O eterno esforço do homem em dar uma ordem e constante significação ao mundo que habita. A frase, que poderia sintetizar o hercúleo movimento de Aldous Huxley, é o resumo do espírito destas palestras aqui reunidas, proferidas no ano de 1959, na Universidade de Santa Barbara, nos Estados Unidos.
É nesta relação questionadora com o mundo que reside a tentativa de conciliação com ele. Dar ordem, encaixar, entender, ajustar os ponteiros. Fundamentar e balizar, em termos filosóficos e sociais, o espírito do tempo às novas gerações; trazer luz aos problemas de uma época e examinar as potencialidades do mundo moderno, tal como ele é ou tal como ele exige que seja.
Os tópicos tratados por Huxley aqui variam da natureza humana, e sua situação, até os primórdios da linguagem, onde tudo começou e por que somos o que somos e nos comunicamos de um modo bastante similar até hoje. Passa pelo discurso e pela crítica religiosa, toca na cultura oriental, com a qual o autor então já se mostrava envolvido, e chega a debates que ainda fervem depois de passado mais de meio século: a opressão dos nacionalismos, a genética como frágil ponto de partida, a deterioração do planeta, entre diversos tópicos que se tocam e se repelem a cada contato.
Acessível ao grande público e fonte inesgotável de referências das mais diversas, este A situação humana continua sendo um trabalho filosófico de primeiro porte: os insights do autor para o futuro nos transportam no tempo e nos fazem refletir sobre o que ainda queremos, o que ainda precisamos, o que ainda falta.
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