spoiler visualizarLuisa647 25/06/2023
A luta pela sobrevivência
Uma história real na luta pela da comunidade étnico-religiosa Iazidi, localizada na fronteira do Iraque com a Síria, na região de Sinjar. Nadia Murad representa um povo altamente perseguido pelo Estado Islâmico, por não querer se converter ao Islamismo, e por querer dar continuidade à sua comunidade, costumes e cultura religiosa.
Uma religião que tem todo o direito de existir como qualquer outra no mundo, mas o extremismo e a intolerância religiosa disseminada por grupos terroristas, como o EI, gera o genocídio de um povo entre muitos existentes no Iraque e na Síria, que não tem o islamismo como religião adotada.
A leitura é rica em informações sobre a cultura Iazidi, e isso permite um melhor entendimento da história com o passar das páginas, além dar uma nova perspectiva sobre todo o sofrimento da minoria étnica.
Nadia Murad nos relata de forma bem realista todo o terror praticado pelo Estado Islâmico, e nos relata situações que assombram a sua comunidade, o Iraque e a Síria: tráfico sexual de meninas e mulheres, genocídio de um povo, doutrinação dos extremistas islâmicos, conversão forçada ao islamismo, estupro, suicídio, vivência numa sociedade patriarcal e muitos outros.
Através de seu relato sincero, mergulhamos em uma realidade triste, desesperançosa, cruel, sangrenta, dolorida e abandonada pelos líderes religiosos. Mas a sobrevivência de Nadia Murad e seu livro irá mudar essa realidade, mesmo que lentamente, mas fará com que o mundo possa conhecer o povo Iazidi e, com a ajuda internacional, garantir a continuidade da comunidade na região do Iraque. E a possibilidade do retorno ao lar na cidade de Sinjar, destroçado pelo EI.
É um relato forte, impressionante e indispensável para uma maior compreensão das pessoas que sofreram com a guerra na Síria e Iraque. E entender a situação dos milhares de refugiados que ainda sofrem por não terem mais um lar para chamar de seu.