Resenhas - Capitães da Areia

ana beatriz 15/01/2024

"pequenos marginais contra uma sociedade opressora"
Jorge Amado nos deixou um verdadeiro presente, que é este livro. Eu me sinto extremamente grata pela leitura deste, de verdade. Publicado em 1937, eu não me surpreenderia se tivesse encontrado as mesmas palavras em um livro deste ano. Uma realidade extremamente dolorosa, a negligência da sociedade para com crianças abandonadas, famintas de comida e de carinho, forçados a deixar a infância para trás e (sobre)viver como homens feitos. Me emocionei com a história de cada um dos meninos, me senti de volta a minha tão amada e saudosa Salvador. Que a Bahia de todos os santos zele por cada criança que ainda hoje vive na rua :(

Viva os Capitães da Areia! Viva a revolução! Porque a revolução é uma pátria e uma família ?

mickaely.cagy 15/01/2024

Capitães da areia
Bem, eu demorei uns três meses para conseguir terminar ler, não é o tipo de livro que eu costumo ler.
Mas o livro é e retrata muita coisa importante.

NAvia.Milena 14/01/2024

"Um dia a gente muda o destino dos pobres.."
"Vestidos de farrapos, sujos, semi-esfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos da cidade, os que a conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas."
O que falar sobre capitães de areia?
Um livro que traz tantas críticas e que me deixa muito pensativa.
Os capitães apesar de serem personagens fictícios, estão muito presentes no nosso dia a dia, de forma imperceptível e acabam se escondendo às margens do sodalício.
Quantos Pedro Bala existem na nossa sociedade? Quantos diretores existem na nossa sociedade? Como julgar a vida que essas crianças levam quando a própria comunidade os ensinou a serem assim, ao serem pegos no lugar de serem ensinados que o mundo não é um lugar ruim só recebem tratamentos que os revoltam e os fazem querer vingança. Sinceramente, não tenho um pingo de amor ou apego aos capitães, eles fizeram coisas ruins ao longo do livro, e tem sim que pagar pelos seus erros, mas não da forma mostrada no livro, sendo espancados e ensinados a odiar mais o mundo ao seu redor. Os capitães no final são só meninos. Meninos que mentem, espancam e roubam, mas ainda crianças que nunca viveram uma vida além daquela e nunca aprenderam outra forma de sobrevivência.
Enquanto odiarmos os oprimidos e batermos palmas para os opressores o mundo continuará o mesmo.

Vitoria Maria 14/01/2024

A minha primeira leitura do ano foi surpreendente. Capitães da Areia superou totalmente minhas expectativas. Apesar de não ser um livro atual, retrata a realidade de hoje em dia.

Apesar de algumas partes serem chocantes, a leitura foi muito fluida e eu não via a hora de terminar o livro para saber o que iria acontecer com os Capitães da Areia. Com certeza merece 5 estrelas!

little iara 14/01/2024

"E rindo, e ridicularizando, era que fugia da sua desgraça"
Aborda questões sociais de forma fortíssima mas simples, nao é um livro cientifico nem um livro abertamente político, demonstra como crianças são apenas crianças independente das condiçoes em que são criadas e de como agem, foi com certeza esse livro que me incentivou a fazer pedagogia

BooksBi 14/01/2024

Capitães de areia
Emocionante, nos faz imaginar realmente como foi e como é a vida das crianças que são menores abandonados e tem que se virar nas ruas para sobreviver. De partir o coração. ?

Gabriella123 13/01/2024

Um tesouro nacional na palma da mão.
Sempre tive muita vontade de ler Capitães da Areia, só havia visto elogios e meus professores de literatura sempre panfletavam tal obra como imperdível. Fico feliz que não tardei uma leitura mais do que sensível e maravilhosa, que exerce um impacto no leitor irrevogável.

Como muito já dito, Jorge Amado mostra a realidade de diversas crianças abandonadas ao relento pela vida: seja brancos, negros, mestiços, estrangeiros, não há distinção, todas as crianças são unidas pela negligência e abandono da vida. Constrói e dá individualidade para cada personagem apresentado, nos aproxima da vida de cada um e nos insere na pele de cada criança daquele trapiche. Pessoalmente, jamais superarei a vida trágica do Sem-Pernas e nem de Dora, meus personagens favoritos, juntamente de Pedro Bala.

Faço uma ressalva muito interessante também para como a Bahia e sua riqueza de cultura é representada ? ?A Terra de Todos os Santos?. Nunca tive contato com literatura que representasse religiões afro-brasileiras de forma tão íntima, foi um deleite para mim.

Uma característica minha é que amo obras que trazem traços mais humanos para as obras. Não acredito na ideia de que Jorge ?romantizou? a criminalidade neste livro, sou mais voltada para o lado de que ele simplesmente introduziu-nos na pele de personagens de ?X? jeito ? como o padre José Pedro, a Dora, o Pirulito ? e outros ?Y? ? como Sem-Pernas, Boa-Vida, Gato, Volta Seca. São crianças que não tiveram pais, educação e nem amor para serem guiadas, e a vida tem formas diversas de colocar nossos pés no chão, não à toa que o grupo original dos Capitães da Areia, mais tarde e mais crescidos, se separam e seguem seus respectivos chamados ? um padre, um artista, um cangaceiro, e assim por diante. Não existe bom ou ruim, existe pessoas que farão tudo que puderem pra viver ou, no mínimo, sobreviverem.

Inegavelmente, a riqueza de detalhes, os assuntos sociais, políticos, as críticas, os momentos sentimentais ? que me arrancaram genuínos suspiros de dor ? ficaram marcados na minha memória. Capitães da Areia é um tesouro nacional que ainda é atual, maravilhoso e sensível.

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Gabriel Beda 13/01/2024

Ritmo Baiano
Capitães da areia é um livro de ritmo acelerado, que precisa ser degustado com calma.
Repletos de detalhes e descrições sobre a realidade e os dilemas de cada integrante dos Capitães e das pessoas que com eles convivem, seja por pouco tempo ou por anos a fio.
Conseguimos acompanhar, com requinte de detalhes, quais são as possibilidades de vida e de futuro desses meninos de rua, o que cada um é capaz de enxergar pra si mesmo e como os sonhos roubados podem transformar crianças em "bandidos".
Mais do que uma série de contos sobre a pobreza e o sofrimento dessas crianças, vemos de forma emocionante como o acolhimento e a possibilidade de sonhar com uma vida melhor é capaz de moldar e mudar o futuro de uma pessoa.
Ande com quem acredita em você!

ValAria34 13/01/2024

Me destruiu ?
Ler essa história foi um misto de ódio, nojo, raiva e tristeza. Não sei bem explicar exatamente tudo o que me causou, mas a ânsia por descobrir o final desses meninos foi o que me carregou até a última página. Ler sobre ele e descobrir que o escritor, Jorge Amado, realmente chegou a dormir num trapiche com meninos abandonados, para entender como eles sobrevivam, por isso muitas das cenas tem toques da realidade.

Wiulayne.Souza 13/01/2024

Como pode ser possível um livro de 1937 trazer coisas que acontecem que acontecem na atualidade?
Como pode nada ter mudado desde a data do lançamento?
Em Capitães da Areia nos damos conta do que não somos atenciosos, e a gente também se pega esquecendo que os relatos são de crianças e não de adultos, no qual trás a realidade a tona?
Sofrido, doloroso e com uma escrita linda.
Na época que li (e abandonei) durante o ensino médio, não fazia ideia da grandeza que era essa obra.
O que me fez lembrar de que as vezes não estamos prontos para algumas leituras e está tudo bem.
É isto? kkkk

nobre11 13/01/2024

"Eram crianças, sim"
Queimado em praça pública por ser considerado uma propaganda do credo vermelho durante o Estado Novo de Vargas, período o qual o país viria tornar-se uma ditadura, "Capitães da Areia" retrata a vida das crianças abandonadas que vivem de furtos e roubos pelas ruas da belíssima e inspiradora Bahia.

criminAlogaliterAr 12/01/2024

Tão velho e tão atual
Capitães da Areia se passa na Bahia de 1939. Já ali haviam crianças abandonadas pelos infortúnios da vida e que viraram delinquentes para sobreviver, na escola da miséria da vida.

Se capitães da areia fosse reescrito no contexto atual, poderíamos contextualizar o trapiche do romance com os cortiços das favelas de periferias do Brasil afora, e em vez de órfãos da varíola, teríamos órfãos da violência policial, onde a bala rasga o corpo feito chibata.

"Nunca tiveram uma alegria de criança. Se fizera homem antes dos dez anos para lutar pela mais miserável das vidas: a vida de criança abandonada". Jorge Amado - Capitães da Areia.

book.hiraeth 12/01/2024

Companheiros, chegou a hora
Eu demorei muito para concluir a obra.
Mas que obra incrível, ela derrama profundidade.

O livro aborda um grupo de meninos de rua, dividindo a história em três partes.
Na minha opinião a segunda é sem dúvidas a que mais me cativou.

Os capitães de areias são meninos perdidos e delinquentes.
Só que não é nessa visão simplista, é abordado como se fossem heróis dos pobres, ?Robin Hood?, e você entende o problema social. Acaba compreendendo que eles são vítimas da sociedade e sofrem um efeito colateral da mazela e não a causa da problemática como a aristocracia e a mídia tenta colocar.

No geral, as preocupações sociais dominam, mas os problemas existenciais dos garotos os transforma em personagens únicos e corajosos, corajosos Capitães da Areia de Salvador.

O que falar de Pedro Bala, Professor, Dora, Gato, Sem pernas, Volta Seca?
Tão jovens, mas tão maduros. Eles perderam o direito de serem crianças.
Tão independentes, tão homens, mas ainda tão crianças.

Eu demorei muito para concluir a obra.
Mas que obra incrível, ela derrama profundidade.

O livro aborda um grupo de meninos de rua, dividindo a história em três partes.
Na minha opinião a segunda é sem dúvidas a que mais me cativou.

Os capitães de areias são meninos perdidos e delinquentes.
Só que não é nessa visão simplista, é abordado como se fossem heróis dos pobres, ?Robin Hood?, e você entende o problema social. Acaba compreendendo que eles são vítimas da sociedade e sofrem um efeito colateral da mazela e não a causa da problemática como a aristocracia e a mídia tenta colocar.

No geral, as preocupações sociais dominam, mas os problemas existenciais dos garotos os transforma em personagens únicos e corajosos, corajosos Capitães da Areia de Salvador.

Miresenhs 12/01/2024

Dora minha estrela
Eu demorei muito para concluir a obra.
Mas que obra incrível, ela derrama profundidade.

O livro aborda um grupo de meninos de rua, dividindo a história em três partes.
Na minha opinião a segunda é sem dúvidas a que mais me cativou.

Os capitães de areias são meninos perdidos e delinquentes.
Só que não é nessa visão simplista, é abordado como se fossem heróis dos pobres, ?Robin Hood?, e você entende o problema social. Acaba compreendendo que eles são vítimas da sociedade e sofrem um efeito colateral da mazela e não a causa da problemática como a aristocracia e a mídia tenta colocar.

No geral, as preocupações sociais dominam, mas os problemas existenciais dos garotos os transforma em personagens únicos e corajosos, corajosos Capitães da Areia de Salvador.

uchoa.bru 12/01/2024

Mais um favorito da vida
Estou apaixonada na escrita de Jorge Amado. Uma narrativa tão fluida e com uma ambientação deliciosa de Salvador. Até mesmo a linguagem usada entre os personagens, me remete a minha própria. Kkkkk
E por falar em personagens? Que construção incrível de cada um deles, não é?! Me apeguei muito fácil a todos eles, principalmente pelas circunstâncias em que se encontravam. Passei a torcer para que as coisas melhorassem para eles, me emocionei com eles, e fiquei angustiada por situações em que viveram. Eu me envolvi realmente com todos, e tinha momentos que eu só queria entrar na história e dar um abraço em cada um, sabe?
A história traz infinitas pautas, como: preconceito, desigualdade social, religião? E, principalmente, como a posição em que estamos na sociedade acaba influenciando as nossas atitudes, e nos faz refletir que às vezes o mocinho é o vilão, e o vilão é o mocinho, dependendo dessa posição em que a pessoa é colocada diante da sociedade.
Muito bom!!! Virou um dos meus livros favoritos da vida, com toda a certeza!!!