Eles são jovens, moram numa cidade que mais parece um cartão-postal, viajam nas férias, não conhecem a violência e são felizes. São tão felizes que podiam ser personagens de um comercial de margarina. Eles são os jovens de São Felipe, garotos que são motivo de orgulho. Os adultos acenam e sorriem quando os vêem passando de bicicleta pela manhã. Garotos ideais para se terem como vizinhos e pupilos.
O que poderia dar errado? Quem poderia imaginar que aqueles garotos, aqueles mesmos garotos educados e bonitos que todos amavam iriam surgir no horizonte empunhando armas? Quem poderia imaginar que os garotos que eram o orgulho da cidade atirariam naqueles que os conheciam tão bem?
Ninguém poderia imaginar. Não em um domingo perfeito, num final de ano perfeito, quando as pessoas programavam viagens e faziam listas de Natal. Mas aconteceu. Eles depontaram no horizonte segurando armas e atiraram em todos. Em todos os vizinhos, professores e pais. E acabaram com uma cidade.
Por que elas fizeram o que fizeram? A resposta é a única resposta que um jovem como outro qualquer daria: porque sim.