“Neste livro, rejeitei a teoria da identidade de gênero. Considerando a adoção entusiástica dessa teoria pelo transativismo atual, não acredito que o movimento beneficie as pessoas trans comuns.
Pessoas trans são pessoas trans. Deveríamos superar isso. Elas merecem segurança, visibilidade na sociedade sem constrangimento ou estigma e as mesmíssimas oportunidades de vida disponíveis às pessoas não trans. A transgeneridade não deve fazer diferença em nada disso.
O que pessoas trans não merecem é uma representação pública deturpada por conceitos filosóficos que não fazem sentido, ou que sua luta diária seja instrumentalizada em nome de iniciativas políticas demandadas pela minoria, que alienam outros grupos com a apropriação inflexível de seus direitos conquistados a duras penas. Pessoas trans também não merecem ser aterrorizadas por uma propaganda ativista que as faz acreditar que estão mais vulneráveis à violência do que de fato estão.
O transativismo atual precisa de uma visão e de um projeto diferentes. E penso que, da mesma forma, a atual corrente dominante do feminismo não vem prestando um bom serviço às mulheres comuns.”
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