Resenhas - A Mão do Macaco

Luciana 15/04/2020

Um bom conto, e só. Premissa é boa, mas explorada de forma bem superficial.

Giann0 15/03/2020

Medo.
Há muito tempo um conto não me tirava o sono.

Li 08/03/2020

História interessante. Gostei. Um conto curtinho que pode ser lido bem rápido. Ótimo para ler em um dia chuvoso e cinzento.

Nunes de Oliveira 19/12/2019

O terror psicológico de William Jacobs em “A pata do macaco”
Curto, sucinto e direto, esse conto é uma verdadeira aula de como escrever uma excelente história de horror sem apelações. Nessa história, não encontramos fantasmas que se levantam com corpos maltrapilhos e rostos lívidos; ou seres fantásticos de origem inexplicável que chegam para atormentar a vida de pobres protagonistas impotentes. O que encontramos é uma família inglesa simples, que leva uma vida modesta, mas que tem seu cotidiano abalado pela influência de uma força desconhecida concentrada em uma “pata de macaco”.
Os acontecimentos sucedem-se de maneira comum, como em qualquer cotidiano, mas aos poucos vão ganhando uma carga de dramaticidade tão intensa, que quando o leitor se dar conta já foi pego pela história.
Durante uma noite úmida, a família White recebe a visita de um antigo amigo do senhor White, o sargento Morris. Segue-se um momento de conversas, em que o marinheiro conta suas aventuras por outras terras, quando o anfitrião lembra de um assunto prenunciado pelo amigo viajante em um outro momento a respeito de uma pata de macaco.
O sargento, à princípio, tenta evitar o assunto, mas ao perceber a curiosidade do filho e da esposa do amigo, resolve tirar a tal pata do bolso e mostrá-la à família. O objeto chama atenção pela aparência mumificada um tanto asquerosa, ao mesmo tempo que faz aumentar a curiosidade do senhor White quanto à sua finalidade.
Informado de que o objeto, que o sargento chama de talismã, fora preparado por um faquir que deu a ele a propriedade de conceder três desejos a quem o possuir, logo o senhor White sente uma irresistível atração pela pata mumificada, que chega mesmo a resgatá-la do fogo quando Morris a joga na lareira.
O sargento o exorta para que deixe o objeto queimar, mas a curiosidade é maior e leva o senhor White a se apossar do talismã. Vencido, ou simplesmente sem nenhuma intenção mais fervorosa de impedir a decisão do amigo, Morris apenas o aconselha a fazer pedidos sensatos.
Depois de um tempo pensando no que poderia pedir, sob as piadas divertidas tanto do filho quanto da esposa por ter decidido se apropriar de algo tão repulsivo e carregado de superstição, o senhor White resolve começar pedindo 200 libras. O pedido poderia ser atendido da maneira mais imprevisível, confundido-se mesmo com uma simples coincidência, dissera-lhe o sargento.
Alguns dias depois, chega à casa dos White a trágica notícia de que Herbert, o filho do casal, havia morrido em um acidente de trabalho. A empresa em que o rapaz trabalhava envia um funcionário para entregar ao senhor e à senhora White uma indenização pela perda. O valor? Duzentas libras.
A partir desse ponto, a história fica tensa e pontuada de morbidez. Após duas semanas, a mãe desolada lembra da pata do macaco e, num quase desequilíbrio, intima o marido a fazer o seu segundo desejo, pedindo o retorno do filho de seu túmulo. O homem fica aterrorizado com a ideia da esposa; tenta dissuadi-la, mas em vão.
Aqui, William Jacobs formula a construção de seu terror psicológico, quando o autor coloca na boca do marido abalado pelo pedido da esposa, as palavras sobre o filho morto: “Ele está morto há dez dias”, e ainda, “Eu só consegui reconhecê-lo pelas roupas”. Encontramos nesses ‘ganchos’ a conexão com os fatos seguintes, quando o senhor White cede aos rogos implacáveis da esposa, fazendo o pedido.
Há um momento de pura tensão após o pedido hediondo que faz o leitor sentir-se penetrado na própria história. Aparentemente, o desejo não funciona, para desolação da mãe angustiada e alívio do marido aterrorizado. Mas algo acontece quando o senhor White desce as escadas até a sala e ouve uma batida na porta que soa agourenta.
Ele retorna ao quarto onde a esposa havia voltado para a cama e, aos poucos, ela também ouve as batidas à medida que essas ficam mais forte. Começa uma peleja desesperada em que o esposo tenta impedir a mulher ― e mãe decidida ― de abrir a porta.
A tensão aumenta e vai ganhando uma dimensão gradativa de puro terror. As palavras do marido, dirigidas à esposa alucinada a respeito do próprio filho: “Pelo amor de Deus não deixe isso entrar”, evidenciam toda a morbidez da situação criada pelo autor.
Em nenhum momento, entre as tentativas da mulher em abrir a porta e a busca desesperada do esposo pela pata que caíra de sua mão, a porta se abrirá, embora isso pareça ser iminente.
As batidas continuam, insistentes do lado de fora. Alguém quer entrar. A mãe grita: “estou indo filhinho”, o marido busca pela pata no escuro do ambiente para reverter a situação com o seu terceiro e último pedido. Ele por fim a encontra, segura firme e faz o derradeiro desejo, no momento exato em que a mãe abre a porta para apenas sentir a brisa fria que invade a casa.
Não tem como não percebermos em A pata do macaco uma certa analogia com a história de Aladim e sua lâmpada mágica. Porém, aqui, os três pedidos não são doados de graça, pois o objeto sempre os concede tirando algo do solicitante. É óbvio o tom mórbido e aterrorizante que William Jacobs imprimiu ao tão conhecido conto infantil.
O terror psicológico nesse conto magistral fica por conta de palavras-chave já citadas (“ele está morto há dez dias” e “pelo amor de Deus não deixe isso entrar”) e de insinuações como a porta que não abre para o “ser” do outro lado pedindo entrada de forma insistente. Essa fórmula apresenta um terror sem apelações, pois deixa as lacunas para serem preenchida pela imaginação do leitor.
Difícil não imaginar como o rapaz do outro lado da soleira deveria encontrar-se em aparência depois que o pai, em parágrafos anteriores, diz à esposa: “eu só o reconheci pela roupa do corpo”.
O conto já teve inúmeras adaptações tanto para o teatro quanto para produções cinematográficas, incluindo produções brasileiras. Aconselho um primeiro contato com a obra pela própria obra, uma vez que adaptações são apenas visões do adaptador, mantendo alguma coerência com a história original, mas distanciando-se de modo geral.
Uma obra para permanecer na mente do leitor por um bom tempo, devido à criatividade e maestria empreendidas por Jacobs.
Se você ainda não leu, aconselho uma leitura imediata desse clássico da literatura.

Carlos 27/04/2018

Un cuento excelente, de esos que te erizan la piel y encantan a los sentidos.

Los elementos de terror del mismo están muy bien manejados y se respira esa atmósfera tensa y cargada.

He disfrutado como lo hice con pocos cuentos, principalmente con uno de estas características.

Carol Nery 04/06/2017

Inspiração
Quando você ouve dizer que um antigo conto inspirou seu autor preferido a escrever uma de suas célebres obras, não há o que questionar... é preciso pousar os olhos sobre tal texto.
Ao finalizar a história você se dá conta de sua grandiosidade. Fácil se sentir envolvido, amedrontado e condoído.

Isa Cereser 08/10/2016

Você abriria a porta?
O conto tem toda uma fama e faz jus a ela. Pois aqui somos apresentados a um casal de idosos e um filho já adulto que são bem humildes e a um militar que apresenta a eles um artefato um tanto curioso à mão de um macaco que possui uma magia onde se pode pedir três desejos ao seu dono.
Mas eis que cada desejo terá sua consequência e eles terão que arcar com elas. É um conto bem curtinho, o autor soube conduzir muito bem o enredo, você vai encontrar muito suspense e tensão.
E espero que a lição que o conto nos deixa você consiga aprender e levar consigo, pois nem tudo vem fácil, pois nem tudo que queremos podemos ter. Eu indico o conto para você que quer sair da sua zona de conforto e se aventurar no horror.

site: http://dicasdaisacereser.blogspot.com.br/2016/10/resenha-mao-do-macaco.html

Natalie Lagedo 30/06/2016

Estava buscando histórias de suspense/terror quando surgiu este título como sendo um dos ícones do gênero. Fiquei pensando "Como assim existe um conto famoso que inclusive foi adaptado para o cinema e eu nunca ouvi falar?". Procurei na internet e felizmente encontrei o texto disponível. Possui pouquíssimas páginas, mas são grandiosas.

Para quem gosta de se ver envolvido em um ambiente de medo, acredito que a Inglaterra do século XIX é um ótimo espaço. Só de imaginar aquele clima frio e com pouca iluminação solar já começo a ficar empolgada, pois sei que é um prato cheio pra que seja desenvolvido um belo enredo de terror.

O conto fala de como uma família se vê atingida por uma mão de macaco seca que é capaz de realizar três desejo ao seu dono. Falar mais do que isso é inconveniente. Posso apenas registrar que o enredo serve de lição a todos (coloco-me também nessa lista) que sempre estão insatisfeitos com a vida. O mais legal é que W. W. Jacobs acrescenta elementos fantásticos revestidos de naturalidade e em poucas palavras consegue criar altos e baixos na trama e até um clímax. É leitura super recomendada.

Joyce 07/12/2015

Interessante
Num belo dia, um sargento chega a casa de Sr. White, um velho amigo, e lhe deixa um amuleto (uma mão de macaco) que ele diz que concede três desejos a cada três pessoas. Sr. White, mesmo tendo tudo que quer na vida, quis ter este amuleto, e então faz seus desejos, porém, tudo tem uma consequência. Ou será que tudo seria apenas uma grande coincidência? Isso o leitor é quem decide.

Simone Brito 03/09/2015

Instigante, bem escrito e com assuntos polêmicos. Perfeito, em minha opinião.
Eu adorei o conto. Surpreendeu-me positivamente e deixou um gostinho de quero mais.

Independentemente de religião, acho que o conto quis mostrar a inquietude do ser humano
que nunca está satisfeito com o que tem. Isso é importante, mas não pode ser desmedido
porque tudo na vida tem consequências. E a família em questão não soube valorizar o que
tinha, mas sim o que poderia ter se lançasse mão de um “suposto” amuleto. Foi a ganância
falando mais alto.
E a consequência foi o desespero de uma mãe que ao invés de administrar a perda do filho,
lança mão novamente do amuleto no intuito de resolver um problema que não tem solução. É
bem o que as pessoas fazem, lançam mão de quaisquer meios para conseguirem o que
querem, sem se preocupar com o futuro.

Outra coisa que notei foi a forma como as pessoas interpretam os fatos. Alguém atribuiu uma
coincidência ao poder da “mão do macaco” e a coisa foi se espalhando e influenciando as pessoas de tal forma que tornou um fato abstrato em verídico, com nas lendas e nas histórias
de pescadores. É a crendice popular tomando forma.

Quanto ao fato de acreditar ou não, acho que isso é pessoal e o que o autor fez foi deixar, a
critério do leitor, a decisão se tudo não passou de uma grande coincidência ou se realmente
aconteceu.

E foi justamente o lado não tendencioso do autor que me atraiu. Ele deixou minha imaginação
concluir a história.

Instigante, bem escrito e com assuntos polêmicos. Perfeito, em minha opinião.

Deghety 23/08/2015

Simples e Direto
Contente-se com o que tens e cuidado com o que desejas!

Camis 10/12/2012

Antes mesmo do Sr. White fazer o primeiro pedido ele disse que já tinha tudo o que precisava, mas quem resistiria a uma patinha seca decepada de um animal morto há séculos e que realiza 3 desejos, não é mesmo?

O que segue é uma grande tragédia. É realmente uma ótima história, pena que se tratando de um conto não pode ser mais explorado.

Se alguém quiser ler, encontrei em um blog o conto completo http://riesemberg.blogspot.com.br/2006/10/pata-do-macaco-w-w-jacobs.html