Lina DC 20/04/2020Muito bom!"Um dorama para chamar de meu" é um romance delicioso e contagioso de ler, daqueles que o leitor só consegue largar quando chega ao final. Mariana é uma mulher de 26 anos de idade que tem presença e personalidades marcantes. É formada em jornalismo, mais atua como assessora de comunicação, ama lutar boxe, é curvilínea e muito segura de si. O tipo de mulher que tem uma energia boa, que faz com que as pessoas gravitem ao seu redor.
Tudo começa em uma noite em São Paulo, em novembro de 2018, quando Mariana é "convocada" por suas amigas Elisa e Mônica e por sua irmã mais velha Isa, para uma saída em um barzinho. Essa saída tem um significado importante na vida da protagonista, que não faz ideia do que o destino lhe preparou.
Seis meses se passam é o chefe de Mariana, o Alfredo está em uma reunião com uma Editora para tentar criar um cronograma para a turnê de um dos autores, que irá promover seu livro de fotografias em várias cidades. O problema é que o autor, Joaquim ou Yoo Hwa-In, é tímido e antisocial, o que dificulta os eventos em que ele tem contato com o público. E é aí que entra o trabalho de Mariana, que será a responsável por acompanhar Joaquim na turnê e "suavizar" a dinâmica dele com as demais pessoas.
Mariana será responsável por tudo na turnê, ter certeza de que os lugares reservados estejam de acordo com o esperado, ser capaz de lidar com imprevistos e atender aos pedidos do autor. Infelizmente, acontecimentos mais do que inesperados começam a surgir: como mensagens ameaçadoras e até mesmo algumas situações desconfortáveis. Enquanto que Mariana acredita que algo sério está acontecendo, Joaquim deixa claro que a sua assessora está exagerando no assunto, e não é só nessa questão que os protagonistas vão discordar.
A dinâmica dos dois não é a das melhores inicialmente, mas Mariana, tentando ser a melhor profissional possível, não desiste. E é aí que ela tenta conhecer um pouco mais o Joaquim, mergulhando na cultura sul-coreana.
É essa imersão cultural que traz o diferencial no enredo. Mariana, como muitos de nós que apenas recentemente está aprendendo mais sobre essa cultura, mergulha de cabeça e narra em primeira pessoa suas impressões e dúvidas, questionando Joaquim em vários momentos. Dessa forma, o enredo torna-se real para o leitor, pois a protagonista faz descrições detalhadas e deixa bem óbvio o seu deslumbramento, principalmente com os doramas.
"O estilo da música sul-coreana atual é o símbolo da expansão cultural do país. Leio, abismada, que o turismo e a diplomacia da Coreia do Sul foram impulsionados ao ritmo do gênero, que movimenta dezesseis bilhões de reais por mês". (p. 70)
Diferentemente de Mariana que tem uma personalidade expansiva, Joaquim é reservado e inicialmente pouco revela sobre sua vida, criando assim um embate de personalidades. Porém, não é só a diferença de personalidades que faz com que o jovem fotógrafo seja tão reservado...
"Algo raspa na madeira do lado de fora. Pronto. Acabo de obter a confirmação de que a minha mente não anda imaginando coisas. Há algo de errado acontecendo e o pivô de tudo isso é o homem a poucos palmos de distância, lindo e misterioso - e provavelmente em perigo". (p. 104)
O livro tem romance, drama, ação e muitos doramas, ou seja, tudo o que um leitor pode desejar. Além disso, a capa combina perfeitamente com a história e com o título da obra e logo de cara, deixa o leitor curioso.
A escrita da Marina Carvalho é fluida, direta e totalmente apaixonante. A forma como ela construiu o enredo fez com que cada final de capítulo se torna-se o gancho perfeito para se agarrar no capítulo seguinte.
Também não posso deixar de mencionar a Editora Astral Cultural, que foi extremamente cuidadosa com a diagramação, enriquecendo ainda mais a experiência de ler essa obra. Então apertem os cintos porque essa turnê será inesquecível!
"- Sorte sua eu não saber quem é a tal Anastacia Steele, senão cobraria agora mesmo sua promessa." (p. 13)
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