João Victor 26/05/2024
O livro todo senti como se estivesse sentado numa sala com o autor, num domingo chuvoso enquanto este me conta toda sua vivência antes do golpe militar de 1964, e em como o Brasil nunca mais foi o mesmo após a ditadura.
Hilda Furacão, ou a Garota do Maiô Dourado, é uma grande incógnita neste livro, e como pontuado no livro, talvez ninguém pudesse explicar a mente dessa mulher. Ela, vinda de família classe alta, com beleza extravagante e propostas de casamento de homens milionários, decidiu que, em 1º de Abril de 1959 tornaria-se prostituta, e por quê?
?pede sherloques, pede analistas freudianos e não-freudianos para desvendá-la, pede repórteres, e é um desafio;?
Se você for ler o livro, peço que baixe as expectativas quanto ao romance que protagoniza a minissérie de 1998, esta história foca não só na paixão mútua entre a garota e um frei, mas também em questões políticas (tão fluídas que não são maçantes), preconceito, religião e conservadorismo, além da vida cotidiana dos personagens.
Inclusive, para estes possíveis leitores que vieram após ver a adaptação televisiva, adianto que os finais têm suas diferenças, leia para descobrir?
O autor também mistura os fatos e ficções com tanta naturalidade que me questionei diversas vezes sobre quantos personagens e enredos ali descritos eram verídicos. Finalizo esta resenha pedindo que ?Deixe nossos maridos em paz, Hilda Furacão!?