Antes de pegar esse livro pra ler, eu assisti o vídeo do Paulo Ratz sobre a autora, e já esperava que fosse problemático, mas superou minhas expectativas. Abby e Travis tem um relacionamento extremamente tóxico e abusivo, e o protagonista masculino conseguiu ser mais babaca que o Leeds, de Layla. O problema começou logo nas primeiras páginas quando Travis propositalmente deixa uma garota cair no chão, e daí é só ladeira abaixo. O machismo desse livro é ridículo, e absolutamente todas as mulheres que não são Abby e Meri são descritas pela protagonista como vadias, pelo simples fato de sentirem atraídas por Travis. Para não dizer que a história é de todo ruim, a cena do pôquer com a família de Travis foi muito boa, afinal, ler sobre uma mulher dando um tapa na cara figurado de machistas é sempre divertido. Deixando toda a problemática de lado, partes da história são muito incoerentes, por exemplo, a autora justificou o talento para lutas de Travis usando a desculpa de que ele tem vários irmãos mais velhos e tinha que aprender a se defender, ok, mas sem treino nenhum ele ganhava facilmente lutas com lutadores que pertenciam a ligas profissionais. As relações pessoais com outros personagens também é bastante apagada, sabemos que Abby e Meri tem um relacionamento bem próximo, mas o desenvolvimento parou por aí, como o de Shepley e Travis, mas o que mais me incomodou foi a abordagem do personagem Finch, que é o amigo gay pet de Abby, que é extremamente esteriotipado, não tem nenhuma profundidade e só aparece na história quando é conveniente para Abby. Confesso que até as últimas páginas eu tinha uma pontinha de esperança que a protagonista fosse acordar pra vida e se livrar do relacionamento que ela tinha admitido algumas vezes ser problemático, mas o final foi muito pior do que eu esperava. Enfim, como disse Paulo Ratz no vídeo sobre Belo Desastre, o livro seria muito melhor se no fim ela não ficasse com Travis, e acho que seria interessante se a autora tivesse abordado mais o passado de Abby como jogadora (quase) profissional de pôquer. Pra finalizar, não recomendo esse livro para ninguém, e usando mais uma vez as palavras de Paulo Ratz, o talento para escrita de Jamie foi completamente desperdiçado com uma romantização tão absurda de abuso.