O tempo em Marte

O tempo em Marte Philip K. Dick




Resenhas - O Tempo em Marte


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inocencio 06/04/2021

Decepcionado
Eu escolhi esse livro pra ser o meu primeiro contato com as obras do Phillip K Dick, infelizmente não tive uma experiência boa com a história.

No início achei bem interessante os assuntos abordados, mas com decorrer achei que o autor se perdeu, os assuntos tinham um início mas não a maioria não tinham nenhum desfecho.
Também achei um número muito grande de personagens que não adicionaram nada a história, poderia ter cortado metade deles e não ia ter muito efeito no livro.
Mas o que realmente me deixou incomodado e extremamente enojado, foi como assuntos super delicados e pesados foram retratados, com destaque a péssima representação das doenças mentais e as relações que o autor fez (entendo que tenha sido escrito na década de 60, mas já tinha muito material e pesquisa sobre o assunto). Teve também o jeito que a cor escura era relacionado as raças ruins, enfim coisas que não são toleráveis (ao menos no contexto que vou falar agora)

Minha maior reclamação vai pra a falta e cuidado que a editora teve ao publicar o livro aqui no Brasil, vários autores polêmicos com livros polêmicos (ex.: Lovecraft) que tem obras publicadas no país vem com prefácios, epílogos, comentários que esponhem todo o contexto da obra e deixam claro o teor dos assuntos contidos, mas nessa edição não tem nada! Precisei procurar na internet por que não estava conseguindo engolir o que estava lendo.

Não gosto de condenar livros, simplesmente EU não consigo desassociar o autor da obra, e por isso não leria novamente. Não recomendaria o livro a nenhum amigo por que achei ruim mesmo.
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Rodrigo 29/03/2021

Acredito que esse livro seja o PIOR livro do PKD que já li e tem tudo que existe de ruim no mundo.
Primeiro, gostaria de falar que amo os livros do PKD e sou um leitor assíduo dele, porém ao terminar esse livro me deu vontade de mandar para a Aleph "por que diabos vocês decidiram publicar essa bost#?".

O livro é cheio de antissemitismo, racismo, machismo e capacitismo.
A aversão à tudo do Arnie, deixa de ser uma característica inerente ao personagem, se tornando uma característica do próprio livro. Parece que todos os personagens odeiam os bleeks (os nativos de marte), enfatizando em todos os momentos que eles são pretos, como eles são inferiores, que eles são totalmente responsáveis por serem um povo nômade e "sem inteligência" nenhuma e isso me assusta, pois parece um suco que qualquer supremacistas tomariam.
Não só isso, mas o ESTUPRO de Doreen que é o clássico "ah o marido tem direito de forçar sexo em sua esposa quando ela não quer" que ocorre no capítulo 8. Além de como sempre os papéis das mulheres serem nulos e resumidos a mulher da casa ou para mostrar que mulheres são promíscuas (o único enredo da esposa do Jack foi se sentir sozinha e trair ele), é mole?
E também o tanto que o autismo e a esquizofrenia são menosprezadas. Chegando a ter personagens enfatizando que seria melhor para a sociedade que essas pessoas fossem mortas pelo estado.... Sim....

Esse livro me fez questionar o quanto eu gosto dos livros do PKD, por conta dessas coisas. Pois são detalhes do livro que nem são questionados pelo livro e pelo narrador, são questões NORMAIS para uma sociedade do futuro e, pra mim, não é uma coisa "ah é o mundo no seu aspecto mais repulsivo", todo mundo nesse livro é ou racista ou misógino ou capacitista, ou tudo isso junto.

O pior de tudo é que a história do livro nem se sustenta, é uma coisa sem pé nem cabeça que vai de colonização de marte, mundinho apocalíptico dentro da cabeça da criança esquizofrênica, viagem pro passado, consertos no futuro, robôs, misticismos dos bleeks. Uma bagunça que só. A história não faz sentido nenhum sabe? E nada no livro dá certo.

Enfim, não entendo quando vejo resenhas endeusando esse livro, porque parece um manuscrito de um monte de coisa aleatória. Acredito que "envelheceu igual leite no deserto" combina muito com o livro.
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Mateus 29/03/2021

A leitura é bem agradável, a atmosfera geral do livro me lembrou os contos de Ray Bradbury. PKD tá totalmente em sua zona de conforto aqui (o que não é ruim), mas acho que faltou algo que deixasse a narrativa um pouco mais interessante.
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Mariana 12/03/2021

Não se aproveita nada dessa leitura
Vai ser difícil falar sobre esse livro porque eu acho que não tem nada nele que eu gostei de verdade.

Acho que o PKD é mais contista do que romancista porque esse livro é todo errado em construção, estabelece muitas situações, mas nunca dá uma resolução para essas situações. Os personagens mudam de ideia de uma hora para a outra sem motivos aparentes, e tem muito personagem para pouca história.

Acho que essa história poderia ser contada inteira com metade dos personagens porque alguns deles não acrescentam nada e não servem para nada - muitos, inclusive poderiam ser mesclados com outros personagens e o efeito seria o mesmo.

Além disso, as coisas acontecem na trama em momentos aleatórios.

Até 25% do livro não tinha acontecido nada de interessante para deixar a gente curioso para o que viria em seguida e o que acontece aqui foi o Jack ganhar um amuleto, um amuleto que não serviu para nada no fim das coisas, que não é um objeto interessante (vale o conceito da Arma de Chekhov aqui, hein).

A trama de verdade mesmo, a introdução da importância do Manfred e a ideia de saber o futuro, só veio na metade do livro. Esperar mais de 100 páginas para descobrir como as coisas vão começar a acontecer? Como se não bastasse, em 81% do livro, o autor tem a cara de pau de introduzir uma caverna que faz as pessoas viajarem no tempo numa resolução totalmente deus ex-machina.

É uma bagunça completa.

A impressão que eu fiquei foi que o autor não conseguiu organizar as ideias e que esse livro é a primeira versão da história, aquele manuscrito que deveria ter sido revisado por alguém que precisava dizer o que poderia mudar e o que precisava organizar.

Eu não sei a opinião de especialistas sobre isso, mas me incomodou muito a questão de o "poder" do Manfred ser uma doença real e não uma habilidade que ninguém conhecia. Talvez fosse melhor que esse estado fosse único desse universo, algo que se parecesse com o autismo e com a esquizofrenia, mas sem usar esse rótulo. Não acompanho os estudos dessas duas condições, mas eu tenho a impressão de que o livro não tem uma boa representação.

Outra coisa: o famigerado tratamento com as personagens femininas. Definitivamente, autores precisam parar de enxergar o corpo feminino como sendo a única coisa sobre uma mulher que valha descrição.

Tudo sobre a Doreen eram os seios dela, os mamilos embaixo da blusa, o não sei o que do corpo… E a cena do Arnie transando com a personagem enquanto ela dormia, mesmo que tenha sido com a permissão (coagida, né, vamos ser realistas) dela, me deixou muito enojada.

Outra coisa sobre esse tópico: me irrita que autores de ficção especulativa consigam imaginar o diabo a quatro, imaginam um Marte que já é habitado há milhares de anos e autismo como poder de prever o futuro, mas não conseguem imaginar uma mulher fora do papel de dona de casa ou de amante.

A mulher que saiu um pouco dessa dualidade foi a Anne, que tinha uma loja, mas ainda assim ela era mãe acima de todo o resto, e a mulher que era responsável pelos professores na escola. E mesmo assim, ela precisou ouvir um comentário de dúvida do Jack no meio do caminho por ter aquela responsabilidade. Achei tudo de muito mau gosto.

Para fechar com chave de ouro: é racista, né, gente.

Os bleeks são uma mistura de indígenas com negros escravizados e o pior disso tudo não é nem a ideia de termos uma espécie sendo exterminada por colonizadores. Inclusive, essa seria uma abordagem incrível de o autor tratar. Mas não, ele escolheu colocar a culpa de os bleeks estarem morrendo nos próprios bleeks, porque eles eram fracos enquanto civilização.

O pior disso tudo é o jeito com que os bleeks são tratados no livro inteiro pelo narrador. Não existe uma condenação desse comportamento, o autor nunca faz o narrador comentar que isso é errado, que os bleeks são só diferentes, que eles é que são as vítimas porque esse era o mundo deles. Não, o narrador concorda com as opiniões dos personagens.

E isso tudo é muito errado.

Em resumo: detestei muito esse livro. Uma das poucas notas 1 que eu dei na minha vida, mas é a única nota que a história merece.

site: http://marianabortoletti.com.br/blog
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Brenda.Sá 13/02/2021

NHACA NHACA!
Primeiro, Philip K. Dick foi muito corajoso em abordar assuntos como Esquizofrenia e Autismo por volta de 1964. A mente desse autor é insana! Acho que é por isso que gosto tanto dos livros dele! ? Os personagens são tão humanamente reais, com todas as suas falhas e defeitos, que nos perguntamos se não se trata de uma história verídica.
Enfim, cenário de fundo: Marte. Amplamente colonizada em 1994! (Eu sei, ele foi bem otimista em relação a isso)
Há nativos de Marte, os bleeks, que habitam o planeta há pelo menos 5.000 anos. Como sempre, o planeta é diferente, mas a ganância do ser humano continua a mesma, e a trama se desenrola quando uma figura de poder da colônia quer usar um menino autista para suas próprias ambições e vontades. O garoto, Manfred, é introvertido e fechado em seu próprio mundo. Cogita-se a possibilidade de ele ver o tempo em uma forma acelerada. (Seria ele capaz de prever o futuro?)

Achei o livro fantástico e recomendo para quem quer uma leitura totalmente imprevisível. ????
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Fernanda2477 09/02/2021

"O Tempo em Marte" tem uma história interessante, mas algo não me agradou de todo. Os personagens não me cativaram, exceto pelo Manfred, que em mim despertou um sentimento de empatia e curiosidade. A história acontece lentamente, as coisas demoram a acontecer e quando acontecem não são muito empolgantes, a não ser pelo final, que ganha um ritmo mais rápido já que se aproxima da conclusão da história. Ainda assim, o livro apresenta diversas questões interessantes sobre as quais vale a pena pensar e refletir.
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Monica 21/09/2020

O que dizer deste livro que se tornou um dos meus preferidos?
A historia se passa em 1994, Marte já é habitada e esta no processo de colonização. Jack Bohlen é técnico de manutenção e em certo momento se depara com Arnie que é um líder sindical com grande influencia e dinheiro e usa disso para ganhar vantagem em seus negócios.
Arnie vê em Jack um grande potencial para ajudá-lo a se comunicar com um garoto autista que possivelmente prevê o futuro, o que ajudaria em seus planos. O livro é incrível e vai muito além da premissa! Trata de questões sociais, pessoais , e nos faz refletir sobre varias questões.
Se fosse possível,será que estaríamos preparados para colonizar outro planeta?
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Airton 05/08/2020

Dick e a realidade
Mais um delicioso, no sentido de trazer prazer e felicidade, livro do Dick que termino. É uma alegria imensa poder desfrutar de suas histórias. Adorei o tema esquizofrenia e realidade se misturarem. Otimas reflexões, o livro gera discussões para varios temas. Não quero estragar a experiência de ninguém por isso nao vou me adentrar na história .. Apenas recomendar muito Dick... Um dos meus mestres de vida.
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Davenir - Diário de Anarres 21/07/2020

A psicopatia vista de dentro!
"O Tempo em Marte" (Martian Time-Slip, 1964) foi escrito no mesmo ano em que "Clãs da Lua Alfa" e "Espaço Eletrônico", e ainda que não tivesse escrito a maioria dos seus grandes clássicos (exceto "O Homem do Castelo Alto" que o precedeu) apresenta alguns dos seus temas mais populares, como a loucura e o questionamento da realidade.

A história conta sobre vários personagens em uma trama de poder no planeta Marte. Jack Bohlen trabalha como técnico de manutenção de eletrônicos arrumando praticamente qualquer coisa, quando recebe uma proposta de Arnie Kott um chefe sindical influente que deseja explorar os aparentes poderes mentais do menino autista Manfred Steiner. Enquanto tenta executar sua tarefa, Jack precisa lidar com a ganancia de Kott, o desejo que sente pela assistente de Kott, Doreen e a chegada de seu pai da Terra que tem interesses especulativos no planeta. Todas essas experiências o despertam para sua esquizofrenia, mas principalmente pelos mistérios de Manfred.

O ponto forte do livro é a trama bem construída entorno da ganância de Kott e da complexidade de Jack. O livro passa boa parte nos confundindo entre as manifestações de Manfred e as alucinações de Jack, mas Arnie rouba a cena com seu cinismo e ceticismo seletivo, uma vez que acredita em Manfred mas tenta tirar o proveito da forma mais prática e imoral possível. O destino do protagonista nos entrega momentos tão insólitos e intrigantes como em "Os Três Estigmas de Palmer Eldritch" cheios da ironia característica.

Contudo, como especulação de como seria a vida em Marte o livro tem problemas sérios. Em 1964, no mesmo ano de lançamento do livro, a sonda estadunidense Mariner 4 foi a primeira a ter sucesso ao passar por Marte confirmando a impossibilidade de que existisse alguma civilização antiga no planeta. A última pá de cal no mito dos homenzinhos verdes marcianos. Apesar do aparente otimismo em imaginar uma colonização em Marte já iniciada em 1994, o modelo parece satirizar o período colonial da história dos EUA. Existe um povo nativo, os bleeks, que tem crenças fortes de que há algo mais em Manfred. Figuras com muito poder e pouco contato com a metrópole/Terra, em choque com novas possíveis ondas de imigrantes. Sabemos, no entanto, que são as considerações metafísicas e não as políticas-sociais que fazem a obra do autor ser lembrada e a segunda metade do livro reserva boas "viagens" ao leitor. É um livro menos complexo que as obras mais maduras, mas para quem ainda não conhece o autor pode começar por ele.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2020/07/resenha-139-o-tempo-em-marte-philip-k.html
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Butakun 16/07/2020

PKD é atemporal, e infinito
É incrível como os livros do PKD, embora sejam ficção científica escrita há décadas, ou seja, corram o risco de se tornarem datados, não se perdem nisso. Não há nada neles, por mais tecnológico que seja, que sofra disso. Eles soam atemporais, e infinitos mesmo, porque são, acima de tudo, dramas humanos. É algo surreal um autor como ele não ser mais valorizado por aqui. PKD é vida.
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Léo 18/05/2020

Sci-Fi, marcianos, doenças mentais e realidades num só livro
Um excelente livro, com todos os elementos clássicos de um Sci-Fi, abordando o cotidiano duro e difícil numa colônia em Marte. Dick descreve muito bem o dia a dia dos humanos em Marte, mostrando como funciona o sistema político de cada colônia, o papel da ONU em Marte e as diferentes classes sociais ali presentes. O mais legal disso tudo é como o autor enxerga doenças mentais, como a esquizofrenia, e dá sua análise de um novo olhar sobre a doença, através da sua especialidade em falar sobre realidades de diferentes formas. Talvez o próprio PKD tenha tido surtos psicóticos, pois é estarrecedor os detalhes em que ele aborda personagens esquizofrênicos.
Além disso, é bem legal o quanto o livro traz discussões como racismo, acúmulo de riquezas na mão de poucos, etc. O livro daria um ótimo filme, como foi o caso com 'Andróides Sonham Com Ovelhas Elétricas?' ou ainda uma série, como fizeram com 'O Homem do Castelo Alto'.
Por fim, para quem nunca leu algum livro de Philip K Dick, O Tempo em Marte é um excelente ponto de partida.
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@bibliotecagrimoria 25/04/2020

Excelente
O livro relata sobre o cotidiano humano em uma colônia de terráqueos estabelecida em Marte. Mesmo sob o domínio fiscalização da ONU, é possível ver que toda a nojeira da humanidade extrapolar os limites do planeta Terra e se estabelecer em um outro planeta, ainda um tanto hostil, e onde, em tese, mais do que em qualquer outra experiência humana na Terra, seria necessário a cooperação mútua para a sobrevivência. Temas como eugenia, racismo, conflito de classes e antissemitismo estão presentes nessa obra que, antes de tudo, traz uma abordagem diferente sobre nossa percepção do tempo e realidade. Seria possível que a consciência, intangível, pudesse transcender a temporalidade na qual estamos? Acima de tudo, a obra traz profundos questionamentos de cunho psico-filosóficos.
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Yuri 16/04/2020

Mais uma loucura
Consegui terminar mais uma loucura do Philip, confesso que foi a leitura que mais demorei por causa da ressaca literária da pandemia mas é um livro bom
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