Contos curtos e dinâmicos, estruturados em narrativas com estilo contemporâneo de literatura. O autor soube dosar, com maestria e fugindo da soberba, seu amplo domínio das variações estilísticas, sem cair na monotonia ou beirar a incompreensão. São narrativas para criar desconforto, incômodo, frustração intelectual até. Devemos ler mais, muito mais, sem limite. As certezas do autor são questionadas e questionáveis. E elas aparecem ora como se fossem proverbiais, ora como simples (?) reflexão filosófica e estão ali para intimidar o leitor. Não que isso seja negativo, mas é uma situação que nos desafia. Reflexão nunca é demais. As “palavras” são escolhidas apropriadamente, trabalhadas, dissecadas, sufocadas até, para que o leitor descubra seu nivelamento. As citações de livros, autores, música, filmes, são para criar certos “links” e então tirarmos o traseiro do sofá e ir em busca do saber. Que também nunca é demasiado.
O nome do livro, por acaso, coincide com o título de um dos textos (contos) da obra, mas acredito que não foi este o motivo da escolha pelo escritor. Em “As certezas e as palavras”, o autor catarinense trabalha reiteradamente com ambas as expressões nos 20 contos que integram o livro.
Contos / Literatura Brasileira