisão.

Como vários livros de contos, “Cat Person e outros contos” é bem fino e pequeno. Suas 256 páginas podem ser lidas rapidamente e alguns dos contos bastam dez minutinhos para terminar.

“Ela sentiu a superfície áspera do dedo empurrando a sua língua, e sentiu o gosto acre da sujeira debaixo da unha dele. Ele disse: ‘É claro que você vai ter que me devolver. A fita, digo. Você vai me devolver, não vai? Promete?’.”

Como tenho costume de carregar meus livros para cima e para baixo comigo, no primeiro dia que estava lendo “Cat Person e outros contos” estava com ele no trabalho e uma colega acabou pegando um dos contos para ler. Resultado, ela terminou em quinze minutos, amou a autora e quer muito ler mais coisas dela e os outros contos.

Essa também foi a minha reação com a leitura. Apesar de ter estranhado várias narrativas, me encantou a forma como a autora escreveu, e como ela conseguiu fazer com que eu ansiasse por cada página lida.

Apesar de o livro levar o nome do conto de “Cat Person” esse não é o melhor conto da coletânea, mesmo que ele seja muito bom. “Look at Your Game, Girl” é desconcertante, assim como “Sardinha” e “O Cara Legal”. Esse último é o maior conto da coletânea.

Ainda que não tenha nenhuma marcação de “conteúdo adulto” esse não é um livro que eu indicaria para menores de dezoito anos. E por último, sinto na obrigação de fazer uma advertência para quem for ler: não espere finais, nem felizes, nem tristes, apenas não espere finais.

Alguém aqui já ouviu falar da publicação ou já leu? O que acharam ou o que esperam de “Cat Person e outros contos”?

Por: Ana Elisa Monteiro
Site: www.coisasdemineira.com/cat-person-e-outros-contos/
comentários(0)comente



Bianca.Oliveira 25/07/2019

sobra excentricidade, falta sentido
O sucesso do conto Cat Person diz mais sobre a sociedade contemporânea do que sobre a autora Kristen Roupenian.

Os temas abordados no livro são centrais hoje e de difícil debate: consentimento, desejo, poder, egocentrismo, angústia e poder. Na era da individualidade e redes sociais, quem se propor a falar sobre isso verá seus textos repercutirem da mesma forma que vimos Cat Person no fim de 2017.

Na sua obra completa, sobra excentricidade e falta sentido. É preciso esforço para identificar alguns temas por traz de fantasias tão mirabolantes e, muitas vezes, ficamos no vazio.

Entendo que os assuntos que permeiam o livro sejam indispensáveis, mas Ainda acho que seja possível uma discussão mais profunda e madura.


@expansao.literaria
comentários(0)comente



cmscotti 31/07/2019

o melhor conto é o que dá título ao livro, e foi responsável pela "descoberta" da autora ao atingir um sucesso inesperado quando foi publicado na revista new yorker. ele é realmente bom, e acredito que muitas mulheres vão se identificar demais com a história de um péssimo encontro entre duas pessoas incompatíveis que acaba se estendo muito além do razoável. o problema é que esse conto é o ponto alto de uma seleção muito irregular. a opção da autora pelo incômodo e o bizarro muitas vezes me fez lembrar do "coisas que perdemos no fogo", da mariana enriquez, e a proximidade da leitura tornou impossível não comparar, e ao mesmo tempo difícil explicar. kristen tem boas ideias e escreve bem, mas falta algo que nos fisgue, nos envolva. um livro ok, mas provavelmente esquecível.
comentários(0)comente



Toni 26/08/2019

Há algo terrivelmente familiar — no pior e mais atroz dos sentidos — que atravessa os contos reunidos neste volume. Mesmo as histórias mais fantasiosas guardam algo parecido com as intimidades que compartilhamos ao longo da vida. Uma intimidade tóxica, não se enganem, que se alimenta de anos de sorrisos complacentes ou silêncios engasgados, de certo dissolvimento moral quando aquele que fala atrocidades (ou age/vota atrozmente) é o amigo de longa data, o primo da infância, o confidente de todas as horas. Nestes contos, o ridículo, o sombrio e o abominável moram ao lado, e pode ser até mesmo que dividam uma vida com seus leitores, quando não forem, eles mesmos, suas personagens.
.
A coletânea é bastante regular quanto aos temas—relacionamentos abusivos, masculinidade tóxica, objetificação, desejo—, mas muito irregular (e isso não significa algo ruim) na fatura de cada leitura; em alguns textos, Roupenian aposta no nocaute de última linha (Vontade de morrer); noutros, deixa-o explícito no título (Seu safadinho); há, ainda, aqueles com passo lento e simbólico (O sinal da caixa de fósforos) e aquela parcela de ironia suspensa (Sardinha). E há, claro, o Cat person, que merece um parágrafo todo seu.
.
‘Cat person’ gira em torno de uma jovem de 20 anos que se envolve com um homem de 34. Narrado sempre do ponto de vista dela, o relacionamento atinge seu ponto de inflexão quando os dois vão para a cama. Com incrível virtuose, fazendo sua protagonista avançar e recuar nas investidas sexuais, Roupenian criou uma fonte infinita de debate sobre consentimento, abuso e machismo. Apesar de algumas pessoas defenderem a leitura de um estupro, acredito que essa chave, por mais que seja pertinente, limita bastante o alcance do conto; tendo em vista a estrutura titubeante, me parece que a autora almeja justamente fomentar o debate do Quando começa o abuso (que não é apenas sexual), e Quanto este abuso pode estar internalizado em uma cultura feita para justificar as ações reprováveis de machos escrotos.
comentários(0)comente



Natália 10/04/2020

O conto que dá título ao livro é de longe o melhor conto. É bem mediano, mas apesar disso entre todos os contos há alguns bem interessantes. Alguns me deixaram levemente perturbada.
comentários(0)comente



Mah 30/05/2020

Catperson (resenha do conto)
O livro traz 12 contos bem provocativos sobre amor(?), desejos, poder e consentimento em relacionamentos da era digital. ⠀

Vou falar somente do conto #catperson , que viralizou em 2017, época da chuva de denúncias de abusos sexuais nos EUA.⠀

O conto narra o encontro de Margot, de 20 anos, com Robert, de 34. Ela, universitária. Ele tem a aparência de um lenhador. Conhecem-se no cinema, onde ela trabalha. A história toma rumos inesperados ao abordar as expectativas frustradas, as inseguranças, carências, contradições, fragilidades e até perversões.⠀

Minhas impressões:⠀
Primeiro, não se trata de amor. E sim de um relacionamento superficial com sexo eventual.⠀
O enredo foi conduzido de forma excelente e manipulou minhas expectativas, mas, no fim, percebi que a autora criou expectativas demais para entregas de menos, me fez esperar acontecer algo diferente... Mas talvez a estratégia tenha sido exatamente essa, para o leitor chegar ao fim do conto e gritar: “O quê?? É só isso??”⠀

Agora, em termos de reflexões sobre o papel da mulher nos relacionamentos atuais, o conto dá um show. ⠀
No final da leitura, CHOCADA, propus algumas reflexões.⠀

Por que as mulheres:⠀
1. criam justificativas para comportamentos ofensivos por parte dos homens?⠀

2. acreditam que têm que consentir quase tudo? E ainda inventam desculpas para isso também?⠀

3. se iludem acreditando que podem mudar um homem? Ou que uma relação doentia pode algum dia “melhorar”?⠀

4. Por que mulheres carentes e inseguras se contentam com tão pouco?⠀

5. E, por último, por que insistem em ver um PRÍNCIPE em vez do SAPO que está na sua frente com todas as verrugas tão salientes que nunca poderiam ser ignoradas? E não estou falando de aparência física.⠀

No fim, não ficou confirmado se ele era catperson. E eu penso que o motivo de ele ter provavelmente mentido sobre ter dois gatos é porque alguns estudos indicam que pessoas que têm felinos de estimação são mais inteligentes, mente aberta e sensíveis. Assim, seria bem razoável concluir que o Robert era um manipulador.

site: https://www.instagram.com/p/CAYc-j-D5-q/
comentários(0)comente



Isabela Zamboni | @resenhasalacarte 21/07/2020

Intenso e bizarro!
O primeiro conto, “Seu Safadinho”, me deixou boquiaberta. Não imaginava uma história tão intensa com um final perverso daqueles. A narrativa de Roupenian é simples, mas envolvente do começo ao fim. A leitura flui numa velocidade incrível, eu não conseguia parar de ler. Na sequência, “Look at Your Game, Girl” é ainda mais bizarro, envolvendo um suposto seguidor da seita de Charles Manson em contato com uma garota de doze anos.

“Sardinha” traz um tom esquisito, não dá para entender do que se trata, mas o final é absurdo, assim como nas outras histórias. O medo da mãe em ver a filha se transformar em algo assustador, as questões concernentes à maternidade e ao casamento falido, com certeza já passaram pela cabeça de mulheres numa situação parecida. Inclusive, a honestidade da escrita chega a incomodar.

O conto “Os Corredores Noturnos” é tão absurdo que nem consegui digerir muito bem. Sabe quando você pensa: “o que foi que eu acabei de ler?”. Ainda assim, é uma história que prende do começo ao fim, com momentos de tensão e sentimentos de raiva.

As personagens do livro – como a própria sinopse indica – são muito humanas. Pensamentos inquietantes, que ninguém tem coragem de verbalizar, permeiam Cat Person e outros contos.

{Resenha completa no blog!}

site: https://resenhasalacarte.com.br/resenha/cat-person-e-outros-contos-kristen-roupenian/
comentários(0)comente



intheskywithbooks 20/12/2020

Muito mais sombrio do que parece
Não estava preparada e fiquei apaixonada. Pelo estilo ousado e criativo de escrita. Pelas histórias fortes, impactantes, honestas. Pelo tom de realidade das narrativas. As críticas sociais estão ali, mas não são nada óbvias; assim que terminava um conto, eu tinha que parar para digerir e pensar. Virou favorito.
comentários(0)comente



Janaina 25/01/2021

Meus contos favoritos...
... foram os dois primeiros e os dois últimos, obviamente, os mais perturbadores.
Gosto da maneira desconcertante como o cérebro da autora funciona e da expressão disso na sua escrita.
comentários(0)comente



Jackeline Evellyn 13/02/2021

Contos muito ousados
Todos os personagens são bastante ambiguos e de certa forma bastante humanos.
As histórias falam.sobre traumas, relacionamentos e sexo. Alguns contos são um pouquinho perturbadores, mas me fez viajar sobre como nosso subconsciente é bem louco e o quanto nos esforçamos para parecer cuidadões corretos "caras legais".
Fala sobre impulsos e vontades. Foi uma leitura muito prazerosa, alguns finais confesso que deixou meio no ar demais ou errou um pouco a mão,mas gostei muito no geral.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



25 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR