Quando Samuel escreve, é como se ele, enquanto descortina aquilo que torna a prisão invisível, nos forçasse a refletir sobre os mecanismos que fazem com que se olhe tão pouco pro que está do outro lado dos muros. Suas palavras convidam a se deixar afetar pelas narrativas e experiências que habitam a e nos convocam a construir coletivamente outros modos de existir e conviver que prescindam da violência da privação de liberdade. Cada letra, cada frase escrita neste livro, ao transformar a cadeia em palavras, é, ao mesmo tempo, o murro e o afago que (re)acedem em nós a certeza de que, apesar da prisão, se vive, se cria e se resiste.
Literatura Brasileira