@LendocomAB por Ana Bove 06/06/2020
“Escrevi esse livro para documentar os crimes cometidos contra as yazidis”, “Para que estejam por escrito, detalhadamente, as provas da tragédia e de nosso genocídio.”
Nota: 10/10
Esse livro é espetacular! Eu adoro ser confrontada por histórias reais que eu não ainda não conhecia. Está sendo muito interessante ler mais sobre o Oriente Médio e suas batalhas recentes, e a figura das mulheres nesses conflitos. Vale já deixar claro desde o começo que a Nadia não teve uma história de vida fácil, e que o livro retrata um período da sua vida que passou longe de feliz.
Nadia nasceu em 1993 na aldeia de Kocho, no Iraque, em uma família pobre, e é a mais nova entre 11 irmãos. A região do Vale do Sinjar, onde Kocho está localizada, no norte do Iraque era conhecida por ter famílias Yazidi, a religião de Nadia. Kocho era uma aldeia pequena, onde todo mundo se conhecia e frequentava as casas uns dos outros sem pedir licença para entrar e que vivia uma vida simples basicamente da lavoura e da criação de ovelhas.
Em agosto de 2014, quando a Nadia tinha 21 anos, o Estado Islâmico invadiu sua aldeia e matou 600 pessoas, incluindo seis de seus irmãos e capturou mais de 6700 mulheres Yazidi da região. Nadia começa então a narrar seus momentos como escrava do Estado Islâmico na cidade de Mossul, onde foi mantida prisioneira. Ela foi espancada, queimada com cigarros e estuprada diversas vezes, até conseguir fugir alguns meses depois.
Hoje, Nadia mora na Alemanha, onde conseguiu asilo político, e se tornou ativista dos direitos humanos e em 2018 ela ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Nas palavras da própria Nadia, “Escrevi esse livro para documentar os crimes cometidos contra as yazidis”, “Para que estejam por escrito, detalhadamente, as provas da tragédia e de nosso genocídio.”.
site: https://instagram.com/lendocomab