João Vitor 29/06/2021
TODO MUNDO DEVERIA LER!
Em Eu, Travesti, Luísa Marilac e Nana Queiroz costroem juntas uma obra espetacular. A escrita da Nana é uma coisa de outro mundo e faz com que todos os episódios passados por Luísa durante sua vida, nos hipnotizem ao mesmo tempo que nos angustiam a cada página virada.
Eu não conhecia muito a Luísa, além do famoso meme "Se isso é estar na pior... porra, imagina o que é estar bem né?". E acompanhar toda sua jornada de luta e sofrimento foi pesado demais, mas ainda assim, muito enriquecedor.
A narrativa crua, relata a realidade das mulheres trans e travestis do Brasil. E como nossa sociedade condena e marginaliza essas pessoas, diariamente. Acompanhamos o bullying sofrido por Luísa desde a infância no colégio, o qual a fez desistir dos estudos, a relação perturbada com a mãe, a entrada no mundo da prostituição como única alternativa para sobreviver, o tráfico internacional de mulheres, os diversos amores de Luísa, o consumo exacerbado de drogas e como isso pode fazer mal ao ser humanos, entre diversas outras problemáticas.
A história toda nos mostra uma Luísa que, acima de tudo, tinha e era um coração enorme. Que colocava aqueles que amava acima de si própria e os tinha como combustível para aguentar todas as astrocidades as quais teve que passar.
Eu terminei o livro emocionado demais com toda a trajetória dela, orgulhoso demais por ela ter chegado aonde chegou e nunca ter desistido, como muitas durante seu caminho seja por vontade própria ou não mas, principalmente, terminei reflexivo demais com o meu papel na sociedade. Acho que a maior mensagem que tirei desse livro é saber tirar um momento para olhar o mundo ao nosso redor e enxergar como, no meu caso, tenho uma série de privilégios que pessoas trans, como a Luísa, não tiveram, não têm e precisarão de muita luta ainda para terem no futuro. Recomendo DEMAIS esse livro para literalmente todo mundo, e pra mim, é um livro que todos deveriam ler, porque é muito especial e se tornou um favorito da vida.