Amanhã Vai Ser Maior

Amanhã Vai Ser Maior Rosana Pinheiro-Machado




Resenhas - Amanhã Vai Ser Maior


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Bava 12/02/2020

Necessário
Livro extremamente claro e necessário para contextualizar os dias sombrios atuais.
A autora coloca o dedo na moleira da esquerda e aponta as prováveis causas para a retomada de poder pela extrema direita.
Apesar de toda essa tristeza, esse clima miliciano e fascista que tem se sentido empoderado no Brasil atual, pode-se ter esperança nas novas gerações.
Leitura atual muito importante para que não percamos o foco e não deixemos a chama da resistência apagar.

site: https://vidanadaperene.blogspot.com/2020/02/amanha-vai-ser-maior.html
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João Sales 08/02/2020

Amanhã vai ser maior
O livro é muito bom! Rosana faz um resgate de praticamente todas as manifestações e protestos desde as jornadas de junho de 2013 passando pelos "rolezinhos", as manifestações pró impeachment chegando, paralisação dos caminhoneiros e o #EleNão. Além disso, faz uma ótima reflexão de como chegamos até aqui e como a extrema direita vem ganhando cada vez mais espaço principalmente nas periferias.
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douglaseralldo 07/01/2020

10 CONSIDERAÇÕES SOBRE AMANHÃ VAI SER MAIOR, DE ROSANA PINHEIRO-MACHADO, OU SOBRE MISTERIOSAS JORNADAS
1 - Se há algum consenso no Brasil nestes tempos polarizados talvez seja o de que 2013 foi um ano divisor. Contudo, qualquer concordância para por aí, pois que os reflexos, as motivações, a própria história das Jornadas de Junho de 2013 não apenas dividem analistas e pesquisadores como se mantêm ainda um tanto cabulosos aqueles dias em que o país foi tomado de assalto por gente indo às ruas em uma época que a princípio transparecia não trazer razões para tanta insatisfação. Já são muitos os olhares para aquele momento e Pinheiro-Machado procura situar-se distintamente, mesmo entre os progressistas, campo que tem produzido certas críticas às jornadas. Com ensaios de linguagem acessível, quando não, compartilhados originalmente nas redes sociais, neste livro é a partir das Jornadas de Junho de 2013 que a autora parte para suas análises deste tumultuado Brasil de lá até a eleição de Jair Bolsonaro em 2018. Nesse sentido parece haver uma espécie de auto-crítica dentro do campo progressista, ainda que talvez não partilhada pela grande parte da esquerda cujo um dos alertas que faz a pesquisadora é justamente sobre a soberba esquerdiana e, na visão dela, a dificuldade de lidar com esse avanço da extrema-direita;

2 - Cientista social e antropóloga, Rosana Pinheiro-Machado viu viralizar nas redes sociais seus textos, por exemplo, sobre os rolezinhos. Procurando uma perspectiva de tentar compreender o outro sem julgamentos pré-concebidos [o que na esquerda ocorre um bocado] a autora parte de sua pesquisa junto com Lucy Mury Scalco de 2009 a 2018 investigando "a inclusão pelo consumo e a subjetividade política em uma das maiores periferias da cidade de Porto Alegre". Tal aproximação facilitou, por exemplo, a capacidade de percepção da possibilidade de eleitores petistas em votar em Bolsonaro, o que à época levantou muita indignação na esquerda-soberba. Não sei se por arrogância ou por incapacidade de crer nessa possibilidade, no campo à esquerda, antes das eleições, era sempre difícil dizer a alguém da esquerda que eleitores de Lula também votariam em Bolsonaro. Lá por 2016 e 17 quando levantava essa possibilidade entre amigos da Universidade era visto como louco, tal comportamento negacionista serve para que Pinheiro-Machado mostre o afastamento da esquerda das bases, pois esse foi um dos elementos fundamentais para que essa esquerda sequer percebesse que Bolsonaro poderia tirar-lhe eleitores; apenas quem mantivesse essa relação próxima com o povo não teria dificuldade em perceber. Parte destas questões a autora discute no ensaio "Mano Brown Avisou" que encerra o Ato II em que agrupa ensaios sobre o "Recuo da Esquerda". Dividido por atos, os textos se agrupam em ATO I que "discute o avanço da direita desde 2014", o Ato II "é uma análise crítica do recuo da esquerda enquanto o Ato III traz "uma análise crítica do bolsonarismo propriamente dito";

3 - Embora percorra essa linha diacrônica do tempo entre 2013 e a ascensão do bolsonarismo a autora carrega em todos os seus textos a concepção de sua tese quanto às Jornadas de Junho de 2013. Talvez aí residam as questões mais importantes para debate e discussão. Tanto quanto às jornadas quanto à Greve dos Caminhoneiros em 2018, a autora estabelece certa visão utópico-revolucionária dos dois eventos, inclusive procurando afastá-los do bolsonarismo, concebendo-os enquanto revolta e indignação popular. Parece acertar em muitos pontos, entretanto, especialmente nestas duas discussões, há elementos e variáveis que a autora parece não considerar ao rechaçar muitas das críticas a ambos eventos que têm sido construídas no campo à esquerda. Se é bem verdade que possa ser exagero ou errôneo dizer que as Jornadas levaram ao bolsonarismo, também o é se deixarmos de analisar tais eventos com ceticismo. As revoltas ambíguas como define a autora explodem num contexto global e num cenário para lá de suspeições, cujas coincidências talvez não possam ser ignoradas, inclusive trazendo para as variáveis o impacto ainda de todo não desnudo da Cambridge Analytica pelo globo manipulando diferentes conflitos e disputas sociais e políticas;


site: http://www.listasliterarias.com/2020/01/10-consideracoes-sobre-amanha-vai-ser.html
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