Tícia 18/09/2020
Peguei esse livro no aleatório e me dei bem porque o bixim é bão, viu? A partir de agora, “vai na fé e que morra a expectativa” será meu lema literário.
Essa história me prendeu tão amarradamente que até agora tô chocada com o quão rápido eu li o troço. A autora teve uma sacada olímpica ao dividir a narrativa entre “hoje”(depois da morte) e “ontem”(antes da morte). Você só sabe MESMO quem é vítima e quem é assassino no final. O resto é só suposição. Eu, por exemplo, saí atirando pra todo lado. Cada hora tinha certeza absoluta de quem era o capiroto e quem era o coitadim, depois mudava de ideia, aí voltava, mudava, voltava e dá-lhe chocolate pro cérebro pegar no tranco.
Sabe como é, endorfina.
Far-te-ei um brevíssimo resumo, curioso coleguinha, pra vc ter uma ideia.
Galera amiga desde os tempos de faculdade + um adendo, tradicionalmente celebram ano novo juntos. O lugar escolhido da vez é uma “casa de campo” chiquérrima, localizada a 598 quilômetros à esquerda de onde Judas perdeu a meia.
Só que a galera não é tão de boa assim. A princípio, geral tenta na dentada se divertir. Mas não demora pra tudo quanto é merda ser jogada no ventilador e sair cocô voando pra toda parte.
E no meio dessa doidera/ódio/rancor há muito guardados entre os amigos desde outrora, temos o Doug e a Heather, funcionários do lugar. E, claro, ambos sem paz de espírito também. Afinal, parece que o pré-requisito pra ser personagem nessa história é ser atormentado.
Daí, alguém some e mais tarde, descobre que esse alguém foi assassinado.
E você fica lá, o livro inteiro, tentando adivinhar quem morreu, quem matou, motivo e afins.
A história é excelente, principalmente porque é narrada a partir de pontos de vista diferentes. Essas perspectivas te fazem compreender como a gente não tem só uma versão de nós mesmos: temos aquela que os outros acham que nós somos, a que nós fingimos que somos e o que nós somos realmente.
Sacar isso te faz entender bem melhor a história e criar uma empatia, aparentemente impossível, pelos personagens.
Calar-me-ei agora, junto às minhas mesóclises, porque sou daquelas que, quando viu, falou o que não devia e, nesse livro, spoiler é o próprio satanás.
Apenas, leia.
Leia!!!!
;)