Lea Sandiny 14/05/2023
A rídicula ideia de nunca mais ter ver. É sobre o luto, mas para mim é sobre a vida. É a visão sensivel de Rosa Montero sobre a vida da magnífica Marie Curie. A única mulher a ganhar dois prêmios Nobel em áreas científicas diferentes. Fez ciência em uma época em que o lugar da mulher jamais seria esse, com as condições mais precárias possíveis. E amou com a coragem de quem não tem medo de se entregar para a vida, e sofreu. Como diz Rachel de Queiroz: "Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer. E eu sou essa gente que se dói inteira porque não vive so na superfície das coisas". Acho que essa frase define bem a figura de Marie, que coragem, que dedicação, que inspiração. Vivamos, o bom e o ruim... com medo mesmo.
"Sem essa imaginação que completa e reconstrói nosso passado e que outorga ao caos da vida uma aparência de sentido, a existência seria enlouquecedora e insuportável, puro ruído e fúria. Por isso, quando alguém morre, como bem diz a dra. Heath, é preciso escrever o final. O final da vida de quem morre, mas também o final da nossa vida em comum."
O livro tem como base o diário que Marie escreveu para seu marido, após sua morte, em um acidente, num dia qualquer. É um diário, lindo, triste, amoroso, com um trechinho bem morbido rsrsrs.