Christiane 27/11/2022
Li a primeira vez por ocasião de seu lançamento no Brasil, com anos de atraso da edição original, como é comum ocorrer por aqui. Reli agora para estudos sobre o encarceramento de mulheres negras, realizando uma analogia com a prisão de Preta Ferreira no Brasil.
Davis nos relata no livro sua infância no Alabama, sul dos EUA, onde o racismo é mais forte do que no Norte do país, sua formação acadêmica em filosofia e sua relação com Marcuse. O início de seu ativismo e militância, e seu envolvimento com os Panteras Negras. A outra metade do livro que vai sendo intercalado, é sobre sua prisão acusada injustamente e o risco de pena de morte. Sua experiência nas cadeias de Nova York e depois na Califórnia, sua defesa, e ao final sua liberdade.
A política racista, o racismo que estrutura as instituições e a supremacia branca é exposta com clareza e análise. A luta dos negros em prol de seus direitos e contra o racismo, contra o encarceramento, os assassinatos de negros sem motivo, mas justificados como justa defesa, legítima defesa, diante de um negro algemado e deitado no chão.
Infelizmente uma realidade que continua, tanto nos EUA como no Brasil. A diferença é que nos EUA chegou a ser institucionalizado com leis de segregação, as leis Jim Crow e aqui é camuflado, é negado, mas tão atuante quanto.