A Disciplina do Amor, O Prazer de Escrever, A Alegria de Ler
É difícil para o editor escrever alguma coisa que sirva de apresentação simples a um livro de uma escritora que já atingiu o lugar máximo em nossa literatura Sobre Lygia Fagundes Telles, já escreveram, e escrevem, alguns de nossos melhores críticos: Nelly Novaes Coelho, Paulo Rónai, Otto Maria Carpeaux, Antônio Cândido, Wilson Martins, J. G. Nogueira Moutinho, Leo Gilson Ribeiro. e também outros escritores ilustres, como o poeta Caros Drummond de Andrade e os exímios contistas que são Ricardo Ramos, Hélio Pólvora, Edilberto Coutinho.
O Melhor - sem falsa modéstia - é confessar o quanto a Editora Nova Fronteira se orgulha por contar com este livro em seu catálogo. Em dizer que, ao ler seus originais, a primeira impressão foi provocada por aquela inevitável satisfação que se sente diante de um ótimo texto: ao chegar a seu ponto final, sabe-se que a experiência de leitura não é um mero derivativo, uma distração banal, a desviar tensões, angústias, tormentos, e a demais parafernália da vida cotidiana contemporânea. Sabe-se ao contrário, que essa experiência aguçando, por um lado, a percepção dos desconserto geral das coisas, por outro oferece recursos objetivos quanto à questão de como consertá-las...
Os fragmentos que se entrelaçam nesse texto de Lygia são exemplares: aparentemente desconexos entre si, descobre-se neles um fio da meada interno, que a editora desenrola de um a outro, através da disciplina imposta à linguagem e do amor com que penetra na insólita urdidura de sonhos, visões, instantâneos de situações absurdas, lembranças soterradas, sustos,perplexidades. Tudo matéria bruta de nossa existência mais comum, que ela submete `transparência de sua palavra e à elegância de sua indignação.
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