Numa de suas últimas entrevistas, Paulo Rónai afirmou que acabava de realizar sua terceira leitura completa de "A Comédia Humana" de Balzac. Tendo em vista a dimensão da tarefa, é fácil concluir que a obra genial do francês o havia acompanhado durante toda a vida. Organizador e orientador de sua primorosa edição brasileira, ele foi um dos maiores conhecedores dessa imensa empreitada ficcional no nosso século, e isso no centro de uma carreira intelectual rica e variada. Nada há nisso de estreitamente especializado, pois são raras as trajetórias criativas que, como a de Balzac, ilustram e exemplificam tão minuciosamente a infinita multiplicidade da experiência humana. Essa é a trajetória que encontrou em Rónai seu intérprete ideal.
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