Wagner Schule 05/12/2014
Qual adulto nunca sonhou em voltar a ser criança? Enquanto criança há inúmeras aventuras para se viver, muitas perguntas para serem respondidas e uma simples brincadeira de imaginar pode se tornar a maior alegria daquele dia. Seguindo essa proposta, Janusz Korczak deu vida a Quando eu voltar a ser criança, uma obra capaz de fazer jovens, adultos e velhos mergulharem de volta à sua infância, relembrando o que de fato faz dessa fase tão especial e apreciada, mesmo após muitos anos de vida e de aprendizado.
A história começa de uma maneira simples: um professor, tomado pelo sentimento de nostalgia, deseja voltar a ser criança porque, segundo ele, a vida de uma criança é muito mais fácil e agradável. Pois bem, seu pedido é acatado e, por incrível que pareça, ele mantém as memórias de quando era adulto, mas o conhecimento que ele tinha antes não parece mais tão útil ao longo das novas descobertas. Logo ele percebe que, mesmo com tanta experiência, ainda é capaz de sentir, agir e pensar como uma criança e, sendo realmente uma, permite-se viver tudo que “não poderia” como adulto. E é aí que as aventuras começam a acontecer, como a descoberta do primeiro amor, as tristezas por não poder fazer e ter o que se quer, como um companheiro animal ou dez centavos para pagar uma dívida.
Apesar de ser inicialmente classificado como um livro para pedagogos, a obra é capaz de cativar a qualquer um, afinal todos nós já fomos criança um dia e sentimos falta de pelo menos alguma coisa de nossa infância. E é esse o maior acerto do livro: o mais importante na história é o desenrolar de cada uma das tramas com que o garoto tem que tratar ao longo de sua aventura, não o final de sua trajetória como criança. É fácil, enquanto adulto, dizer que a vida de uma criança é fácil e extremamente prazerosa, mas o livro nos ajuda a lembrar que, na verdade, não é bem assim que as coisas funcionam, nos fazendo lembrar de nossos próprios problemas, desejos e ensejos da infância.
site: https://mundoschule.wordpress.com/