Não me abandone jamais

Não me abandone jamais Kazuo Ishiguro




Resenhas - Não Me Abandone Jamais


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Helder 02/06/2011

Um livro triste
Há tempos estava curioso para ler este livro, pois li no blog do Zeca Camargo que informou até que ele tinha virado filme. Ainda não vi o filme, mas li a resenha na Veja, onde o critico descabeçado revelava um dos pontos principais da estória, mas mesmo “sabendo” o final, fiquei curioso e resolvi embarcar na estória.
O titulo e capa parecem de uma linda estória de amor, porém o que achei foi uma estória extremamente triste. Cinza como a imagem que faço da Inglaterra.
Conta a estória de 3 jovens que vivem numa escola inglesa sob um regime aparentemente cheio de regras. O livro, a principio, não explica desde quando eles estudam ali, nem de onde eles vieram, já que nunca recebem visitas de suas famílias ou saem em férias.
Kate e Ruth são duas amigas muito próximas. Ruth é uma menina mais revoltada e atua mais ou menos como uma líder entre as garotas. Kate é a narradora, e é sob sua ótica que vamos entrando na estória, ou seja, sob a sua ingênua ótica vamos conhecendo aquele mundo. E neste mundo onde tudo parece tão correto, pequenas coisas tomam vultos enormes, como as crises de raiva de Tommy; os bazares de coisas usadas; as visitas de Madame para escolher as melhores obras para sua galeria; a fita com a musica Não Me Abandones Jamais que desaparece, etc.
O 3º jovem é Tommy, amigo de Kate e que acaba sendo namorado de Ruth. Saindo fora da curva fixa da escola, Tommy não possui dons artísticos, e é extremamente impaciente, estourando com qualquer provocação.
Com o tempo Kate nos revela de onde eles vieram e porque estão ali, e aquilo que achávamos que seria um romance, acaba ficando com toques de ficção cientifica, e é ai que fica mais triste.
Ruth pensa contestar seu destino, acreditando que as coisas podem ser mudadas e tenta buscar isso, se apegando a um boato sem nenhum fundamento, mas que traz uma esperança. Kate e Tommy não acreditam que devam mudar alguma coisa e assim seguem suas vidas, sem aparentemente precisarem de muita esperança.
É muito difícil fazer uma resenha deste livro sem contar pontos importantes da trama, mas garanto que não é um livro fácil de ler. Porém é uma estória que te faz pensar muito.
Você já imaginou que existem criadores onde frangos nascem e crescem com o único objetivo supremo de nos alimentar? Sua consciência pesa por isso, ou você come os frangos tranquilamente sem saber de onde eles vieram, ou melhor, tendo certeza que eles foram feitos para você?
Antes deste livro eu só comia os frangos!
Sei que o objetivo do que acontece na estória é maior do que isso. Não estamos falando de alimentação, mas de salvação , que na maioria dos casos é o que nos trarão. Mas a falta de livre arbítrio, ou o destino pré escrito e a total falta de opção, ou chance de mudança é exatamente a mesma, e isso mexeu muito comigo. É possivel criar um ser humano sem esperança ou isso é uma caracteristica instintiva do ser humano?
Acho que se um dia a humanidade atingir este nível de progresso, eu terei muita dificuldade para entender.
Nâo entendeu nada? Me achou confuso? Leia o livro e tire suas próprias conclusões.
No minimo ele te fará pensar!
Daniel 16/07/2012minha estante
É bem triste mesmo...
A gente lê com um nó na garganta.

Achei que a adaptação cinematográfica foi bastante competente: roteiro fiel à história original e elenco afiado.




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Bruno Malini 03/03/2021

Faltou algo
A sensação que fica é que o livro é revestido de muito mistério, para uma revelação final que, na verdade, deixa o leitor atônito, pois mostra uma realidade pouco verossímil. No entanto esperava um final mais surpreendente, como, por exemplo uma fuga da personagem central do sistema
José Carlos 02/02/2022minha estante
Finalizei agora e pensei a mesma coisa! Esperava algo assim no final!




Gustavo Kamenach 06/09/2021

Um sci-fi e vários nós na garganta
Antes de mais nada, sugiro para aqueles que não se incomodam em ler e ouvir música ao mesmo tempo, procurem no YouTube por Judy Bridgewater - Never Let me Go e a reproduzam nos momentos da leitura em que vocês começarem a sentir uma pontinha de emoção que seja, certamente vai potencializá-la, recomendo no momento em que a música e sua fita são citadas pela primeira vez e também nos momentos finais da terceira parte.
Gostei bastante da história por unir um tema tão polêmico da ciência e suas possíveis implicações com um enredo emotivo. Em alguns momentos, o ritmo fica um pouco lento, mas o final será recompensador para quem teve empatia com toda a situação das personagens. Certamente vou procurar outras obras do Kazuo Ishiguro!
Correio.Mataverdense 11/02/2022minha estante
1)
Quem abandonou quem ao longo do livro?



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2)
A clonagem das pessoas no livro exposta (com relativo tempo de eficácia e alcance) e o tempo real de vida fora do livro: diferenças, semelhanças... Desenvolva considerações a respeito.
Os clones, produzidos com a única finalidade de servir de peças de reposição. Assim que atingirem a idade adulta, e depois de cumprido um período como cuidadores, todos terão o mesmo destino ? doar seus órgãos até ?concluir?.
Embora à primeira vista pareça pertencer ao terreno da ficção científica, o livro de Ishiguro lança mão desses ?doadores?, em tudo e por tudo idênticos a nós, para falar da existência. Pela voz ingênua e contida de Kathy, somos conduzidos até o terreno pantanoso da solidão e da desilusão onde, vez por outra, nos sentimos prestes a atolar.?



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3)
Você acredita que o amor ou a paixão entre Tommy e Kathy ? não que não houvera interesses pretéritos entre o casal ? em face da notícia do adiamento, deu-se justamente motivado por ele? Desenvolva...



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4)
Hailsham parece ter sido fechada, desaparecida, até restar somente uma lembrança dela. Quais as correlações que podem ser feitas entre essa desconstrução da instituição e a vida que se prosseguiu para os ex-alunos de Hailsham? Ou, ainda, podendo-se se concentrar nessa última proposta: ? qual o sentido que o fechamento ou o desaparecimento de Hailsham pode ter para todo o enredo?



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5)
Como o mecanismo do ?adiamento?, no livro expresso, era em verdade? Mais uma porta para a melancolia tão bem desenhada por Ishiguro?



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6)
Qual a analogia que você faz entre a sociedade atual e a ?utilidade? das crianças de Hailsham?



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7)
As ?esquisitices? de Miss Lucy (relatado em certo momento e deste modo por Kathy), na verdade, diziam respeito a quê?



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8)
Por que a ?falta de criatividade? de Tommy foi um ponto de certo modo destacado na época de Hailsham? Debata as hipóteses que pensar serem possíveis.



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9)
Quais as finalidades ou sentidos da arte para os professores da escola Hailsham e, em particular, para Tommy em "Não me Abandone Jamais"?
Madame tentou provar aos cientistas que eles eram dotados de sentimentos e, por isso, mereciam viver e não pagar com suas vidas a salvação de outras. Por isso, Hailsham desenvolvia um projeto com artes. Mensalmente Madame aparecia na escola para coletar os melhores trabalhos artísticos que fariam parte de sua galeria de arte. Na verdade, Madame desejava provar aos cientistas que se os clones eram capazes de revelar seu interior por meio da arte, isso significava que tinham sentimentos e, por esse motivo, tinham direito de optar pela não doação. Embora Madame e Miss Emily desejassem um destino digno para os clones, apenas Lucy teve coragem de alertar os jovens sobre o futuro ao afirmar que não tinham entendido de fato o que ocorreria a eles em breve e que era preocupante o fato de se darem por satisfeitos com o pouco que lhes foi revelado. Durante uma de suas aulas, Lucy enfaticamente desabafa, antes de abandonar Hailsham: Se vocês querem ter uma vida decente, então é preciso que saibam, e que saibam direitinho. Nenhum de vocês irá para os Estados Unidos, nenhum de vocês será ator de cinema. E nenhum de vocês irá trabalhar em supermercados, como ouvi alguns planejando outro dia. Suas vidas já foram mapeadas. Vocês se tornarão adultos e, antes de ficarem velhos, antes mesmo de entrarem na meia-idade, começarão a doar órgãos vitais. Foi para isso que todos vocês oram criados. Vocês não são como atores que veem nos vídeos, não são nem mesmo como eu. Vocês foram trazidos a este mundo com um fim, e o futuro de vocês, de todos vocês, já está decidido [...] Se querem uma vida descente, é precisam que saibam quem são e o que os espera no futuro (ISHIGURO, 2005, p.102-3).


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10)
Kathy, acreditamos, fez um movimento pendular, este a oscilar entre a desmitificação e a idealização sobre sua vida... Como ela operou este movimento pendular inquisitório?




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LeonCT 25/12/2023minha estante
Concordo com muito do que você disse, tb fui esperando mt mais a parte da ficção científica e toda a questão slice of life da narrativa não foi tão divertida, mas acho que a proposta do Ishiguro de fazer com que as respostas fossem dadas "meio de qualquer jeito" foi justamente pra a gente ver como, mesmo com a Miss Lucy e a Madame fazendo de tudo pra o processo de doações ser humanizado, a sociedade não iria mudar por gestos tão pequenos. Interpretei que a ideia era justamente mostrar como as vidas das pessoas sempre vão ter que se adaptar ao sistema imposto e não o contrário, ou seja, dando essas respostas de um jeito tão rápido, só mostra o quão dispensável era a vida dos alunos/doadores, que não seriam merecedores de mais qualquer explicação, tanto que Kath e Tommy têm que ter iniciativa própria de descobrir respostas, pq nunca acharam que eles mereciam saber.




Mila F. @delivroemlivro_ 18/08/2013

Livro bom e bem escrito, mas...
Não sei ao certo como resenhar esse livro, porque à medida que reconheço que o livro é bom e traz um enredo fantástico, para mim, ele pecou na narrativa muito cansativa, descritiva e monótona [céus eu quase abandonei esse livro, mesmo ele se chamando Não me Abandone Jamais]. Não obstante, reconheço que o livro foi bem escrito, tem características de clássico e potencial para agradar a quem gosta desse tipo de leitura.
A narrativa é em primeira pessoa, cuja narradora personagem Kathy H. nos conta sua história peculiar, ela recua no tempo e começa a narrar sobre sua infância em Hailsham, sua adolescência no Casario e sua vida adulta como cuidadora. Kath também fala de seus laços de amizade com Tommy e Ruth e do destino deles serem cuidadores e doadores, viverem rodeados de guardiões e a misteriosa presença de Madame.
O livro é divido em três partes e cada parte se aprofunda numa época da vida de Kath e claro, Não me Abandone Jamais, é um livro repleto de mistério, no qual o leitor fica se perguntando constantemente o que é Hailsham, Casario e tantas outras coisas estranhas que há na narrativa. Kazuo Ishiguro consegue deixar seu leitor no vácuo durante todo o livro e apenas nas últimas páginas vem desvendar o mistério, não sem antes ter feito o leitor criar teorias e ter suas próprias ideias e essa parte é muito legal, foi uma cartada de mestre do autor [principalmente se você ainda não assistiu ao filme].
O autor realmente escreveu um livro que faz refletir e de certa forma emocionar, não é o tipo de livro que nos leva às lágrimas, mas emociona o final que é espetacular, nada muito pomposo ou esperado, mas que segue o ritmo da narrativa. Durante minha leitura eu ficava esperando o clímax do livro, mas a narrativa acontecia de forma tão natural que terminei a leitura e não consegui ver nenhum clímax, mesmo apreciando o final, não foi algo de arrepiar ou a descobertas das coisas foram tratadas de forma tão normais que também não me causou nenhum estranhamento. Fiquei triste e feliz por essa leitura.
Mesmo pensando em abandoná-lo diversas vezes, tenho que reconhecer que o livro é bom e no final valeu a pena ter lido, mas não vou dizer que a pessoa não precise de uma dose de perseverança para lê-lo, principalmente se você não curte clássico e prefere livros mais leves, será um teste ler Não me Abandone Jamais. Mas se você curte clássico, com certeza apreciará esse livro.

Camila Márcia


site: http://delivroemlivro.blogspot.com.br/
Bruninha 17/09/2013minha estante
Concordo totalmente contigo Camila. O livro é melancólico e precisa de perseverança para ler. Mas o tema e a reflexão que ele traz faz valer a pena.




luaaloren 27/11/2022

Li por ser o obrigatório da UERJ e não me arrependo nenhum pouco, mudou minha perspectiva a respeito das leituras e agora vejo a importância de ler DISTOPIAS, tanto é que já comprei 1984 enquanto lia esse livro.
A respeito de como se desenvolve a história: chega a ser irritante o tanto que do início até o meio do final é um livro lento e que te faz achar que você nunca vai entender nada, porém depois que essa "fase" passa, a trama fica super envolvente e algumas vezes me peguei lendo por horas, sem perceber, porque estava curiosa pra saber de todos os detalhes, detalhes esses que o livro expôs muito bem sem deixar faltar nada!
Paty 28/11/2022minha estante
Eu também li por ser leitura obrigatória da uerj e tô tipo U A U




Raony 12/12/2018

Tem uma funcionalidadezinha do Kindle que é bem simplezinha e útil. Ele calcula o tempo que você passa em cada "página" e vê quanto falta para terminar o livro e/ou o capítulo. É útil pq vc vê assim "20 minutos restantes no capítulo" e decide se continua, dá uma pausa, começa o outro etc. Era duas horas hj quando eu peguei ele pra ler e tava lá 2 horas e 30 minutos restantes no livro. Ok. Daí o livro acabou. E eu pensei "nossa, o kindle errou feio". E não. Era 4 e meia já. Eu que perdi a noção total do tempo mesmo. Ou seja, é bom o negócio.

É engraçado comparar com o outro que eu li dele. Pq é totalmente diferente assim. O " O Gigante Enterrado" era fantasia, narrado em terceira pessoa, com dragões e os carae. Esse é ficção científica, narrado em primeira pessoa, não poderia ser mais distante. Mas tem uma linha comum ali. E a Isadora me ajudou a descobri. Ela disse que "parece q o mais importante nunca tá sendo contado" e isso é verdade nos dois livros. Outro traço comum é a sensibilidade, diria até um sentimentalismo, mas nunca nem chegando perto da pieguice. É um feito realmente admirável. Tudo isso com uma narrativa que te prende e não decepciona nos desfechos.

Para um experiência literária que faz as horas parecerem minutos que vão repercutir por dias leiam o Ishiguro.
Silvana (@delivroemlivro) 12/12/2018minha estante
Tentei ler uma vez e desisti: pretendo fazer nova tentativa.




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GeanPerius 02/05/2018minha estante
Mas bah! Pra quê tanta ojeriza por um triangulozinho?




Nicolle.Farias 12/07/2022

UERJ obrigada pelos mimos.
Se você entra nesse livro na expectativa de um final feliz, que contemple seu desejo por felicidade, acho que a narrativa do Kazuo não é para você.
Ele coloca em evidência como a humanidade é egoísta. Até onde a ciência iria na finalidade de salvar o corpo humano? Até onde os desejos egoístas podem chegar?
Em uma leitura de difícil digestão, e intensos dilemas morais, Não Me Abandone Jamais trás uma perspectiva assustadora de futuro.
O amor pode ser um caminho para a revolução? A desumanização é arma de controle dos mais vulneráveis? Se você simplesmente busca respostas simples que auxiliam na escrita da sua redação do vestibular sem entender o peso da obra a leitura fica intragável mesmo, mas, quando você se dispõe a perceber que o mundo não funciona para ser da forma como a gente deseja, o livro ganha inúmeros nuances.
Kathy, Rute e Tommy tem seus destinos selados muito
antes da sua existência fatídica no planeta.
A revolta, dor e tristeza são deixados de lado pela apatia eminente da narradora contra um caminho que não pode ser mudado.
Vale muito a pena.
Manu 19/07/2022minha estante
Li pelo mesmo motivo e que descrição perfeita a sua esse livro sem dúvidas me marcou muito




17/07/2013

Surreal
Esse romance é muito introspectivo, voce vai lendo ele com muita calma e sempre lê de novo a mesma frase, ele é um livro que voce consegue imaginar em cores apagadas e passando na teve, em um filme dramatico, a historia é narrada por Kathy, uma cuidadora a 11 anos, e sendo cuidadora isso é considerado muito tempo. Ela vai relatando seus dias de infancia em Haislham, onde ficam todas as crianças como ela. E são essas as informações que vamos tirando ao longo do livro, e quanto mais voce le, mais quer saber o fim. Quer saber o que é um cuidador, e um doador. E realmente vale a pena ler, porque é uma ficçao incrivelmente perspicaz, que poderia sim ser considerado futurista, mesmose passando no seculo passado.
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Aninha 19/04/2011

Enfim, qual é o sentido da vida?

"...é preciso ter em mente que, naquela fase da vida, qualquer lugar além de Hailsham era, para nós, uma terra de fantasia; tínhamos uma noção muito vaga do mundo exterior e do que era ou não era possível lá fora." (pág 85)

Três adolescentes cresceram em Hailsham, na Inglaterra dos anos 90, com uma missão que eles próprios desconheciam. Seus nomes: Ruth, Tommy e Kathy.

As travessuras, as descobertas, a relação com os amigos e com os professores (chamados de guardiões) são narradas por Kathy, já adulta, agora uma "cuidadora".

Não é possível falar mais da trama sob o risco de estragar a surpresa do livro, mas posso dizer que aborda um tema delicado, de uma forma tocante.

A tradução não ajuda muito, usa palavras que destoam do contexto e termos não muito usados no cotidiano ("de modo que" é uma constante, chega a irritar!)

Sei que saiu um filme, mas ainda não tive a oportunidade de ver para tecer comparações.

Enfim, trata-se de uma leitura comovente, que fará cada um pensar no rumo desse mundo.

Boa leitura!

http://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com/2011/04/nao-me-abandone-jamais.html
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claramujos 23/05/2024

Muito sensível e melancólico, mas não sei, faltou algo. a prosa é linda, mas o autor não se aprofunda suficientemente nos temas e nos relacionamentos apesar de ter criado um mundo interessante e personagens complexos. poderia ter sido uma leitura muito mais arrebatadora com uma premissa sombria dessas.
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douglaseralldo 28/12/2017

10 CONSIDERAÇÕES SOBRE NÃO ME ABANDONE JAMAIS, DE KAZUO ISHIGURO OU SOBRE UM MERGULHO NO ESTRANHO
1 - Não Me Abandone Jamais é um mergulho no estranho, pois sua trama envolve-nos numa atmosfera insólita que transforma o irreal numa possibilidade concreta, de modo que quanto mais avançamos em sua leitura, mais nos defrontamos com um cenário absurdo, contudo palpável e possível possibilitado pelos inúmeros erros que a humanidade é capaz de cometer ao longo de sua jornada;

2 - Narrada por Kathy H. a voz em primeira pessoa é tomada por grande subjetividade, e entre seus buracos de memória e as coisas que narra sobre si, vamos construindo todo o cenário de pistas que vai sendo descortinado pelas lembranças de Kathy com suas relações e experiências vai gradualmente colocando-nos a par de uma situação inusitada e chocante tratando de alguns limites éticos da ciência;

3 - Todavia, a subjetividade da voz narrativa aliada a sua pouca confiabilidade, em muitos momentos expressas pelas próprias incertezas da narradora é um detalhe de grande interesse na obra, pois estabelece um interessante jogo. Se por um lado a própria Kathy não mostra-se confiante com suas memórias e lembranças, isto tem por efeito que nos faz prestar atenção nos pequenos detalhes que possam conter falhas, uma ou outra experiência que pode não ter sido bem assim, contudo, se isso nos faz aceitar e concordar com estas pequenas incongruências cotidianas, por outro lado, esta mesma subjetividade faz por tornar mais sólida a questão crucial da obra, que é justamente o que é e quem são os jovens moradores da Hailsham;

* Veja completa no Blog

site: http://www.listasliterarias.com/2017/12/10-consideracoes-sobre-nao-me-abandone.html
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