spoiler visualizarEster 13/11/2022
Incrível e amedrontador
Há algum tempo não lia um livro que me prendesse do início ao fim da forma como O Silêncio da Casa Fria. Um achado da DarkSide que vem para conquistar os leitores sedentos por histórias arrepiantes. Um dos melhores e mais interessantes livros que li nos últimos tempos.
Silêncio da Casa Fria honra os melhores contos góticos. A história de uma mulher confrontada com um medo irracional, que coloca em xeque sua própria sanidade. Estaria Elsie vendo coisas como forma de dar sentido ao luto? Ou realmente havia algo sobrenatural morando sob o mesmo teto que ela?
Algumas portas devem permanecer trancadas."
Elsie é uma mulher que passou por mais traumas do que qualquer um seria capaz de suportar, mas se ela ousar contar a verdade, é possível que realmente seja considerada louca. E o leitor é convidado a vivenciar a história pelos olhos de Elsie da forma mais intensa possível.
?Não havia jornais na sala comunitária - pelo menos, não quando ela recebia permissão para estar lá -, mas os boatos conseguiram se infiltrar por debaixo das portas e através das rachaduras nas paredes. As mentiras dos jornalistas chegaram ao hospício muito antes dela. Desde que havia acordado naquele lugar pela primeira vez, recebera um novo nome: assassina.?
Ao longo de toda a leitura, a sensação de fogo é latente. Devido ao contexto da história e as várias menções a madeiras, fósforos, incêndios, fogueiras, o passar de páginas é quase um crepitar de chamas. Mesmo em cenas arrepiantes, que deveriam gelar o corpo, é possível sentir um calor horripilante. O fogo está presente mesmo quando não é escrito. E a edição do livro também não nos deixa esquecer. Além da folha de guarda que imita um papel de parede queimado, as chamas em algumas páginas do miolo também nos relembram o tempo todo da importância que o fogo tem para a história.
Do começo ao fim do livro de uma forma que poucos autores conseguiram fazer comigo nos últimos tempos. Até a última página ficamos em dúvida não apenas em relação ao desfecho, mas à veracidade dos acontecimentos. Como eles são contados em primeira pessoa, em todos os momentos da narrativa somos obrigados a nos questionar se o que está sendo narrado é real ou fruto da loucura.