Na década anterior à Revolução Islâmica, o Irã é um país à beira de uma explosão. Yaas é uma menina de 12 anos que nasce em uma família já divida. Seu pai, Omid, é filho de judeus iranianos muito ricos, pertencentes à classe alta do país. Sua mãe, Bahar, cresceu nos guetos de Teerã do Sul.
Omid escolhe se casar com Bahar não pela beleza, mas porque acha que ela será uma mulher submissa. O casamento é um desastre. Omid tira Bahar do gueto, mas o estigma de garota pobre permanece por toda sua vida. Ele proíbe, ainda, que sua mulher continue os estudos. Após vários acontecimentos infelizes, Bahar se decepciona com o nascimento de uma menina, quando todos previam a chegada de um menino. Yaas é o nome que escolhem para a filha, que passa sua infância transitando pelas várias classes da sociedade iraniana.
A difícil tarefa de Yaas de aproximar seus pais se torna crítica quando Omid se apaixona por Niyaz, uma linda mulher de uma nobre família muçulmana, e o casamento começa a desmoronar com a exposição pública do relacionamento extraconjugal. Enquanto Bahar sofre com a solidão e a vergonha, Yaas é atormentada por uma misteriosa e terrível enfermidade.
Em Chuva Dourada, a escritora iraniana Gina B. Nahai nos traz um romance extremamente detalhista e poético, repleto de personagens ricos e extravagantes, como a Dançarina de Tango, a Irmã Pomba e o misterioso Irmão Fantasma, o irmão de Bahar que morreu quando tinha dez anos de idade, mas que não consegue aceitar o fato. Nesse incrível cenário, a inocente Yaas luta para entender seu papel e o motivo de ser um fardo, e não uma alegria, para os pais. O resultado é emocionante: uma alma perdida, devastada pela humilhação, ansiando apenas por uma pequena dose de amor.
Ao mesmo tempo um exame cultural de uma sociedade ainda estranha para nós e um estudo psicológico dos efeitos da perda, Chuva Dourada nos conduz por esse mundo trágico e fascinante de uma garota destemida lutando contra obstáculos intransponíveis.