Não tem jeito. Eu me apaixonei completamente por esse livro e essa história. Só de ler a sinopse do segundo, já sei que vou amar também. Tem uma razão bem específica para isso, esse livro tem uma coisa que me faz amar histórias e saber que não importa sua quantidade de páginas, eu sempre vou querer mais. Mas logo falo dela.
Antes de começar meus elogios bem específicos e uma pequena ressalva, quero deixar bem claro que o infeliz classificou esse livro como distopia estava completamente errado e nem sabe o que a palavra distopia significa. Eu só recomendaria esse livro para pessoas que são apaixonadas por romances, principalmente de época; romance de verdade mesmo, de tirar o fôlego e proibido, em um ambiente antigo, mais parecido com o século dezenove. Não tem absolutamente nada de distópico aqui. Pelo contrário, a ideia da história e da situação dos dois países veio da ocupação romana na Grécia, e não tem como negar que a parte mais importante do livro é o romance.
E que romance maravilhoso! Qualquer livro de romance que essa autora resolver escrever, eu vou ler. Ela soube criar o romance devagar e ir alimentando com cuidado, com tantos detalhes sutis, que foi impossível não me apaixonar junto! A escrita da autora é muito bonita e deixa tudo ainda mais emocionante.
Como eu mencionei, ela deixa muita coisa sutil, mas muita coisa mesmo. Quando você for ler, precisa ver mais do que as palavras escritas ali, precisa ler nas entrelinhas e entender um pouco do simbolismo que ela mostra, mas nunca deixa na cara. Foram tantos detalhes pequenos e ainda assim significativos, que dá vontade de criar um manual para futuros leitores. Tenho medo de muita gente ter lido sem prestar atenção a eles e achado que a história é superficial, só porque sua leitura foi. Para mim, esse livro tem muito significado e muito peso, o que é essencial para um romance emocionante como o que teve.
Além disso, eu amo romances entre mulheres de classes sociais mais altas do que a do cara. Krestel é da aristocracia Valoriana, é claro que ela vai se preocupar com roupas, joias e bailes - e que vai se preocupar com decoro, com os costumes do seu país e de seu ranking. E eu adoro isso! Mas tenho que admitir que nunca vou ficar confortável com escravidão (ainda bem que me incomoda, né?). É uma escravidão diferente da que aconteceu aqui, foi bem inspirada na dos gregos pelos romanos, mas isso nunca vai ser fácil ou aceitável. A pior parte para mim foi o leilão do Arin. Nunca tinha lido um livro que me fez ficar tão incomodada assim por uma cena, principalmente, que eu estava esperando desde a sinopse.
Mas a escravidão é abordada, não é só uma desculpa para colocar Krestel em uma posição acima de Arin. É possível que alguns leitores não percebam o efeito da escravidão em alguns dos questionamentos que aparecem, se eles não ficarem atentos aos detalhes que mencionei. Então, fique!
Mas a verdadeira razão de eu ter me apaixonado tanto pela história e saber que leria milhares de páginas dela sem nem parar para ver em qual estou (adoro livros que fazem isso!) é a Kestrel. Só personagens conseguem me fazer amar livros como eu amei esse.
Ela rapidamente se tornou uma das minhas protagonistas favoritas! Como adoro romances de mulheres da alta sociedade com caras mais simples, é claro que eu adoro mulheres que agem como da alta sociedade. Não faria o menor sentido se Kestrel fosse super humilde e não um produto de sua criação. Ela é privilegiada, sim, mesmo que dê para ver desde o começo que não se considera superior aos escravos, só os vê como consequência de uma guerra de conquista de território, uma que foi liderada pelo seu pai. Em muitos momentos, dá para você ver a compaixão que ela tem e o potencial para desenvolver bem mais. E ela se desenvolve, e ela evolui, e esse livro é incrível, porque ela é incrível.
Aliás, desde o começo você também consegue ver claramente o quanto ela é inteligente, e talvez essa seja minha parte favorita. Eu gosto também de história de mulheres guerreiras e tudo o mais, mas estava começando a sentir muita falta de uma mulher que fosse mais inteligente do que o normal, cuja força fosse seu cérebro, que pensasse com bastante lógica e conseguisse planejar até as manipulações mais simples. Fiquei encantada por esse jeito da Kestrel e também por seu amor à música. Ela saber lutar, mesmo que mediocremente, ainda ajuda, já que seu amor por tocar piano não é sua única habilidade, mas uma escolha.
E o Arin também é incrível, não tem como não se apaixonar por ele! A relação entre os dois é maravilhosa, a química deles é impecável e a inteligência de um combina perfeitamente com a do outro! Existem poucos casais tão bem criados e entrosados! Mal posso esperar para saber o que vem no segundo livro. Mal. Posso. Esperar!
Agora, para minha única ressalva mesmo. O ritmo do livro é um pouco incerto. Vi muita gente falando que a segunda metade do livro é muito superior à primeira, mas eu amei a primeira e foi ela que me fez perceber que esse livro é um dos meus favoritos. A segunda é ótima também, muita coisa acontece, muita coisa que muda toda a situação, o que eu acho extremamente essencial em um livro. Só que o clímax do livro é perto demais do meio e o resto parece um começo de segundo livro, que tem uma certa evolução um pouco devagar (ou incerta, na verdade, já que não dá muito para prever o caminho que a história vai levar). Chega a parecer que terá outro momento digno de clímax, mas acaba se tornando uma preparação para o próximo livro. Isso não significa que foi ruim, em nenhum momento eu fiquei entediada, continuei amando tudo da história até a última página, mas não posso negar que em alguns momentos senti essa sensação de não saber bem aonde a história estava indo. Se tornou um pouco uma espera, ainda que curta e pontuada por momentos interessantes.
Mas é uma mini ressalva, porque eu amei o livro e vou começar o segundo agora mesmo! Estou me sentindo um pouco besta de ter demorado tanto para comprar e ler, por ter ficado tão apreensiva com a história! Esse livro é maravilhoso e vai encantar todo mundo que é apaixonado por romances de época (mesmo que o mundo dele seja fictício).