Quem matou meu pai

Quem matou meu pai Édouard Louis




Resenhas -


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Bookster Pedro Pacifico 29/03/2024

Quem matou meu pai, de Édouard Louis
Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

E a obra de Édouard Louis comprovam como essas vivências deixaram marcas, que acabam sendo denunciadas em suas narrativas. Eu já tinha lido “O fim de Eddy”, um romance autobiográfico, e terminei aquela leitura extremamente reflexivo e com revisitando minhas próprias dores.

O jovem autor francês é detentor de uma escrita potente e que gera identificações no leitor, não só pela questão da sexualidade, mas também pelos conflitos familiares e seus ideais. “Quem matou meu pai” se aprofunda no resgate daqueles que nos criaram, até como uma tentativa de melhor compreendê-los. O que leva um pai a privar um filho de afeto e, pior, a inundar uma criança e um adolescente de tanta violência?

O livro também mergulho em aspectos sociais e políticos muito atuais e que também dialogam com a nossa realidade. Apesar de curta, é uma abordagem crua sobre os privilégios, as injustiças e as discriminações. Recomendo muito!

Nota: 9/10

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Marcelo 06/09/2023

Resenha disponível no Booksgram @cellobooks ?
Para mim, Édouard Louis é de fato um escritor notável que ganhou destaque no cenário literário contemporâneo com suas obras impactantes e autobiográficas. Há quem compare o autor com a ganhadora do Nobel Annie Ernaux por sua escrita autobiográfica, crua e sentida. Ele aborda temas complexos, como homossexualidade, injustiças de classe, masculinidade tóxica e violência, usando uma escrita afiada e crítica. Suas obras têm o poder de dar voz às pessoas marginalizadas e invisíveis na sociedade.

Esses 2 livros são seus lançamentos mais recentes no Brasil. Em "Quem matou meu pai," Louis responsabiliza as instituições francesas pela decadência de seu pai, explorando as implicações políticas e sociais de sua história pessoal. Como em suas demais obras, não deixa de refletir sobre toda a homofobia que passou, a incompreensão familiar (principalmente paterna), a falta de amor e as dificuldades financeiras de sua família desestruturada. Em "Lutas e metamorfoses de uma mulher," ele narra as transformações de sua mãe após o fim de seu casamento, mostrando como as mulheres podem superar relacionamentos abusivos e encontrar sua própria liberdade. Mas antes de chegar nesse ponto, ele relata toda a vida sofrida de sua mãe, a perda dos sonhos, a vida na periferia, as agressões sofridas pelos maridos, os filhos problemáticos.

Em ambas as obras o autor também discute a masculinidade tóxica e como ela afeta os homens, destacando como os estereótipos de gênero podem ser prejudiciais em qualquer relação, sejam elas sociais, familiares, profissionais e mesmo pessoais.

Eu sou suspeito para falar pois sou fã incondicional do autor por me identificar muito com os relatos vividos por ele, mas no geral, a obra de Édouard Louis é um chamado à reflexão e à ação, destacando questões sociais urgentes e dando voz aos que muitas vezes são negligenciados pela sociedade. Suas obras são uma forma de resistência e um meio de confrontar os leitores com a realidade que muitas vezes preferem ignorar
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Giovana762 25/02/2024

Quando conhecemos nossos pais?
A vulnerabilidade das relações familiares expostas, entre a violência e o afeto. Achei esse livro uma tentativa de reconhecer a história dos nossos pais, mas principalmente a história do que eles queriam ser e não foram. A infância é um elemento muito marcante na obra pois nela buscamos muitos porquês. Por fim, ficamos diante das políticas que perpetuam violências contra as pessoas pobres. Apesar de curto e rápido, é o livro que nos leva a reflexões mais duradouras. Adorei!
Leitorconvicto 25/02/2024minha estante
Parece interessante




Rebeca_Moledo 12/09/2023

De onde vem a dureza de um homem e para onde vai o sofrimento que não pode ser expresso em palavras?
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tavim 30/03/2024

Quem matou meu pai, de Édouard Louis
Que das manchas bem se sabe, importa, contudo, distinguir das sujeiras o alvejar do cerne da sua estirpe; vem impregnado aos modos de ser de gerações, que das repetições também tão bem se sabe. ano após ano, membros tragam dos sorrisinhos e acertos uns dos outros numa sucessão de gente infeliz --- família que perdura pelas desgraças. dobrado para o lado de fora o espetáculo é contundente: da dor dos direitos básicos, usurpados pelo poder público, nasceu, cresceu e se proliferou um jardim de pragas, que se autodevora a qualquer mínima manifestação de florescer.

segundo livro de édouard louis que leio nesse mesmo mês e que me causa impacto. em quem matou meu pai, o escritor destrincha causas políticas que atingiram diretamente sua família e como isso (a falta de recursos) afetou e gerou violência nos relacionamentos entre si, mas que o mesmo não acontece com famílias abastadas. como bem frisa o autor francês, aos ricos, 'a política é uma questão estética: uma forma de pensar, uma forma de ver o mundo, de construir sua persona. para nós [os pobres], significa viver ou morrer'. recomendo este e também o outro livro autobiográfico do autor, lutas e metamorfoses de uma mulher, ambos da todavia.
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olivromefisgou 28/07/2023

Eu gostei ?. Mas é o tipo de literatura q depois q vc lê Annie Ernaux não tem mais como comparar. Amei a dedicatória a Xavier Dolan, que já tinha matado a mãe dele ?
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Ricc 25/02/2024

Necessária, dura e pragmática, 'Quem matou o meu pai' é uma daquelas leituras imersivas que fazem o leitor refletir sobre o seu redor.

Uma literatura breve e autobiográfica capaz de demonstrar o quanto estamos e somos reféns de um sistema decaído e o quanto o aspecto político é responsável por isso.

Surpreendente e assertivo.
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Invertido 12/01/2024

"Os poderosos podem reclamar de um governo de esquerda, podem reclamar de um governo de direita, mas um governo nunca lhes causa problemas digestivos, um governo nunca lhes tritura as costas, um governo nunca os arrasta para a praia. A política não muda a vida deles, ou muda muito pouco. Isso também é estranho, eles fazem a política, mas a política não tem quase nenhum efeito em suas vidas. Para os poderosos, na maior parte do tempo a política é uma questão estética: uma forma de pensar, uma forma de ver o mundo, de construir sua persona. Para nós, significa viver ou morrer."
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@limakarla 02/09/2023

Meu primeiro livro do Édouard Louis e não poderia estar mais positivamente impressionada. Me lembra muito a forma como a Annie Ernaux escreve sobre a própria vida e as próprias lembranças, o que é um imenso elogio.

O autor fala um pouco da sua difícil relação com o pai, quando era uma criança e essa figura era contra quase tudo que o filho representava. Uma vida de um homem criado com machismo e que não teve nada em vida, que torcia para o seu filho ter o sucesso que ele não teve, mas ao mesmo tempo não se permitir ter uma sensibilidade com o mesmo.

No livro ele ainda fala sobre política, aponta diretamente o dedo para os governantes franceses que cada vez mais diminuem os benefícios para aqueles que não podem trabalhar, os impedindo de uma vida digna.
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FellipeFFCardoso 12/12/2023

Sempre me impressiona a capacidade de ser sucinto e preciso em temas muito densos. O autor faz isso nesse curto, porém imenso livro. Um ensaio sobre o impacto da memória, sobre os jogos de poder nas relações, os sistemas aos quais estamos imersos (ou melhor, dos quais somos reféns), a responsabilização na raiz dos problemas, a busca pela justiça e, claro, com ela o perdão. Um livro doloroso e, de certa forma, desesperançado, mas que mantém uma centelha de fé na possibilidade de mudarmos nem que seja, através do texto e da literatura, a lente com a qual avaliamos a vida e suas misérias (impostas, autoimpostas e admitidas). Recomendo!
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Graziela 25/04/2024

Intenso
Este pequeno livro é o intenso relato do autor, Edouard Louis, narrando sua estranha relação com seu pai.
A falta de comunicação, as dificuldades de uma vida humilde, a preconceito que sofreu por ser homosexual desde criança.
Narra as dores vividas pelo pai e pela família.
Leitura rápida, deixa um sabor amargo na boca.
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Artemis 03/09/2023

"Talvez um dia você tivesse sido outra pessoa"
Gosto bastante de livros que tratam das memórias,e o autor de Quem matou meu pai as constrói estupidamente bem,as emoções descritas são cruas e intensas,tão altas que saem para fora das palavras,me emocionei com a relação entre pai e filho e todas as nuances e marcas que esse tipo de relação deixa, há muita dor nesse livro e ainda assim,muita ternura.
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david andriotto 04/10/2023

Emmanuel Macron tira a comida da sua boca.
Que experiência interessante. Comecei a ler sem imaginar a dimensão política que acabaria tomando. Édouard Louis me deixou entretido a ler seu O Fim de Eddy. Realmente, uma boa revolução seria necessária.
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Bianca1979 06/01/2024

Direto e cru
Um livro tão curtinho, mas que é um soco no estômago.
Meu primeiro contato com o autor Edouard Louis e me emocionou bastante.
Não esperava o envolvimento político no final e me deixou enjoada! Sabemos quem matou seu pai.
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Arte 365 07/11/2023

Tudo é político
"Lutas e metamorfoses de uma mulher" está dedicado à mãe do escritor. Já em "Quem matou ao pai", o autor relaciona a história de seu pai e a perda de direitos sociais na França.

Livro ótimo para dar aquele amigo ou amiga que vive proclamando aos 4 ventos, bobagens como: "todo mundo pode ser o que bem quiser", como se as circunstâncias, o próprio território onde se nasce já não determinassem em grande parte, o que uma pessoa pode aspirar.
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